O mercado brasileiro de arroz manteve o ritmo lento nestes primeiros dias de agosto, com liquidez mínima e preços nominais. “As indústrias mantêm uma postura defensiva, realizando apenas compras pontuais para reposição imediata de estoques, sem avançar para aquisições de médio ou longo prazo”, relata o analista e consultor de Safras & Mercado, Evandro Oliveira.
Já os produtores continuam retendo o produto, sobretudo nas categorias de maior qualidade, apostando na possibilidade de alguma valorização futura. “A exportação assume protagonismo absoluto como principal vetor de sustentação do mercado”, adverte Oliveira.
Contudo, o setor monitora com atenção a aproximação da colheita nos Estados Unidos, que pode redirecionar a demanda e reduzir o ritmo dos embarques brasileiros. “Caso essa desaceleração se concretize, o risco de acúmulo de estoques cresce, estendendo o atual ciclo de baixa”, explica o analista. “O momento é de cautela e expectativa, com o equilíbrio do mercado cada vez mais dependente do desempenho externo”, explica.
Conforme dados consolidados do Secex/MDIC, na temporada comercial 2025/26 (março/julho), a balança comercial do arroz brasileiro sinaliza uma importante mudança de rumo em relação ao ano anterior, com reversão do déficit comercial e conquista de superávit de 11,61 mil toneladas (base casca). Esse desempenho resulta de um avanço nas exportações (+18,9%), que somaram 644,56 mil toneladas (base casca), frente a uma retração nas importações (-9,4%), totalizando 632,95 mil t.
Em relação aos preços, a média da saca de 50 quilos de arroz em casca no Rio Grande do Sul (58/62% de grãos inteiros, pagamento à vista) encerrou a quinta-feira (7) em R$ 69,97, alta de 1,07% em relação à semana anterior. Na comparação com o mesmo período do mês passado, a alta era de 5,40%. Ante 2024, a desvalorização atingia 40,75%.
Fonte: Rodrigo Ramos/ Agência Safras News