Por Argemiro Luís Brum

A cotação da soja, para o primeiro mês cotado em Chicago, após trabalhar mais próxima de US$ 10,60/bushel durante boa parte da semana, acabou fechando a quinta-feira (12) em baixa, a US$ 10,42, contra US$ 10,51/bushel uma semana antes.

O mercado esteve na expectativa do relatório de oferta e demanda do USDA, que foi anunciado neste dia 12/06, quinta-feira. O mesmo trouxe os seguintes números para a soja, safra 2025/26:

  1. A produção nos EUA e os estoques finais neste país foram mantidos, respectivamente, em 118,1 milhões e 8 milhões de toneladas;
  2. O preço médio ao produtor estadunidense da oleaginosa foi, igualmente, mantido em US$ 10,25/bushel para o novo ano comercial;
  3. A produção mundial de soja também não se alterou, ficando em 426,8 milhões de toneladas;
  4. Já os estoques finais mundiais foram aumentados para 125,3 milhões de toneladas, ganhando um milhão de toneladas sobre o indicado em maio;
  5. A produção brasileira e argentina foi estabelecida, respectivamente, em 175 e 48,5 milhões de toneladas;
  6. E as importações de soja por parte da China estão estimadas, agora, em 112 milhões de toneladas, volume igual ao projetado em maio.

Dito isso, até o dia 08/06 o plantio da nova safra de soja nos EUA atingia a 90% da área esperada, contra a média de 88% para esta data. Enquanto isso, 75% das lavouras haviam germinado, contra 72% na média. Por sua vez, 68% das lavouras estavam entre boas a excelentes, contra 72% no ano anterior, nesta mesma época, e 67% na semana anterior.

E na semana encerrada em 5 de junho, os embarques estadunidenses de soja somaram 547.040 toneladas, superando o esperado pelo mercado. Em todo o atual ano comercial os EUA já exportaram 45,2 milhões de toneladas, ou seja, 11% a mais do que um ano antes.

Já no Brasil, os preços da soja pouco evoluíram, se mantendo dentro de uma média que dura algumas semanas. A média gaúcha, por exemplo, ficou em R$ 121,32/saco, enquanto as principais praças locais mantiveram os R$ 119,00. No restante do país, as principais regiões registraram poucas variações, em relação as semanas anteriores, com o saco da oleaginosa oscilando entre R$ 107,00 e R$ 120,00.

Em tal contexto, as vendas de soja relativas a safra 2024/25 atingiram, no Brasil, a 64% da produção estimada, estando em atraso já que a média histórica é de 76,9%. Quanto a safra futura 2025/26, as vendas antecipadas chegam a apenas 10,8% do volume esperado, contra a média de 20,6% para o período (cf. Safras & Mercado). Muito disso porque os produtores, aqueles que podem fazê-lo, aguardam melhores preços para vender.

Especificamente no Mato Grosso, a comercialização antecipada da nova safra chegou a 14,1% do volume projetado a ser colhido no Estado, ficando abaixo de anos anteriores, já que a média histórica está um pouco acima dos 25% para esta data. A futura produção mato-grossense é esperada um pouco acima de 47 milhões de toneladas, dependendo do clima. Quanto à safra já colhida (2024/25), cerca de 76% da mesma havia sido comercializada, contra 82,4% na média (cf. Imea).

Por sua vez, voltou a pesar sobre o mercado global o fato das negociações entre EUA e China terem avançado bem, em relação à disputa comercial, conhecida como tarifaço, imposta por Donald Trump, presidente dos EUA, desde março passado.

Enquanto isso, o Brasil exportou 14,09 milhões de toneladas de soja em maio, 4,9% a mais que o volume embarcado no mesmo mês do ano passado, porém, 7,7% abaixo do vendido em abril. Nos primeiros cinco meses do ano, o país exportou um volume recorde de 51,5 milhões de toneladas de soja, ou seja, 2,7% acima do vendido no mesmo período de 2024 (cf. Secex).

Enfim, a Abiove divulgou novas projeções, apontando que em abril foram esmagadas 4,7 milhões de toneladas de soja no país, com um crescimento de 1,3% sobre março e 9% sobre o mesmo mês do ano passado. No acumulado dos primeiros quatro meses do ano o esmagamento alcança a 16,4 milhões de toneladas, o que representa uma alta de 3,4% na comparação com igual período do ano anterior. Segundo, ainda, a Abiove, a exportação continua mantida em 108,2 milhões de toneladas, com um aumento de 9,4 milhões sobre o ano anterior. Para a Associação, a colheita brasileira neste ano comercial ficou em 169,6 milhões de toneladas, contra 154,4 milhões no ano anterior. Já o esmagamento total no ano está igualmente mantido, no caso em um recorde de 57,5 milhões de toneladas, após 55,8 milhões em 2024.

Fonte: Informativo CEEMA UNIJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUÍ, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUÍ).



 

FONTE

Autor:Informativo CEEMA UNIJUÍ

Site: Dr. Argemiro Luís Brum/CEEMA-UNIJUÍ

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.