Por T&F Agroeconômica
O Brasil pode aumentar o consumo de soja para biodiesel: Falou-se muito nesta semana no aumento de B10 para B12 e até possivelmente a B15 na adição de óleos vegetais para a produção de Biodiesel, tanto no Brasil, quanto nos EUA. Com as dificuldades criadas pelas sanções à Rússia com a guerra na Ucrânia, esta possibilidade passou a ser uma necessidade, se bem que o combustível final passaria a custar um pouco mais caro, porque o preço do litro de óleo de soja é mais caro do que o da gasolina, em todo o mundo.
Quando isto acontecer (porque parece inevitável) a demanda por óleo poderá explodir e, com ela, os preços. Até onde? Vai depender do tamanho da demanda, se B12 ou B15. A única coisa certa será um aumento considerável na demanda, nos preços e na rentabilidade do sojicultor.
O fator Indonésia, que derramou 1 milhão de toneladas de óleo de palma no mercado
Isto é muito óleo de uma vez só e derrubou as cotações do óleo e do complexo de soja nesta sexta-feira. Certamente é um fator de baixa a curto prazo, até que o mercado precifique isto devidamente e volte a se acomodar.
Por enquanto, o USDA apresentou um quadro baixista para os preços
Mas, ninguém acredita. Todos sabem que há elementos altistas nos fundamentos do mercado, como o clima adverso nos EUA e a necessidade ainda grande de a China comprar soja. E estas compras, de junho a agosto, serão direcionadas mais fortemente ao Brasil, como acontece todos os anos.
Como sempre afirmamos em nossos cursos, os estoques finais são o termômetro do mercado. E os estoques finais dos EUA foram o único fator altista apresentado no relatório WASDE do USDA desta sexta-feira, mas podem adquirir uma importância muito relevante à medida que a China está precisando se abastecer em torno de 20 milhões de toneladas até
o final da temporada e os americanos não terão esta disponibilidade adicional.
Com isto, os chineses terão que se voltar para o Brasil e o resultado é que Chicago poderá cair, mas os prêmios brasileiros aumentarão significativamente, mais do que compensando a queda no mercado futuro.
CONCLUSÃO: Há dois fatores altista no mercado
Um de curto prazo (China) e outro de mais longo prazo (demanda para biodiesel) porque as decisões demoram para sair, pois dependem de muita burocracia. Mas, o importante é que já começou a andar e o sojicultor brasileiro está tendo cada vez mais garantia de que sua (alta) rentabilidade vai continuar neste e nos próximos anos.
Fonte: T&F Agroeconômica