Por T&F Agroeconômica, comentários referentes à 27/10/2025
FECHAMENTOS DO DIA 27/10

O contrato de soja para novembro fechou em alta de 2,45% ou $ 25,50 cents/bushel, a $1.067,25. A cotação de janeiro encerrou em alta de 2,31% ou $ 24,75 cents/bushel, a $1.085,00. O contrato de farelo de soja para dezembro fechou em alta de 1,39% ou $ 4,1/ton curta, a $ 298,2. O contrato de óleo de soja para dezembro fechou em alta de 0,99% ou $ 0,50/libra-peso, a $ 50,77.

ANÁLISE DA ALTA

A soja negociada em Chicago fechou em alta nesta segunda-feira. Uma onda de otimismo atingiu o complexo de grãos neste começo de semana, com os preparativos da reunião entre os presidentes da China Xi Jinping e dos EUA Donald Trump, nesta quinta-feira. Segundo o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, a China começará a comprar quantidades “substanciais” de soja dos EUA, após não ter registrado nenhuma venda de nova safra até o momento no atual ano comercial. A China comprou mais de US$ 12 bilhões em soja dos EUA em 2024.

A dúvida, caso a China realmente compre soja americana, é se eles vão apenas abastecer o volume necessário até o fim da colheita brasileira, algo estimado entre 8 e 9 milhões de toneladas, ou se vão comprar os mesmos 22 milhões de toneladas do ano comercial anterior. Olhando para o passado, na primeira guerra comercial entre os dois países, quando a China voltou as compras em 2018-2019 o movimento foi gradual, digno da paciência oriental e não na velocidade e ¼ de milha esperado pelo produtor americano.

NOTÍCIAS IMPORTANTES
EXPECTATIVA DE ACORDO COMERCIAL EUA-CHINA IMPUSIONA PREÇOS (altista)

A soja fechou em alta na sessão de Chicago, devido à expectativa de um acordo comercial rápido entre os Estados Unidos e a China, que suspenderia o embargo imposto por Pequim à oleaginosa americana para 2025/2026, da qual ainda não foram adquiridas. De fato, após reuniões realizadas no fim de semana na Malásia por equipes de negociação de ambos os países, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou ontem que uma “estrutura substancial” para as negociações comerciais havia sido alcançada antes do encontro entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping, na quinta-feira, na Coreia do Sul.

CHINA DEVE RETOMAR COMPRAS DE SOJA AMERICANA (altista)

Como parte do acordo, os Estados Unidos retiraram a ameaça de tarifas adicionais de 100% sobre produtos chineses, programada para 1º de novembro e a China deverá adiar as restrições ao comércio de terras raras por um ano e retomar as compras de soja americana. “Acredito que, quando o anúncio do acordo com a China for tornado público, nossos produtores de soja se sentirão muito bem com o que está acontecendo, tanto para esta temporada quanto para os próximos anos, por vários anos”, disse Bessent à ABC.

VERSÃO CHINESA (altista)

Do lado chinês, o Ministro das Relações Exteriores Wang Yi, que hoje conversou por telefone com o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, para coordenar o encontro entre Trump e Xi no âmbito da Cúpula de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, afirmou que “as relações comerciais e econômicas entre a China e os EUA passaram por alguns altos e baixos, mas ambos os lados esclareceram suas posições e aprimoraram seu entendimento durante as negociações comerciais em Kuala Lumpur”.

A DÚVIDA É A QUANTIDADE A SER COMPRADA PELA CHINA (altista)

Após a reunião dos presidentes na Coreia do Sul na próxima quinta-feira — por questões de timing, a notícia chegaria ao mercado na quarta-feira, após o encerramento do pregão de Chicago —, os traders esperam que as negociações levem a transações físicas. Em seguida, o debate se voltará para a quantidade de soja americana que a China precisaria comprar no atual ciclo comercial.

Nesse sentido, analistas cautelosos falam em não mais do que 8 milhões de toneladas, enquanto os mais extremistas preveem uma demanda próxima a 20 milhões de toneladas, pouco abaixo dos cerca de 22 milhões negociados com compradores chineses em 2024. Essa história ainda está em andamento.

COMPRAS CHINESAS PODEM LEVAR A RACIONAMENTO DE SOJA NOS EUA (baixista/altista)

No entanto, cabe destacar que, caso um acordo entre EUA e China efetivamente suspenda o embargo à soja, um dos fatores que vem sustentando os preços da oleaginosa ganhará maior relevância: a possibilidade de a safra final ficar abaixo dos 117,05 milhões de toneladas projetados pelo USDA em setembro, com base em comentários persistentes entre produtores de que a produtividade seria inferior à prevista pela agência. Considerando que o estoque final de hoje está oficialmente previsto em 8,17 milhões de toneladas, uma entrada chinesa no mercado americano — dependendo se estiver posicionada em direção ao lado cauteloso ou extremista — pode levar à necessidade de racionamento de suprimentos. Esse racionamento ocorrerá, como costuma ocorrer em casos semelhantes, por meio de preços mais altos da soja em Chicago.

EUA-EXPORTAÇÕES MENORES (baixista)

Em seu relatório semanal sobre a inspeção de embarques nos EUA, desta vez referente ao período de 17 a 23 de outubro, o USDA relatou hoje embarques de soja totalizando 1.061.375 toneladas, abaixo das 1.590.264 toneladas do relatório anterior e próximo da previsão mínima dos produtores do setor privado, que estimavam uma variação entre 1 e 1,50 milhão de toneladas.

EUA-PROGRESSO DA SAFRA (baixista)

Na ausência do relatório oficial de safra que o USDA publica todas as segundas-feiras devido à paralisação prolongada do governo americano — um fato difícil de entender fora dos EUA, os produtores do setor privado relataram um progresso médio na colheita de soja de 84% da área adequada, em comparação com os 73% estimados pelos operadores na semana anterior.

BRASIL-PLANTIO EM 36% DIZ CONSULTORIA PRIVADA (baixista)

No Brasil, a consultoria AgRural divulgou o avanço do plantio da soja 2025/2026 em 36% da área planejada, segundo dados coletados até quinta-feira, ante 24% na semana anterior e 36% no mesmo período de 2024. “No geral, o clima foi favorável ao plantio na semana passada, mas há áreas de preocupação no Centro-Oeste devido à irregularidade das chuvas e ao calor. A maior preocupação neste momento é a previsão de tempo seco e quente prevista para a semana atual”, afirmou a empresa.

CONAB-PLANTIO DE SOJA

O ritmo de plantio avançou de forma considerável em comparação com a semana anterior. Até 25 de outubro de 2025, 34,4% da área total havia sido semeada, ante 21,1% da semana anterior, 37,7% do ano passada, mas ainda atrasada em relação à média de 5 anos de 42,5%. Paraná semeou 52%, Mato Grosso 62,1%, Mato Grosso do Sul 54%, São Paulo 45%, Bahia 20%, Minas Gerais 11,6%, Tocantins 18%, Goiás 16% e Santa Catarina 7%. Rio Grande do Sul, Maranhão e Piauí plantaram apenas 1% da área pretendida.

Fonte: T&F Agroeconômica



 

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.