As condições climáticas de tempo seco, na primeira metade da semana, e intercaladas por chuvas, na segunda metade, condicionaram o avanço do plantio. Houve intensa atividade inicial, possibilitando um progresso significativo na área semeada. No final do período, foi possível retomar a operação em menor escala, nas regiões com acumulados mais reduzidos
de chuvas ou em terrenos com maior drenagem natural. A área semeada atingiu 22%. No entanto, há atraso em relação às safras anteriores e preocupação acerca dos prognósticos de novas precipitações, que podem tanto prejudicar ainda mais o avanço do plantio quanto
atrasá-lo em relação ao período preferencial.
Em razão da redução da umidade do solo para padrões mais adequados, a semeadura foi realizada de maneira mais efetiva do que em períodos anteriores, melhorando a uniformidade na deposição das sementes e o contato com o solo. Em função das previsões de chuvas em volumes excessivos, os produtores e técnicos optaram por realizar a semeadura em profundidade menor para evitar o soterramento de sementes, caso esse prognóstico se confirme.
De modo geral, a emergência das plantas ocorre de forma rápida devido à alta umidade e às temperaturas elevadas, que proporcionam uniformidade na germinação e estabelecimento de população de plantas satisfatória. No entanto, sob a perspectiva fitossanitária, há apreensão quanto à manutenção do quadro de umidade e de temperaturas elevadas, circunstâncias que podem propiciar a instauração de doenças durante a fase inicial do desenvolvimento vegetal.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, os produtores intensificaram o plantio em áreas onde há solos mais arenosos, que apresentam bom estande inicial. Contudo, a constante nebulosidade e o alto nível de umidade favorecem doenças e amarelecimento foliares. Na Campanha, em Aceguá, onde predominam lavouras em sistema convencional, estima-se que várias áreas precisarão ser replantadas devido à erosão, que carreou o solo, sementes e fertilizantes. Em Bagé, o plantio atinge 25% da área prevista, e alguns produtores optaram por efetuar a dessecação e o preparo de solo por meio de grade em função do receio de danos causados pelas chuvas previstas. O controle de buva e azevém requer maiores investimentos em herbicidas em virtude da resistência ao produto dessecante. O manejo do caruru também é preocupante, e os recursos estão sendo direcionados para herbicidas pré-emergentes, considerando o aumento esperado da emergência a partir da segunda quinzena de novembro. Em Candiota, onde cerca de 10% das áreas foram plantadas, relatam-se ataques de pombas em algumas áreas, o que pode refletir em falhas significativas no estande. Esse problema é observado há muitos anos e tende a concentrar-se na fase inicial de semeadura, mas diminuindo à medida que mais produtores avançam o plantio.
Na de Caxias do Sul, apesar da umidade do solo estar ainda acima do ideal, a semeadura avançou de forma acelerada, atingindo cerca de 15% do total da área esperada para a safra. No entanto, várias lavouras apresentam falhas na germinação e morte de plântulas devido ao encharcamento do solo.
Na de Erechim, o plantio está atrasado em função da alta umidade do solo, que impede o acesso de máquinas às lavouras. Até o momento, apenas 25% da área planejada foi plantada e encontra-se em fase de germinação. Na de Frederico Westphalen, aproximadamente 35% da área encontra-se semeada e nas fases de germinação bem como de desenvolvimento vegetativo. Os produtores estão preocupados em relação ao progresso da semeadura, pois o avanço limitado pode ocasionar impactos negativos à produtividade. Além disso, a execução de plantio escalonado não está sendo possível, embora facilitasse os manejos subsequentes.
Na de Ijuí, a redução do volume de chuvas favoreceu a semeadura, que atinge 25% da área. Houve mobilização significativa de máquinas para a operação, que priorizou as partes
mais altas das áreas destinadas à cultura em detrimento das áreas mais baixas, as quais serão semeadas quando a umidade estiver mais próxima do ideal. Nessas regiões, observa-se o acúmulo de água das chuvas e o afloramento de águas, que formam vertentes periódicas. Apesar do esforço intenso, a semeadura está atrasada.
Na de Passo Fundo, embora a semeadura tenha sido prejudicada pelo excesso de umidade, houve avanço significativo na área implantada, que, até o momento, representa 40%
do total planejado.
Na de Pelotas, os produtores deram andamento à semeadura até o dia 10/11 para aproveitar o tempo seco. A ocorrência de chuvas volumosas, além de interromperem a operação, geraram preocupações acerca da germinação e da emergência das plantas nas áreas recém-semeadas, pois pode haver necessidade de replantio. As lavouras estabelecidas anteriormente apresentam bom desenvolvimento, e não há problemas significativos de pragas nem doenças. Até o momento, 16% da área planejada foi plantada.
Na de Santa Maria, apesar dos elevados volumes de chuva, a área plantada na região atingiu 25%. No entanto, o plantio encontra-se atrasado, uma vez que, em anos anteriores, na primeira quinzena de novembro, a semeadura da soja já havia ultrapassado 40%.
Na de Santa Rosa, os dias ensolarados e a adequada umidade do solo entre 04 e 08/11 proporcionaram intensa atividade de máquinas pulverizadoras e semeadoras no preparo de
lavouras e no plantio, resultando em aumento na área plantada de 7% para 20% da estimativa. As lavouras apresentam boa emergência e estande de plantas satisfatório, desenvolvendo-se conforme o esperado. Foi preciso replantar algumas sementes próprias em uma pequena porcentagem da área.
Na de Soledade, em termos gerais, observa-se um atraso na semeadura devido a condições climáticas desfavoráveis, particularmente em razão do excesso de umidade. Em
alguns municípios, houve avanço mais expressivo na semeadura, como é o caso de Arroio do Tigre, onde aproximadamente 70% da área destinada à cultura já foi semeada. Já em outras localidades, a semeadura nem sequer iniciou, como é o caso de Encruzilhada do Sul. A média regional da área semeada é de aproximadamente 30%. As áreas já semeadas exibem adequado estande de plantas, com exceção das áreas submetida a métodos convencionais de preparo do solo, nas quais são observados o selamento do solo e a ocorrência de falhas.
Comercialização (saca de 60 quilos)
O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, aumentou 2,60% em comparação com a semana anterior, passando de R$ 136,41 para R$ 139,96.
Fonte: Emater RS