Autor: Prof. Dr. Argemiro Luís Brum (1)

As cotações do milho, em Chicago, igualmente recuaram nesta semana, chegando a bater em US$ 7,36/bushel, porém, acabaram se recuperando um pouco no fechamento do dia 07/07, quando o primeiro mês ficou fixado em US$ 7,47, contra US$ 7,43/bushel uma semana antes. Lembrando que a média de junho, em Chicago, fechou em US$ 7,58/bushel, para o primeiro mês, com um recuo de 3,8% sobre maio. Em junho de 2021 a média foi de US$ 6,72/bushel.

Dito isso, nos EUA as condições das lavouras do cereal, até o dia 03/07, apresentavam 64% entre boas a excelentes, estando no mesmo nível do ano anterior, nesta época. Outros 27% se apresentavam regulares e 9% entre ruins a muito ruins. 7% das lavouras estavam em fase de embonecamento na data indicada, contra 11% na média histórica.

E no Brasil os preços do milho voltaram a recuar, sendo que em algumas praças o recuo foi forte. No Rio Grande do Sul, a média de balcão ficou em R$ 83,45/saco, registrando praticamente uma estabilidade em relação a semana anterior. Porém, nas demais praças nacionais, onde a pressão da colheita da safrinha se faz sentir de forma mais intensa, os preços oscilaram entre R$ 65,00 e R$ 83,00/saco. Já na B3, o fechamento do dia 06/07 registrou, para o contrato julho, o valor de R$ 82,12/saco; para setembro R$ 84,71; para novembro R$ 86,33; e para janeiro próximo R$ 87,56/saco.

Quanto a produção geral de milho, tem-se que a mesma deverá ficar entre 110 (AgResource) e 119 (StoneX) milhões de toneladas. A área total semeada ocuparia entre 21,4 e 22,5 milhões de hectares, com produtividade média entre 5.400 a 5.600 quilos/hectare.

Para Safras & Mercado, a colheita do milho de verão teria ficado em 21,8 milhões de toneladas no Centro-Sul brasileiro, sendo a área semeada estabelecida em 4,38 milhões de hectares. Com isso, a produtividade média daquela safra teria sido de 4.986 quilos/hectare. Já para a safrinha, a referida consultoria indica uma colheita de 82,2 milhões de toneladas, contra 57,8 milhões no ano anterior. A projeção atual está em recuo de um pouco mais de um milhão de toneladas, para a safrinha, devido à redução no potencial produtivo de Goiás e Minas Gerais. De fato, para Goiás projeta-se, agora, uma segunda safra em torno de 11,6 milhões de toneladas, contra 13,6 milhões projetadas em maio. Para Minas Gerais, o volume atual está em 3,1 milhões de toneladas. Já para as regiões Norte e Nordeste, a estimativa de área está em 2,36 milhões de hectares, enquanto a produtividade média fica em 5.598 quilos por hectare. Com isso, a produção, nas duas regiões somadas, chegaria a 13,2 milhões de toneladas, superando as 11,97 milhões colhidas no ano comercial anterior, 2020/21.

Quanto à colheita da safrinha, até agora efetivada, o Centro-Sul, no início da presente semana, registrava um total de 30,7% da área já colhida, contra apenas 12,2% no mesmo período do ano anterior. Especificamente no Mato Grosso, segundo o Imea, a colheita atingia a 55,5% da área, contra 38,9% na média histórica para esta data. Em relação ao ano anterior, a colheita no referido Estado está 33 pontos percentuais avançada.

Por sua vez, no Paraná, a colheita da segunda safra atingia a 10% da área no início desta semana, havendo 64% das lavouras em fase de maturação, enquanto 72% das mesmas estavam em boas condições e 7% estavam ruins.

E no Mato Grosso do Sul, conforme a Famasul, 5,7% das lavouras de milho safrinha haviam sido colhidas até o dia 1º de julho, contra a média histórica de 5,6% naquela data. Cerca de 81% das lavouras estavam em boas condições e 6,4% ruins. A produção esperada está ao redor de 9,3 milhões de toneladas neste momento, com uma produtividade média de 78,1 sacos/hectare. Pelo lado do preço, o mês de julho entrou apontando um importante recuo no valor do cereal naquele Estado, com o saco atingindo R$ 70,56, contra R$ 75,63 na semana anterior e R$ 79,26 na mesma data do ano anterior. Enfim, as vendas da atual safrinha estão estabilizadas em 26% do total esperado, contra 42% em igual período do ano anterior.

Por outro lado, em termos de exportações, o Brasil vendeu ao exterior um total de 1,05 milhão de toneladas de milho em junho, contra apenas 92.169 toneladas em junho do ano passado. Esse aumento no volume exportado se dá pelo fato de o nosso país estar ocupando parte do mercado deixado pela Ucrânia, devido a guerra que este país enfrenta. Mesmo assim, o volume ficou abaixo do estimado pela Anec, para o mês passado, que era de 1,79 milhão de toneladas. O preço da tonelada exportada ficou em US$ 326,60 na média de junho. (cf. Secex) Com isso, no primeiro semestre do corrente ano o Brasil já exportou em torno de 6,05 milhões de toneladas, sendo que o forte das mesmas se dá no segundo semestre, com a entrada da safrinha. Apenas para julho esperam-se vendas externas ao redor de 3,5 milhões de toneladas de milho.

Diante de tal ritmo, estima-se que o Brasil exportará entre 41 e 43 milhões de toneladas de milho em 2022, lembrando que, no ano passado, o país exportou somente 20,9 milhões de toneladas do cereal. (cf. Secex e StoneX)

Enfim, o Brasil importou 151.893 toneladas de milho em junho deste ano, tendo adquirido 30,1% mais do que junho do ano passado. (cf. Secex)


Quer saber mais sobre a Ceema/Unijui. Clique na imagem e confira.

Fonte: Informativo CEEMA UNIJUI, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum (1)

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUI, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUI).

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.