A despesa com a produção do algodão em MT para a safra 20/21 ficou mais cara em julho. Assim, o custo variável avançou 2,26% em relação à safra 19/20, ficando previsto em R$ 9.097,44/ha.
Com o dólar atingindo altos patamares neste ano, os insumos como: macronutriente (+10,61%) e fungicida (+22,01%) se valorizaram. Por outro lado, os herbicidas (-32,38%), inseticidas (-4,97%) e a semente de algodão (-15,10%) recuaram em relação à safra passada.
Já nos custos operacionais, a estimativa é de R$ 9.690,37/ha, acréscimo de 6,63% no comparativo com a safra 19/20, devido ao aumento na classificação e beneficiamento. Ademais, para que o produtor consiga pelo menos cobrir seus custos variáveis é necessário que negocie a sua pluma a uma média de R$ 77,04/ha.
Por fim, com as despesas aumentando e as incertezas do mercado quanto ao futuro da próxima safra, o produtor tende a investir em outra cultura para o próximo ciclo agrícola.
Confira agora os principais destaques do boletim:
• A moeda norte-americana mais uma vez deu suporte para o avanço das paridades de exportações em Mato Grosso. Assim, os contratos dez/20 e jul/21 fecharam a um preço médio de R$ 104,26/@ e R$ 111,52/@, respectivamente.
• Diante dos acontecimentos no cenário nacional na última semana, o dólar avançou 2,05% no comparativo semanal, alcançando R$ 5,54/US$.
• Os subprodutos do algodão em Mato Grosso aumentaram na última semana, com variações semanais de 1,92%, 1,77% e 2,40%, para o caroço, a torta e o óleo, respectivamente.
• Na última semana a colheita do algodão mato-grossense avançou 14,43 p.p. em relação à semana passada, alcançando até sexta-feira (21/08) 88,51% das áreas.
Cotações:
A escalada do preço da pluma está caminhando lentamente nos últimos meses e a diferença entre o contrato corrente da ICE e o valor Esalq ainda é visível. Assim, o preço da pluma na bolsa de NY chegou a ¢ US$ 63,73/lp na última sextafeira (21/08), tendo como principal fator dessa constante alta o problema climático enfrentado nos EUA.
Já no Brasil, mesmo com o avanço da colheita no país, o preço alcançou na última semana seu maior patamar desde abril, fechando em ¢ US$ 57,32/lp na sexta-feira. Isso porque a boa qualidade da pluma colhida até aqui e os baixos preços ofertados no mercado “spot” têm retraído os produtores do mercado disponível.
Além disso, o beneficiamento da pluma ainda é tímido e o produtor tende a priorizar o cumprimento dos contratos. Apesar disso, a fibra nacional está mais competitiva que seu principal concorrente (EUA) no mercado externo, e com o dólar em alta, isso poderá ser um diferencial para os países que estão retomando suas atividades industriais a virem comprar a pluma brasileira.
Fonte: Imea