Os preços do arroz em casca caíram fortemente em novembro, retornando aos níveis de maio deste ano, em termos nominais. A retração foi acompanhada por um recuo significativo da liquidez no spot do Rio Grande do Sul, com demandantes menos ativos e ofertando valores inferiores aos registrados em períodos anteriores. Essa dinâmica refletiu um mercado caracterizado por forte “queda de braço”, tendo prevalecido a pressão compradora, apesar da resistência inicial de vendedores.

Entre os fatores que explicam a baixa de preços estão o bom avanço do plantio da nova safra e o anúncio de leilões de contratos de opção de venda promovidos pelo Governo Federal. A expectativa de que esses leilões envolvam produtos da nova temporada a valores inferiores aos atuais influenciou o mercado. Além disso, as cotações internacionais do arroz registraram quedas, mesmo com os preços de importação e exportação se mantendo firmes em outubro.

Outro elemento relevante foi a expressiva redução no volume de beneficiamento e na saída do cereal do estado do Rio Grande do Sul em outubro, segundo dados do Irga. Essa menor movimentação reflete as dificuldades das indústrias em repassar os aumentos de preços para o atacado e o varejo, em um cenário de consumo enfraquecido e estoques elevados.

O contexto geral evidencia um mercado desafiador, com incertezas quanto à recuperação dos preços no curto prazo, já que a proximidade da entrada da nova temporada e o início dos leilões do Governo podem manter a pressão sobre o setor. Enquanto isso, a expectativa segue sobre o comportamento da demanda e o ritmo de negociação nos próximos meses, especialmente com o avanço do cultivo da safra 2024/25.

PREÇOS – Em novembro, a média do Indicador do arroz em casca CEPEA/IRGA-RS (58% de grãos inteiros, com pagamento à vista) foi de R$ 111,66/saca de 50 kg, oscilando entre o mínimo de R$ 102,23/sc e o máximo de R$ 118,42/sc, ou seja, uma diferença expressiva de 13,67% entre esses valores. A média mensal ficou 6,39% abaixo da de outubro e 1,94% da de nov/23, em termos nominais.

Dentre as microrregiões que compõem o Indicador, a Planície Costeira Externa apresentou queda de 7,7% no comparativo mensal, para R$ 111,02/sc em nov/24. Na Depressão Central, a desvalorização foi de 7,1%, a R$ 107,86/sc. Na Planície Costeira Interna e Fronteira Oeste, houve respectivas baixas de 6,52% e 6,01%, para R$ 113,89/sc e R$ 111,38/sc. Por fim, na Campanha e na Zona Sul, as médias recuaram 6% e 5,96%, a R$ 109,38/sc e R$ 114,61/sc.

Para as demais faixas de rendimento acompanhadas pelo Cepea, o preço médio do produto com 50% a 57% caiu 7,22% no Rio Grande do Sul entre out/24 e nov/24, a R$ 108,71/sc. Os grãos com 63% a 65% de grãos inteiros se desvalorizaram 1,9%, a R$ 118,13/sc de 50 kg. Para os grãos com 59% a 62% de inteiros, a queda foi de 6,25% no período, com a média a R$ 112,08/sc.

PROGRESSO DE CAMPO – De acordo com levantamento do Irga, até o dia 28 de novembro, a semeadura no Rio Grande do Sul atingiu 93,36% da área prevista pelo Instituto. Assim, faltam 63 mil hectares para a conclusão dos trabalhos. Ainda segundo o Irga, a região de Fronteira Oeste está com 99,01% da área semeada; a Campanha, com 98,99%; Planície Costeira Externa, com 98,54%; Planície Costeira Interna, com 94,77%; e a Zona Sul, com 95,34%. Por fim, a Depressão Central, região mais afetada pelas enchentes de maio deste ano, está com apenas 66,48% da área estimada semeada, o que pode resultar em trabalhos fora do período ideal.

VAREJO – Dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA15, considerado uma prévia da inflação) divulgados pelo IBGE no dia 26 apontam variação positiva de 0,62% nos preços de um conjunto de produtos e serviços vendidos no varejo e consumidos pelas famílias brasileiras em novembro/24. Especificamente em relação ao arroz, houve queda de 0,12% entre 12 de outubro/24 e 12 de novembro/24, acumulando avanço de 19,58% nos últimos 12 meses, na média nacional.

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Fonte: Cepea



 

FONTE

Autor:AGROMENSAIS NOVEMBRO/2024

Site: CEPEA

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