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25% da soja Argentina já foi perdida na safra mais seca em mais de 60 anos

Soja: seca corta 12 Mt na primeira estimativa da safra de 2023.
Há um mês era estimada uma produção de 49 milhões de toneladas mas, agora, com a evolução do clima, ajustou-se a estimativa de soja para 37 milhões de toneladas.
Inédito: por falta de água, 1,1 milhão de hectares podem não ser cultivadas.
Abaixo o gráfico com o histórico de produção de soja na Argentina e a projeção (em vermelho) da safra atual:

Vivendo um cenário gravíssimo: -25% na produção e com 37 Mt esta será a terceira pior safra argentina dos últimos 15 anos.

Os cenários de curto, médio e longo prazo são adversos para a soja no país e teme-se que o próxima estimativa traga uma nova redução e deixe o ciclo 2022/23 com a pior produção das ultimas 15 safras.

Com esse volume estimado (37 Mt) haverá quase 13% menos colheita do que no ano passado, safra também afetada pela falta de água. Estima-se uma produtividade nacional em torno de 2.400 kg/ha e uma área semeada que não será colhida em 504.000 ha.

Até um mês atrás, a expectativa era plantar 17,1 milhões de hectares. Hoje a semeadura está finalizada com um ajuste que eleva a semeadura nacional para 16 milhões de ha. 360.000 ha em Santa Fe, a província mais afetada pela falta de água, foram descontados da intenção original de semeadura devido a seca. É a primeira vez em 15 anos que tal nível de hectares é descontado no país.

Produtividade na safra atual: Nenhuma província deve atingir a produtividade de 2.700 kg/ha.

Mesmo no ano passado, que foi uma safra difícil, as três principais províncias produtoras ) Santa Fé, Córdoba e Buenos Aires) ultrapassaram a barreira dos 2.700 kg/ha. Desta vez, Córdoba atinge o pico estimado de produção entre os estados com apenas 2.670 kg/ha.

O que dizem as previsões de curto, médio e longo prazo?

Imediatamente, seriam necessários pelo menos 25 mm na região central para impedir a morte de plantas devido ao estresse termohídrico.

O avanço de um sistema frontal da Patagônia causou instabilidade e chuvas e temporais. O melhor desempenho foi no sul da região pampeana. Algumas localidades do extremo sul de Buenos Aires receberam valores em torno de 40 mm (Pigüe e Bordenave). Mas em 75% da região central eles não ultrapassaram nem 5 mm.

Os modelos indicam que, até 18 de janeiro, não ha nenhuma chance de novas chuvas significativas. A NOAA até 24 de janeiro dá em seus modelos acumulados melhores possibilidades de chuvas para o norte e oeste da Argentina.

No longo prazo, para fevereiro e março, a previsão que integra 12 dos modelos mais consultados no mundo  mostra chuvas abaixo do normal na Argentina. Infelizmente, o pior desempenho estaria no centro-sul da região dos Pampas.

Menos milho: 600.000 ha a menos de milho devem ser cultivadas com milho 2022/23

Os atrasos no plantio e a forte falta de água que sofreram as províncias de Santa Fe, Córdoba e Buenos Aires cortaram 600.000 ha da área intencional de plantio com milho.

Assim, de um plantio total de 7,9 M ha previsto em dezembro, estima-se agora 7,3 M ha. Com um cenário normal, poderíamos esperar cerca de 50 Mt.mas com a evolução do clima, agora estima-se uma produção próxima a 45 Mt.

Confira o relatório na íntegra, elaborado pela Bolsa de Cereais de Rosário, Argetnina (relatório_especial_156_2022_01_11.pdf)

Fonte: Bolsa de Cereais de Rosário – Argentina

Equipe Mais Soja
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