A repetição de chuvas em duas semanas subsequentes, em grande parte do Estado, manteve o teor de umidade nos solos e permitiu a intensificação da semeadura de milho em sucessão às lavouras de fumo ou em safrinha. A colheita avançou para 48% da área cultivada e a expectativa de redução de produtividade é de 53%, em relação a inicialmente estimada.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, a colheita avançou naFronteira Oeste para 54% da área cultivada, confirmando a redução expressiva na produção, com culminância em Alegrete, onde as perdas alcançam 80%. Parte das lavouras foram aproveitadas para produção de silagem ou fornecidas diretamente para alimentação de bovinos. A semeadura de lavouras de milho safrinha está em atraso e poderá não ser realizada, devido insuficiência de chuvas e as previsões climáticas adversas para o restante do verão.
Na Campanha, as chuvas favorecem as lavouras em fase de desenvolvimento vegetativo. A colheita iniciou em Dom Pedrito, em lavouras irrigadas implantadas em setembro, com manutenção da produtividade estimada. No município a estiagem provocou mobilização da assistência técnica para gerar alternativas na produção. Ocorreram discussões propondo a antecipação do período recomendado para plantio e foi realizado dia de campo, com grande público, abordando o cultivo de milho irrigado no sistema sulco-camalhão, técnica que se mostra adequada para lavouras de relevo plano, aproveitando a água de barragens ociosas, pela redução da área cultivada com arroz, ao longo dos últimos anos.
Na de Caxias do Sul, as precipitações beneficiaram a cultura, mas permanece a expectativa de redução na produtividade em relação à inicial. Parte das lavouras semeadas com objetivo de colher grão foram destinadas para silagem de planta inteira, para uso na propriedade ou para comercialização. Quando comercializadas, os valores variam de R$ 0,15 a R$ 0,40/kg dependendo da localidade e qualidade da massa verde. A demanda parte de produtores vizinhos com atividade de bovinocultura leiteira, para suprir a produção insuficiente em área própria.
Na área administrativa de Ijuí, a colheita alcançou 80% da área e a ocorrência de chuvas, proporcionou a retomada da umidade dos grãos mais próxima a 13%, considerada ideal para operação. No entanto a estiagem provocou queda de plantas nas lavouras, dificultando o recolhimento das espigas e aumentando as perdas na colheita. Outro fator que impacta são espigas pequenas, com poucos grãos, que dificultam a separação do colmo nas plataformas mecanizadas de colheita.
Na regional de Pelotas, as chuvas permitiram finalizar a semeadura para quem estava em atraso ou para ampliar área de cultivo. As lavouras em floração e enchimento de grãos, foram também beneficiadas pela reposição de umidade, embora ainda se mantenha a expectativa de redução na produtividade, em função da estiagem anterior. A colheita está início, apenas em Pelotas, Canguçu e São Lourenço do Sul.
Na de Porto Alegre, após as chuvas recorrentes desde meados de janeiro e com o avanço da colheita de fumo, intensificou-se o plantio de milho safrinha. As lavouras em fase de desenvolvimento vegetativo apresentam recuperação com a estabilização da umidade nos solos e temperaturas mais amenas. Entretanto estima-se perda de 12 % em função dos danos nos cultivos do cedo.
Na de Santa Maria, 42% das lavouras foram colhidas. Em Tupanciretã, nas lavouras não irrigadas as perdas foram de 80%. Com as chuvas desde final de janeiro avançou a semeadura do milho safrinha. A ocorrência da cigarrinha (dalbulus maidis), tem sidomonitorada e o controle efetuado antes de provocar danos econômicos.
Na de Santa Rosa, 85% do cultivo foi colhido. Nos municípios com chuvas superiores 20 mm, foi intensificado o plantio em safrinha, devendo ser encerrado nos próximos dias. As lavouras estão 10% em desenvolvimento vegetativo, 1% em enchimento de grãos e 3% em fase de maturação. As avaliações técnicas em vistoria em lavouras evidenciaram que lavouras estabelecidas no cedo, no final de julho e início de agosto, a produtividade foi superior as implantadas em setembro e outubro.
Na de Soledade, a implantação tardia de milho em sucessão a tabaco, feijão e milho safra silagem, está sendo finalizada e as lavouras apresentam bom desenvolvimento inicial. Chuvas entre dias 05 e 06/02 beneficiam o crescimento e absorção de adubações nitrogenadas em cobertura. A colheita alcançou 24% da área cultivada e as produtividades
variam conforme a tecnologia empregada e a maior ou menor ocorrência de chuvas ao longo do ciclo. No Alto da Serra do Botucaraí, maior parte das lavouras tem produtividades em torno de 2.100 quilos por hectare. No Centro-Serra, a expectativa é de 2.400; no Vale do Rio Pardo, a produtividade é mais alta, próxima 3.900 quilos por hectare. No entanto nas duas últimas regiões, houve lavouras com produtividades superiores seis mil quilos por hectare.
Comercialização (saca de 60 quilos)
Segundo o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Rio Grande do Sul, o preço médio do milho passou de R$ 95,40 para R$ 94,93, queda de -0,81%
Fonte: Emater-RS