Alternar as culturas em uma mesma área ao longo do tempo é uma prática de manejo fundamental para garantir o aumento da produção e produtividade por meio do melhoramento das propriedades físicas, químicas e biológicas do solo. Por isso, a cultura do milho é incluída na rotação de culturas com a soja, gerando resultados expressivos e sustentáveis a longo prazo.

É por meio dela que se pode aumentar a área de produção do milho e, consequentemente, buscar a autossuficiência do grão no Estado, que atualmente necessita de mais de 1,5 milhão de toneladas do cereal oriundo principalmente do Paraná e Centro-Oeste, para suprir a demanda interna, em sua maioria para alimentação de aves e suínos.



O aumento de 1% na área cultivada com milho no Rio Grande do Sul, na safra 2019/2020, é insuficiente para dar conta dessa demanda. Nesta safra de verão, os produtores gaúchos devem plantar 771 mil hectares de milho, o que representa apenas 13% da área estimada com o cultivo de soja (5,9 milhões de hectares). O ideal é que essa proporção chegasse a 30%.

Mas para isso, é necessário uma conscientização e conhecimento dos benefícios do milho na rotação de culturas. Muitos produtores já introduzem o milho em suas propriedades pelo interesse econômico, quando o mercado apresenta bons preços. O que é uma decisão impulsiva e ineficiente pelo fato de que muitas mudanças podem acontecer entre a implantação da cultura e a colheita, trazendo grandes frustrações.

Enquanto os critérios de mercado determinarem a decisão do produtor, os benefícios técnicos, amplamente difundidos pela pesquisa, acabam caindo no esquecimento. Por isso essa estratégia deve ir muito além da análise de preços, porque para um bom planejamento é necessário levar em conta todos os benefícios que o cereal pode trazer para o sistema produtivo das propriedades e sustentabilidade de todo o sistema de rotação de culturas e de conservação do solo.

É recomendado que os talhões que têm a cultura da soja como principal, deveriam receber a cada três anos a cultura do milho, por ser a forma de rotação mais viável tecnicamente e rentável para o cultivo de verão.

Fazer a rotação de culturas não beneficia apenas economicamente o produtor, que precisa entender que esse sistema faz o controle de pragas, doenças e plantas daninhas; além de propiciar mais proteção e recuperação do solo e capacidade de infiltração de água no solo, diminuindo o risco de erosão, perda de nutrientes nos casos de enxurradas e aumento da produtividade.

Para que esse tipo de trabalho tenha sucesso, cada agricultor deve procurar assistência técnica e acumular experiências, para melhorar os sistemas, ao longo dos anos, do seu fator de produção mais valioso: um solo com alta fertilidade.

Alencar Rugeri, diretor técnico da Emater/RS e superintendente técnico da Ascar

Fonte: Emater/RS

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