Autor: Prof. Dr. Argemiro Luís Brum

As cotações do milho, em Chicago, igualmente registraram uma recuperação durante a semana. O fechamento da quinta-feira (28) ficou em US$ 6,15/bushel, contra US$ 5,75 uma semana antes.

Também aqui o clima nos EUA gera atenção total do mercado, já que existem regiões com falta de chuvas, provocando queda na qualidade das lavouras. Neste sentido, as lavouras entre boas a excelentes, no dia 24/07, recuaram para 61%, contra 64% uma semana antes. Outros 25% estavam regulares e 14% atingiam o estágio de ruins a muito ruins. O percentual de lavouras em fase de embonecamento, nos EUA, atingia a 62% no dia 24/07.

Enquanto isso, os embarques de milho, por parte dos EUA, somaram 724.214 toneladas na semana encerrada em 21/07, com o volume ficando dentro das expectativas do mercado. O total embarcado em todo o atual ano comercial chega, agora, a 51,03 milhões de toneladas, ficando 17% abaixo do embarcado no mesmo período do ano passado.

Já na Argentina, o Ministério da Agricultura local informou que a colheita de milho local chegou a 88% da área nesta semana. Enquanto isso, e continuando com a defasagem entre as duas instituições, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires informa que a colheita no vizinho país atingiu a 74% da área, insistindo que o país não colherá mais do que 49 milhões de toneladas do cereal.

E no Brasil, os preços do milho se mantiveram estáveis, com a média gaúcha, no balcão, fechando a semana em R$ 81,48/saco. Nas demais praças nacionais os preços do cereal oscilaram entre R$ 61,00 e R$ 82,00/saco. Já na B3, o fechamento do dia 27/07, para referência, trouxe o contrato de setembro a R$ 86,51/saco, novembro a R$ 88,83, janeiro a R$ 91,27, e março/23 a R$ 92,51/saco.

Dito isso, as exportações brasileiras de milho, em julho, estão revisadas para 6,09 milhões de toneladas, segundo a Anec. Até meados desta semana o país havia exportado 2,87 milhões de toneladas de milho. Assim, nos primeiros 16 dias úteis de julho o volume exportado chega a 44,2% do total exportado em julho de 2021. (cf. Secex) Vale destacar que somente em julho o país exportará praticamente o total de milho que exportou em todo o primeiro semestre do corrente ano, que foi de 6,36 milhões de toneladas. Esse crescimento no volume exportado, daqui em diante, se viabiliza graças a safrinha nacional. Tanto é verdade que a Anec projeta um volume total, a ser exportado neste ano, em 43 milhões de toneladas. O valor médio da tonelada exportada em julho está em US$ 291,40.

Enquanto isso, o Brasil importou, no mesmo período de julho, um total de 215.466 toneladas de milho. Este volume já é 49,3% superior ao total importado com o cereal em julho de 2021. O valor médio da tonelada importada ficou em US$ 219,80.

Quanto a colheita de milho safrinha no Brasil, a mesma atingiu a 94% no Mato Grosso, no início da presente semana. No ano passado, na mesma época, 72,8% haviam sido colhidos, e a média histórica para a data é de 81,8%. (cf. Imea)

Por outro lado, em termos do conjunto do país, a segunda safra teria sido colhida em 63,4% da área total, contra 57% na média histórica. (cf. Pátria AgroNegócios)

No Paraná, segundo o Deral, 45% das lavouras já estavam colhidas em meados da corrente semana, sendo que 70% das lavouras a serem colhidas apresentavam boas condições, 23% médias condições e 7% estavam ruins.

E no Mato Grosso do Sul, conforme a Famasul, 17,2% das lavouras estavam colhidas até o dia 22/07, ficando abaixo das 27,7% colhidas na média histórica. Cerca de 80% das lavouras a colher se apresentam em bom estado. O preço médio do saco de milho recuou, no período, para R$ 66,34, lembrando que um ano atrás o mesmo valia R$ 87,58. Portanto, em 12 meses, o preço médio do milho do Mato Grosso do Sul caiu 24,2%. Isso explica a hesitação dos produtores locais em venderem sua atual safra, tendo tal movimento atingido apenas 26% do total estimado, contra 42% no mesmo período do ano passado.


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Fonte: Informativo CEEMA UNIJUI, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum (1)

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUI, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUI).

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