Na última terça-feira, mais um episódio da série Produzindo Mais Soja foi ao ar nas mídias do Mais Soja. Com foco no manejo de doenças em milho e nematoides, o Dr. Daniel Debona e a Dra. Angélica Miamoto trouxeram significativas contribuições para um controle prático e assertivo desses agentes nas culturas do milho e soja.
Debona abordou as principais doenças da cultura do milho, dando foco para a mancha de bipolaris, doença que tem preocupado agricultores em função da distribuição e danos ocasionados na cultura. De acordo com Debona, a tolerância do milho à mancha de bipolaris varia de acordo com o híbrido, havendo híbridos com maior tolerância genética a doença.
Contudo, Debona destacou que o posicionamento de hídricos com relação a tolerância à doença é um tanto quanto complexo, pois se tem observado uma correlação entre a tolerância de hídricos de milho à mancha de bipolares e aos enfezamentos, uma vez que milhos com maior tolerância à bipolaris tendem a apresentar maior suscetibilidade aos enfezamentos, o que dificulta o posicionamento dos híbridos em áreas com elevada pressão de cigarrinha-do-milho e mancha de bipolaris.
Debona também chamou atenção para a influência do posicionamento de fungicidas no ciclo da cultura, dando ênfase para a antecipação das aplicações de V7 para V4, e os resultados positivos oriundos dessa prática, tais como a redução da severidade da doença.
Figura 1. Controle químicos de mancha de bipolaris em milho. Momento de controle.
Além do posicionamento dos fungicidas no estádio do desenvolvimento do milho para o controle da mancha de bipolaris, Debona destacou haver diferença de eficiência dos fungicidas no controle de Bipolaris dentro de um mesmo grupo químico de fungicidas, sendo que, alguns princípios ativos têm demonstrando maior eficiência no controle dessa doença. De acordo com o pesquisador, deve-se dar preferência pelos princípios ativos com melhor performance nas primeiras aplicações dos fungicidas.
Figura 2. Posicionamento de fungicidas para o controle de bipolaris em milho.
Passando para o manejo de nematoides fitopatogênicos, a Dra. Angélica Miamoto chamou atenção para os impactos causados pelos fitonematoides nas culturas agrícolas, principais espécies e características delas, sintomas típicos na soja, estratégias para a diagnose correta dos fitonematoides, assim como o período e forma correta de amostragem (do florescimento ao enchimento de grãos).
Figura 3. Época de amostragem de fitonematoides na cultura da soja.
Focando no manejo integrado de nematoides, a Dra. Angélica Miamoto destacou as principais estratégias disponíveis para reduzir as populações dos fitonematoides, abordando a genética, o controle cultural, o controle químico e o controle biológico.
Miamoto também abordou a importância de se adotar estratégias biológicas para o manejo dos fitonematoides, demonstrando que, dependendo da espécie do nematoide, o controle biológico pode ser tão eficiência quanto o controle químico, sendo portanto, essencial no manejo integrado dos fitonematoides.
Figura 4. Comparação entre controle químico e biológico de M. javanica e P brachyurus.
Confira abaixo tudo o que foi abordado no último episódio do Produzindo Mais Soja.