O manejo de plantas daninhas na lavoura de arroz ainda é um problema constante para os produtores gaúchos. Em entrevista exclusiva à Safras News, o consultor de plantas daninhas do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Carlos Mariot, apontou que os principais erros ainda cometidos envolvem o timing inadequado da aplicação de herbicidas, a escolha errada dos produtos e o estágio incorreto das plantas no momento da aplicação.

“Muitas vezes o produtor erra no tempo e no produto, o que compromete o controle efetivo”, disse.

Apesar disso, ele avalia que houve avanços significativos nas práticas de aplicação. “Hoje isso já está bem mais esclarecido. A questão da tecnologia de aplicação evoluiu muito”, pontuou.

Mariot destacou a importância da inserção da soja na rotação de culturas com o cereal. “A soja passou a ter papel essencial na rotação com o arroz. Isso não era realidade há 20 anos. Hoje, está consolidada entre os arrozeiros e contribui também para o manejo de plantas daninhas”, afirmou. Essa prática, aliada ao uso de herbicidas hormonais, tem sido fundamental no combate a espécies resistentes.

Resistência de plantas daninhas

Conforme o entrevistado, entre as principais preocupações atuais está o avanço da resistência de plantas daninhas a herbicidas. O arroz daninho, especialmente o Oryza sativa L. (arroz vermelho), continua sendo o maior inimigo da lavoura de arroz. A introdução do sistema Clearfield, há mais de 20 anos, representou um avanço significativo no controle dessa espécie. No entanto, o uso contínuo levou à seleção de biótipos resistentes.

“Fizemos um monitoramento recente e detectamos resistência ao grupo das imidazolinonas em 96% das amostras de arroz daninho analisadas”, alertou Mariot.

Esse cenário forçou os produtores a adotarem práticas mais rigorosas, como a rotação de mecanismos de ação e o uso de herbicidas em pré-emergência. “Isso inevitavelmente aumentou o custo de controle, mas é necessário para manter a eficiência do manejo”, afirmou o consultor.

Como resposta, novas tecnologias foram implementadas nos últimos três anos. Entre elas, a tecnologia Provisia, desenvolvida pela BASF, baseada no uso de graminicidas, tem se mostrado eficaz.

O Irga planeja, nos próximos anos, lançar cultivares próprias com essa tecnologia incorporada. Segundo o especialista, o prazo para isso ainda é de médio prazo. “Uma cultivar leva cerca de 10 anos para ser lançada desde o cruzamento até o mercado. Com materiais já prontos, o tempo pode ser reduzido, mas ainda leva alguns anos”, afirmou.

Fonte: Ritiele Rodrigues / Safras News



 

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Autor:Ritiele Rodrigues/Safras News

Site: Safras & Mercado

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