Por T&F Agroeconômica
FATORES DE ALTA
a) Aumento constante de posições vendidas dos Fundos, que, quando reverterem, poderão seguir a regra do retorno de 50% do que caíram ($1410-$1141=269:2=134,5+1141=$1275,50=R$ 140,58/saca-20,61% de lucro);
b) Gap a $ 1.300: dependendo da força deste retorno, as cotações poderão preencher o gap situado entre $ 1300/1307 que, mais cedo ou mais tarde, será que ser preenchido, sendo um excelente ponto de venda de soja.
Contudo, é preciso saber que estes são dois fatores técnicos que tem um peso menor do que qualquer fator fundamental. Não estamos vendo nenhum fator fundamental positivo, neste momento, a não ser a possibilidade de quebra de safra americana lá na frente, o que é totalmente incerto. Eventualmente, aumento na demanda interna no Brasil com o aumento do uso de óleo de soja para biocombustível, no segundo semestre.
FATORES DE BAIXA
a) Vendas de soja americana abaixo do esperado, acumulando estoques: dados de vendas externas dos Estados Unidos que vieram abaixo da expectativa do mercado. Segundo o Departamento de Agricultura do país (USDA), exportadores venderam 55,9 mil toneladas de soja da safra 2023/24, já descontados os cancelamentos, na semana encerrada em 15 de fevereiro. O volume, o mais baixo registrado no ano comercial, representa queda de 84% ante a semana anterior e em relação à média das quatro semanas anteriores. O volume ficou bem abaixo do piso das estimativas de analistas, de 300 mil toneladas;
b) Fraca demanda chinesa: cancelamentos de 591,7 mil toneladas feitos por destinos não revelados. Isso pode ser reflexo da fraca demanda chinesa pelo grão norte-americano, já que muitas vezes vendas para destinos não revelados têm como destino a China;
c) Grande concorrência do Brasil: Nesta época do ano, a entrada de grandes volumes de soja brasileira no mercado costuma atrair o interesse de compradores chineses, afetando a demanda pelo grão dos EUA. De acordo com a estimativa mais recente da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), o Brasil deve exportar 7,3 milhões de toneladas da oleaginosa em fevereiro. O fortalecimento do dólar ante o real também pesou sobre os contratos, já que tende a estimular as exportações brasileiras.
d) Melhora nas condições das lavouras de soja argentina: a condição das lavouras de soja na Argentina melhorou levemente na última semana, informou a Bolsa de Cereais de Buenos Aires na quinta-feira, em relatório semanal. Segundo o documento, 83% da safra apresentava condição entre normal e excelente, ante 81% na semana anterior
MERCADO DO DIA 23/02
SOJA fechou o dia e a semana em queda com grande volume de vendas externas canceladas
FECHAMENTOS DO DIA 23/02:
O contrato de soja para março24, a próxima data negociada nos EUA, fechou em baixa de -1,29%, ou $ -14,75 cents/bushel a $ 1133,00. A cotação de maio24, referência para a safra brasileira, fechou em baixa de -0,93 % ou $ -10,75 cents/bushel a $ 1141,75. O contrato de farelo de soja para março fechou em baixa de -1,02 % ou $ -3,4 ton curta a $ 331,5 e o contrato de óleo de soja para março fechou em baixa de -0,43 % ou $ -0,19/libra-peso a $ 44,02.
ANÁLISE DA BAIXA:
A soja negociada em Chicago fechou o dia e a semana em queda. Está é a décima semana consecutiva que a oleaginosa fecha com resultados negativos. A queda desta sexta-feira foi reflexo da baixa demanda pelo grão americano. As vendas externas semanais ficaram e 55,9 mil toneladas para a safra 23/24, o menor volume relatado para o ano comercial. A semana foi marcada pelo grande volume de vendas canceladas, 591,7 mil toneladas com destino não revelados (normalmente a China) tiveram seus contratos rompidos.
Com isso a soja fechou a semana em queda de -7,30% ou $ 89,25 cents/bushel. O farelo de soja acumulou perdas de – 9,99% ou $ -36,80 ton-curta. O óleo de soja caiu -4,35% ou $-2,00 libra/peso.
NOTÍCIAS IMPORTANTES
BRASIL/PARANAGUÁ-FOGO EM TRÊS BERÇOS QUE CARREGAVAM SOJA E FARELO:
ocorreu um incêndio no sistema de correias transportadoras do Corredor de Exportação de Paranaguá. O incêndio atingiu o centro principal da correia transportadora e todas as operações dos 3 berços (212, 213 e 214) foram interrompidas. As 3 embarcações ao lado serão desatracadas, por questões de segurança.
Após avaliação inicial apenas os transportadores conectados ao berço 214 foram afetados, portanto está previsto que os berços 212 e 213 retornem às operações no sábado (24/2) e o berço 214 será oferecido para operação de descarga de fertilizantes enquanto reparos e testes são realizados para a retomada das operações de carregamento.
ARGENTINA-BCR REDUZ SAFRA DE SOJA PARA 49,5 MT, 2,5 MT A MENOS QUE EM JANEIRO:
Em relação à soja, a estimativa para a safra 2023/24 aponta produção de 49,5 milhões de toneladas, 2,5 milhões de toneladas a menos do que o projetado em janeiro. A BCR-Bolsa de Comércio de Rosário explicou que a partir de dezembro amelhora na umidade do solo e a previsão de um fenômeno El Niño de intensidade forte a moderada indicavam uma melhoria nos números de produção, “com boas chances de ultrapassar confortavelmente os 50 milhões de toneladas”.
Contudo, a partir de 17 de janeiro, “uma onda de calor muito longa e severa se instalou, revertendo o cenário”, disse. “O corte só não foi maior graças às chuvas que caíram entre 7 e 14 de fevereiro”, afirmou em nota.
Por seu lado a BCBA-Bolsa de Cereales de Buenos Aires manteve sua estimativa inalterada em 52,5 MT e relatou melhorias nas condições da colheita, de 2% sobre os percentuais anteriores de soja ruim/muito ruim, agora classificados como regulares.
EUA-NÚMEROS FRACOS DE EXPORTAÇÃO:
As reservas semanais de soja foram o mínimo do novo ano de comercialização, de apenas 55.919 toneladas. O mercado esperava pelo menos 300 mil MT vendidos na semana até 15/02. O total de compromissos para a temporada agora está 20% abaixo do ritmo do ano passado. As vendas de farelo de soja chegaram a 202 mil MT na semana, o que estava em linha com as estimativas e perto da venda da semana passada. O relatório semanal também teve 5 mil toneladas de vendas de óleo de soja.
Fonte: T&F Agroeconômica