A colheita da cultura avança no Estado. É boa a produtividade obtida nas áreas semeadas no cedo e mais ao Norte do RS, e, decorrente do déficit hídrico, é menor a produção estimada nas lavouras mais tardias, localizadas em regiões específicas. O baixo volume e a má distribuição das chuvas continuam preocupando os produtores. As fases da lavoura são as seguintes: 12% em germinação e desenvolvimento vegetativo, 9% em floração, 19% em enchimento de grãos, 17% maduro e 43% já foram colhidos.

Na regional administrativa da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, maior região produtora, com 15,4% da área de milho do Estado, 78% das lavouras já foram colhidas, 3% estão em maturação, 1% em enchimento de grãos, 1% em floração e 17% encontram-se em desenvolvimento vegetativo. Avançam as atividades de colheita do produto, desocupando as áreas para semear milho safrinha ou soja, culturas que apresentam boa germinação e desenvolvimento inicial.

A produtividade média alcançada nas lavouras é de 7.580 quilos por hectare; em algumas áreas irrigadas, tem atingido até 12 mil quilos por hectare. As perdas decorrentes da estiagem foram pequenas nas lavouras cultivadas no cedo – a partir de agosto até meados de setembro, e um pouco maiores nas lavouras de plantio mais tardio, de final de setembro até final de outubro, e ocorrem de forma diferenciada na região.

Próximo de Santa Rosa, praticamente não há perdas nas lavouras de milho, diferentemente da região das Missões e em áreas vizinhas a Santo Ângelo e Entre-Ijuís, onde são um pouco maiores. Em relação à sanidade, é pequena a incidência de lagarta do cartucho; alguns produtores realizaram com êxito o controle da praga com Trichogramma. Não há registros de danos por doenças foliares na cultura.

Na de Frederico Westphalen, com 11,9% da área destinada à cultura no Rio Grande do Sul, 78% das lavouras já foram colhidas, 10% estão em maturação, 5% em enchimento de grãos, 7% estão entre floração, germinação e desenvolvimento vegetativo. As lavouras cultivadas com híbridos mais precoces e semeadas até a primeira quinzena de setembro apresentam boa produtividade, embora um pouco abaixo da expectativa inicial, variando entre 130 a 160 sacos por hectare. Já as lavouras semeadas posteriormente apresentam perdas maiores e redução na produtividade. Alguns produtores solicitaram cobertura do Proagro. É boa a qualidade dos grãos colhidos.

Na de Ijuí, que corresponde a 10,3% da área de milho cultivada no Estado, a colheita já foi realizada em 78% da área da cultura, outros 20% estão em maturação, 2% estão entre enchimento de grãos e floração. Na semana continuou a colheita, confirmando-se a diminuição da produtividade; ainda assim, em algumas lavouras a média chegou a 123 sacos por hectare frente a expectativa de 160 sacos. A qualidade do produto é variável.

Na de Passo Fundo, a cultura ocupa 8,2% da área do Estado; 20% das lavouras já foram colhidas, 40% estão na fase de maturação e por colher e outros 40% em enchimento de grãos. A redução no volume das precipitações e a distribuição irregular geraram perdas na produtividade, especialmente nas lavouras que estavam em floração e em enchimento de grãos no período crítico dessas condições climáticas. As perdas variam nos municípios da região; são menores em Cacique Doble e Santa Cecília do Sul, mais ao Norte, e bem maiores em outros, mais ao Centro, como em Ernestina.

Na regional de Erechim, com 5,7% da área de milho do Estado, as lavouras já colhidas chegam a 30%, 65% estão nas fases de enchimento de grãos até maturação, e 5% das lavouras em floração. A produtividade obtida tem variado entre 80 e 140 sacos por hectare,
em função da má distribuição das chuvas na região.

Na regional de Soledade, há 9% da área de milho do Estado. Das lavouras da região, 36% estão na fase de desenvolvimento vegetativo, 4% em floração, 10% em enchimento de grãos, 25% em maturação e 25% já foram colhidas. Prossegue a colheita das lavouras semeadas no cedo, com produtividade média de 100 sacos por hectare. Já o milho com semeadura tardia – plantado de dezembro a fevereiro em resteva de tabaco, milho safra e feijão – apresenta sinais de estresse hídrico, que ocorre com maior intensidade em lavouras com baixo uso de tecnologia e em locais de solos pouco profundos e compactados.

O volume de chuvas no período foi reduzido, atingindo apenas algumas regiões, e os agricultores aguardam precipitações volumosas para evitar mais perdas na cultura. Nas lavouras tardias, são realizados adubação nitrogenada em cobertura e controle de plantas invasoras em pós-emergência, tratos culturais que ocorreram em ritmo mais lento devido à baixa umidade do solo na semana. Também é realizado o controle químico da lagarta do cartucho do milho, Spodoptera frugiperda, e alguns produtores fazem o controle biológico da lagarta do cartucho do milho com Trichogramma.

Na regional de Santa Maria, que representa 5,5% da área da cultura no Rio Grande do Sul, somente 18% das lavouras foram colhidas, outras 20% estão em maturação, 20% em enchimento de grãos, 16% em floração e 26% das lavouras estão em germinação e desenvolvimento vegetativo. As lavouras da primeira safra, cuja área é de 25 mil hectares, apresentam perdas elevadas.

A redução de produtividade chega quase à metade da previsão inicial e há casos de perdas totais da produção. O produto dessas áreas está sendo destinado à alimentação animal e provável replantio. Já o milho semeado posteriormente, incluindo o da safrinha, foi beneficiado pela volta das chuvas em janeiro, possibilitando replantios, novas semeadura e um melhor desenvolvimento da cultura.



