As condições de tempo no período de 24 a 30/01 foram um pouco mais favoráveis que as ocorridas desde o início de janeiro. As temperaturas excessivas reduziram no momento que a cultura apresenta 58% da área em estágios reprodutivos (floração e enchimento de grãos).
Também houve ocorrência de chuvas, mal distribuídas, mas que proporcionaram uma reposição parcial de mananciais em algumas regiões produtoras, que apresentavam dificuldades na irrigação.
Na regional da Emater RS/Ascar de Bagé, ocorrem situações distintas de cultivo nessa safra, com dificuldades cada vez maiores para manutenção da irrigação das lavouras, com o rebaixamento no nível de água dos rios, arroios e barragens na Fronteira Oeste, resultando no aumento das áreas abandonadas por rizicultores. A irrigação intermitente é alternativa adotada para manter algumas lavouras, embora este manejo implique em redução no potencial produtivo.
Em São Borja, as primeiras lavouras implantadas estão em fase de maturação e a colheita está prevista para os próximos dias. Onde não houve limitação na irrigação, é excelente a perspectiva de produtividade, em contrapartida, as lavouras com problemas na irrigação, tem prejuízo estimado de 30%. Em Alegrete, a estimativa de redução produtividade alcançou 20%.
Em Rosário do Sul, onde as perdas estimadas são de 10%, estão sendo realizadas aplicações de fungicidas nas lavouras implantadas entre final de setembro e início de outubro. Nas áreas implantadas em novembro, é realizada a segunda aplicação de fertilizante nitrogenado. A sanidade das lavouras é considerada satisfatória, são realizadas aplicações preventivas de fungicidas e inseticidas em lavouras com maior investimento e nas cultivares mais suscetíveis às doenças. Na Campanha, há bom desenvolvimento das lavouras e a estimativa de produtividade é levemente superior a projetada no início da safra.
Nessa região, a falta de água é menos sentida, mas em parte de Dom Pedrito, a redução nos níveis dos reservatórios pode comprometer a irrigação nos estágios finais da cultura. Nas lavouras com boa disponibilidade de água, está sendo elevada a altura da lâmina de irrigação para minimizar o risco de esterilidade de espiguetas, considerando que foram registrados três dias com temperaturas inferiores aos 15°C.
Na de Pelotas, a cultura apresenta 56% da área em desenvolvimento vegetativo, 41% em floração ou diferenciação da panícula e 3% na fase de enchimento de grãos. Todas as fases
foram beneficiadas com temperaturas sem excessos, tempo seco e dias com alta radiação solar. Contudo permanece a cautela na irrigação, para não esgotar mananciais utilizados e minimizar desperdícios. As lavouras não enfrentam problemas de fitossanidade expressivos.
Na de Santa Rosa, as chuvas ocorridas no período foram insuficientes para repor os níveis de barragens, açudes e cursos de água utilizados para a irrigação. Produtores ainda praticam a irrigação aquém do necessário, visando dispor de água para a fase de enchimento de grãos. Parte da área cultivada antecipou o ciclo e já iniciou maturação fisiológica.
Na de Santa Maria, 45% das lavouras estão em desenvolvimento vegetativo, 37% em floração e 18% em enchimento grãos. As fases reprodutivas são as mais suscetíveis à falta de irrigação e às temperaturas elevadas registradas em janeiro, o que influi diretamente na
menor estimativa de produtividade atual. A estiagem ainda condiciona a irrigação intermitente, por banhos, em parte da região, que prejudica o potencial produtivo da lavoura.
Na de Soledade, a ocorrência de chuvas mais volumosas entre 24 e 30/01, contribuiu para o aumento de vasão dos cursos hídricos e trouxe alívio momentâneo aos rizicultores. No baixo Vale do Rio Pardo, a captação de água que havia sido suspensa, pôde ser retomada. Porém, serão necessárias novas precipitações em breve para manter o cenário. Na de Porto Alegre, permanece a expectativa de boa produção, pois as condições de temperatura e radiação solar são adequadas para o desenvolvimento normal da cultura. Há pouca disponibilidade de água apenas em municípios da região Centro-Sul, demandando cuidado especial com o manejo da água, especialmente oriundos de pequenos mananciais.
Comercialização (saca de 50 quilos)
Conforme o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Rio Grande do Sul, o preço da saca de arroz elevou 1,02% em relação ao da semana anterior, passando de R$ 61,88 para R$ 62,51.
Fonte: Emater-RS




