Em Chicago, nesta semana, a cotação do milho, para o primeiro mês, subiu um pouco, fechando a quinta-feira (15) em US$ 6,53/bushel, contra US$ 6,32 uma semana antes.


O relatório de oferta e demanda do USDA, anunciado no dia 09/12, pouco trouxe de novidades para a safra 2022/23. O mesmo apontou uma redução de quase sete milhões de toneladas na safra mundial, colocando a mesma em 1,162 bilhão de toneladas, enquanto os estoques finais mundiais foram reduzidos em cerca de 2,3 milhões de toneladas, ficando em 298,4 milhões. Por sua vez, a produção dos EUA foi mantida em 353,8 milhões de toneladas, enquanto os estoques finais estadunidenses, do cereal, foram aumentados em 1,9 milhão de toneladas, alcançando, agora, 31,9 milhões. Já as projeções de safra total no Brasil e na Argentina ficaram em 126 e 55 milhões de toneladas respectivamente, enquanto a produção da Ucrânia foi reduzida de 31,5 para 27 milhões de toneladas. O preço médio anual, ao produtor estadunidense, foi reduzido em 10 centavos, ficando em US$ 6,70/bushel.

Por sua vez, os embarques de milho, por parte dos EUA, na semana encerrada em 08/12, atingiram a 505.014 toneladas, ficando dentro das projeções do mercado. No ano comercial, o total embarcado chega a 7,1 milhões de toneladas, ou seja, 31% a menos do que o realizado no mesmo período do ano anterior.

Já na Argentina, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires indicou que o plantio de milho naquele país chegou a 42,6% da área esperada, que é de 7,3 milhões de hectares,  estando bastante atrasado devido ao clima. As chuvas do último final de semana por lá ajudaram um pouco, mas ainda são insuficientes. Tanto é verdade que as condições das lavouras já semeadas estão com 18% apenas entre boas a excelentes, 59% normais e 23% regulares ou ruins, havendo 28% da área com condições hídricas apenas regular ou seca.

E no Brasil os preços do cereal continuam estáveis. A média gaúcha, no balcão, fechou a semana, em R$ 84,42/saco, enquanto as demais praças nacionais praticaram valores entre R$ 66,00 e R$ 85,00/saco.

Na B3, por outro lado, o fechamento do dia 14/12, para referência, ficou, para o contrato de janeiro, em R$ 87,99/saco; março em R$ 91,39; maio em R$ 90,78; e julho em R$ 88,30.

Dito isso, o mês de dezembro, nas duas primeiras semanas, acusou uma exportação brasileira de milho em 1,5 milhão de toneladas, representando 44,4% do total exportado no mesmo mês de 2021. A média diária é 46% maior do que a registrada em dezembro do ano passado. (cf. Secex) A Anec estima que o país irá exportar 6,7 milhões de toneladas em dezembro, revendo suas estimativas anteriores. Em isso ocorrendo, o país fechará o ano com exportações totais de milho em 43,9 milhões de toneladas.

Pelo lado das importações, o volume comprado, no mesmo período das duas primeiras semanas de dezembro, chegou a 78.793 toneladas, ficando em 17,6% do que foi comprado em todo o mês de dezembro de 2021.

Enquanto isso, no Mato Grosso, segundo o Imea, a comercialização do milho da próxima safrinha chegou a 20,1% do total que deverá ser colhido. No ano passado, nesta época, as vendas atingiam a 41% do total esperado. Até aqui, o preço médio das negociações é de R$ 64,75/saco, 5,2% menor do que o registrado no ano anterior. Já para a safra passada 2021/22, as vendas atingiram a 85,9% do total colhido naquele Estado, contra 95,1% no comparativo com o mesmo período da safra passada.

Por sua vez, no Paraná, com o plantio encerrado, 53% das lavouras do milho de verão estavam em fase de desenvolvimento vegetativo nesta semana, e 11% em frutificação. Cerca de 82% das lavouras estavam em boas condições, 16% regulares e 2% ruins. (cf. Deral)

E no Rio Graande do Sul o clima seco continua provocando estragos no milho. Após uma projeção inicial de até 6,5 milhões de toneladas a serem colhidas, os últimos números dão conta de uma produção bem menor, por enquanto ao redor de 4,5 milhões de toneladas, com uma produtividade média de 96,3 sacos/hectare. (cf. StoneX) Esta situação tende a piorar, podendo repetir o ano passado, caso as chuvas continuem escassas. Algo, aliás, a julgar pela meteorologia, bem possível em todo o restante do mês de dezembro.

Fonte: CEEMA UNIJUI – Análise Semanal do Mercado da Soja, milho e trigo.

Autor: Prof. Dr. Argemiro Luís Brum – Professor Titular do PPGDR da UNIJUI, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUI). E-MAIL: ceema@unijui.edu.br

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