O manejo e controle de doenças em soja é fundamental para evitar perdas de produtividade ou a contaminação dos grãos ou sementes. As doenças fungicas representam boa parte do portfólio de doenças da soja, apresentando difícil controle em alguns casos.

Condições ambientais estão diretamente relacionadas ao desenvolvimento das doenças sendo nítida a maior incidência de doenças fungicas em áreas de elevada umidade e temperatura do ar. Segundo Grigolli (2015), doenças como a Cercosporiose, causada pelo fundo Cercospora kikuchii podem causar perdas de produtividade da soja variando de 7 a 30% dependendo das condições locais e da severidade das doenças.

Grigolli (2015) destaca que o fungo C. kikuchii apresenta bom desenvolvimento em temperaturas entre 23 e 27ºC sendo facilitada a infecção dos tecidos vegetais quando as temperaturas atingem 28 a 30°C.

Dentre os principais sintomas observados nas folhas das plantas infectadas estão: pontuações escuras, de coloração castanho-avermelhada, que coalescem em estádios avançados, formando grandes manchas escuras e podem ser observados nos folíolos da planta na fase final do estádio de formação de vagens, apresentando como característica um severo crestamento e desfolha prematura (Grigolli, 2015).



Em vídeo, o professor Marcelo Madalosso, destaca que sintomas como o bronzeamento das folhas (figura 1) também podem ser observado em plantas infectadas com Cercospora spp., sendo facilmente confundidos com sintomas de fitotoxidade á produtos como adjuvantes ou óleo minera. Sendo assim, é fundamental entender como ocorrem esses sintomas e quais fatores os desencadeiam.

Figura 1. Sintoma de cercosporiose em soja.

Fonte: Marcelo Gripa Madalosso – Madalosso Pesquisas.

Segundo Madalosso, o bronzeamento da folha é desencadeado pela presença de uma toxina originária do patógeno, denominada Cercosporina, toxina essa ligada diretamente com a capacidade do patógeno em causar danos a planta. O professor explica que o sintoma é resultado da absorção da radiação solar por parte da toxina, que desencadeia um processo de “excitação”.

Através dessa excitação a toxina passa energia par outros compostos celulares como a clorofila, desencadeando um processo de energização dessa clorofila, que por sua vez passa a energia para outros aceptores como o oxigênio, dando origem a espécies reativas de oxigênio, também conhecidas como EROs. Segundo Fernandes et al. (2013), a produção de espécies reativas de oxigênio é uma resposta da planta ao ataque de patógenos, desencadeando uma resposta hipersensitiva. A resposta hipersensitiva (HR) constitui-se em uma morte celular programada, a qual ocorre no sítio de infecção, levando ao colapso o tecido vegetal, restringindo, assim, a colonização do patógeno (Fernandes et al., 2013), o que causa os sintomas visualmente observado de bronzeamento das folhas.

Confira o abaixo com a explicação do professor Marcelo Madalosso.


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Referências:

FERNANDES, C. F. et al. ESTRESSE OXIDATIVO E O MECANISMO DE DEFESSA DE PLANTAS CONTRA PATÓGENOS. Embrapa, Documentos, n.157, 2013.

GRIGOLLI, J. F. J. MANEJO DE DOENÇAS NA CULTURA DA SOJA. Fundação MS, Doenças da soja, Tecnologia e Produção, 2015. Disponível em: <https://www.fundacaoms.org.br/base/www/fundacaoms.org.br/media/attachments/216/216/newarchive-216.pdf>, acesso em: 21/08/2020.

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