Na de Bagé, a cultura ocupa 5,2% da área de milho do Estado. Em municípios próximos da sede desta região administrativa da Emater/RS-Ascar, o clima ao longo da semana foi bastante adverso para as lavouras de milho devido às temperaturas diurnas e noturnas elevadas e à falta de chuvas, refletindo negativamente tanto nas lavouras para produção de grãos quanto naquelas para silagem, principalmente entre as que estão em fase de floração e enchimento de grãos.

Os sintomas de estresse hídrico são visíveis na forma de secamento de folhas baixeiras e no murchamento das plantas. A situação é mais forte e localizada em algumas comunidades onde já havia restrição hídrica e nas quais desde o final de janeiro ocorreram poucas precipitações, associadas às altas temperaturas da semana. Ocorre infestação de plantas daninhas em algumas lavouras implantadas com variedades de milho que impedem a utilização de herbicidas dessecantes.

As aplicações de herbicidas e fertilizantes nitrogenados estão paralisadas devido às condições climáticas adversas. De forma geral, as lavouras estabelecidas durante novembro apresentam melhor estande e com pleno sombreamento do solo, constituindo assim uma maior resistência à perda de umidade. Já as lavouras estabelecidas a partir da segunda quinzena de dezembro apresentam em geral estande desuniforme e maior estresse causado por falta de chuvas e altas temperaturas, havendo prejuízo no desenvolvimento vegetativo e na produtividade.

A ensilagem das lavouras deve ser iniciada a partir da última semana de fevereiro. Em Maçambará, a maior parte da área plantada entre agosto e setembro está colhida, e não foi afetada significativamente pela seca. A colheita avança para o final, e a produtividade média estimada é de oito toneladas por hectare. Em São Gabriel, há perdas grandes nas lavouras que se encontravam na fase de enchimento de grãos na época da estiagem. As destinadas à produção de silagem também sofreram muito pela falta de chuva.

As últimas que foram plantadas tiveram umidade suficiente para a emergência das plantas, mas começam a sentir os efeitos da descontinuidade das chuvas. Em São Borja, a colheita está praticamente concluída, restando apenas pequenas áreas cultivadas por agricultores familiares. A produtividade média obtida nas áreas de sequeiro é de 110 sacos por hectare e nas áreas irrigadas, de 160 sacos por hectare. Em boa parte das áreas onde o milho foi colhido, ainda houve semeadura de soja, mas alguns produtores optaram por semear novamente o milho, utilizando irrigação nas áreas de pivô para auxiliar a germinação.

Na de Pelotas, a cultura representa 7% da área de milho do Estado. Das lavouras implantadas, 35% estão na fase de desenvolvimento vegetativo, 38% em floração, 24% em enchimento de grãos e 3% em maturação. Neste período ainda acontece semeadura de lavouras do milho pós-cultivo do tabaco, a serem utilizadas principalmente para a elaboração de silagem e fornecimento da planta inteira ou picada para os animais. Também ocorrem em pequena escala, semanalmente, as semeaduras do milho destinado à colheita como milho verde, com áreas sendo plantadas a cada chuva.

De forma geral, a cultura na região já apresenta perdas consideráveis em relação à expectativa inicial, decorrentes da falta de precipitações regulares em todos os municípios. As perdas são maiores em alguns deles, como em Amaral Ferrador. Os produtores cujas lavouras contam com seguro agrícola iniciaram os comunicados de perdas e a solicitação de perícia junto aos agentes financeiros.

Na de Porto Alegre, com 4,4% da área de milho do Estado, a cultura se encontra na fase de desenvolvimento vegetativo em 13% das lavouras, 8% em floração, 23% em enchimento de grãos, 26% em maturação e 30% já foram colhidos. O desenvolvimento das lavouras foi prejudicado pela estiagem, tanto para grãos como para silagem. Além da produtividade abaixo da esperada, a silagem obtida nas primeiras colheitas foi de baixa qualidade. As áreas semeadas no cedo apresentam melhores condições do que as semeadas mais tardiamente.

Na regional da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, são cultivados 13,7% da área de milho no Estado. As lavouras implantadas mais cedo estão entrando em maturação, e há expectativa de redução no rendimento em decorrência do déficit hídrico associado às altas temperaturas em dezembro e no início de janeiro. Já nas lavouras mais tardias, a recuperação é satisfatória. Continua a colheita nas lavouras destinadas à silagem, com redução significativa do volume e da qualidade nutricional do produto, devido à pequena quantidade de grãos na massa ensilada.

Mercado (saca de 60 quilos)

Segundo o levantamento semanal realizado pela Emater/RS-Ascar, o preço médio no Estado ficou em R$ 43,00/sc., com redução de 0,58% em relação ao da semana anterior.

Na regional de Santa Rosa, o preço médio reduziu um pouco, sendo cotado a R$ 42,00; em Frederico Westphalen, entre R$ 43,00 e R$ 44,00; na de Pelotas, os preços permanecem estáveis, entre R$ 38,00 e R$ 45,00; em Bagé, variaram entre R$ 36,00 e R$ 48,00; em Caxias do Sul, o preço médio foi de R$ 43,50 e em Ijuí, de R$ 42,75; em Erechim e em Passo Fundo, permaneceu em R$ 44,00; em Soledade, em R$ 43,00; em Santa Maria, o preço médio aumentou para R$ 44,19 e em Porto Alegre, com ligeira alta, foi comercializado ao preço médio de R$ 44,50/sc.

Fonte: Emater/RS

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.