O mês de setembro foi marcado por sucessivas quedas nas cotações do arroz em casca no Rio Grande do Sul. De maneira geral, agentes das indústrias relataram dificuldades persistentes nas vendas do produto beneficiado, o que limitou as aquisições de grandes volumes da matéria-prima e restringiu a possibilidade de alta dos preços.
Com a proximidade da janela ideal para a semeadura da safra 2025/26, parte dos produtores com maior necessidade de caixa intensificou as ofertas, visando adquirir insumos agrícolas para o plantio. Esse aumento na disponibilidade do grão, combinado à demanda enfraquecida, pressionou ainda mais as cotações internas. Diante disso, muitos orizicultores optaram por se retirar temporariamente das negociações, aguardando condições mais favoráveis, já que os valores não cobrem mais os custos de produção.
Entre os agentes do setor, cresceu a expectativa de que maiores volumes destinados à exportação pudessem contribuir para a sustentação dos preços domésticos. Apesar de alguma movimentação no mercado externo ao longo de setembro, os valores oferecidos não foram suficientemente atrativos para influenciar positivamente as cotações internas. Além disso, com a desvalorização do dólar de 1,77% no comparativo mensal e de 13,85% anual, a demanda externa esteve enfraquecida.
Na reta final de setembro, a atenção dos produtores se voltou quase integralmente à semeadura, especialmente em função das chuvas intensas que atingiram determinadas regiões e atrasaram o ritmo do plantio. Com isso, tanto a oferta quanto a demanda permaneceram limitadas, resultando em baixo volume de negócios realizados no período.
PREÇOS REGIONAIS – Entre 29 de agosto e 30 de setembro, o Indicador CEPEA/IRGA-RS (58% de grãos inteiros, com pagamento à vista) caiu 10,75%. Considerando-se as microrregiões que compõem o Indicador, houve redução de 7,46% na Campanha, a R$ 60,65/sc de 50 kg no último dia 30. Na Fronteira Oeste e na Zona Sul, os recuos foram de 9,30% e 10,46%, respectivamente, a R$ 61,21/sc e a R$ 60,79/sc. Na Planície Costeira Interna e na Depressão Central, as baixas foram ainda mais expressivas em igual comparativo, de 12,19% e 13,69%, na mesma ordem, a R$ 60,42/sc e R$ 56,46/sc no último dia útil de setembro.
Quanto às médias de setembro, o Indicador CEPEA/IRGA-RS (58% de grãos inteiros, com pagamento à vista) fechou a R$ 63,63/sc de 50 kg. A região da Depressão Central obteve média de R$ 61,44/sc, seguida da Planície Costeira Externa e da Campanha, com respectivas médias de R$ 61,82/sc e R$ 62,35/sc. Na sequência, estão Fronteira Oeste (R$ 63,97/sc), Planície Costeira Interna (R$ 64,42/sc) e Zona Sul (R$ 64,97/sc).
OUTROS RENDIMENTOS – Em relação aos demais rendimentos acompanhados pelo Cepea, a média de preços do produto com63% a 65% de grãos inteiros cedeu 9,89% entre agosto e setembro, a R$ 61,25/sc de 50 kg no dia 30. Para os grãos com59% a 62% de inteiros, a baixa foi de 11,38%, a R$ 59,90/sc. Quanto ao produto de 50% a 57% de grãos inteiros, houve desvalorização de 13,63% no mesmo comparativo, a R$ 56,57/sc.
VAREJO – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15(IPCA-15), considerado uma prévia da inflação, divulgado pelo IBGE, registrou avanço de 0,48% em setembro. Especificamente para o arroz, entre 15 de agosto e 15 de setembro, o preço médio ao consumidor caiu 2,91% em termos nacionais, sendo a11ª baixa consecutiva. Na comparação anual, a queda foi de20,73% e, em 12 meses, de 21,22%.
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Fonte: Cepea