Em dezembro de 2023, os maiores acumulados de chuva se concentraram sobre o Oeste do país, com volumes que ultrapassaram 200 mm, contribuindo para a manutenção da umidade do solo nessas áreas. Já em grande parte da Região Nordeste, menores acumulados de chuvas foram observados, mantendo os índices de umidade do solo ainda baixos.

Em grande parte da Região Norte, os volumes de chuva foram superiores a 150 mm, principalmente no Amazonas, Acre, Rondônia e sudoeste do Pará, mantendo a umidade do solo elevada. Em Roraima e noroeste do Pará, os volumes de chuva abaixo de 100 mm não foram suficientes para elevar o armazenamento de água no solo em relação ao mês anterior.

Já na Região Nordeste, houve predomínio de tempo quente e seco, exceto em áreas do sul do Maranhão e do Piauí, bem como no extremo-oeste da Bahia, onde os volumes de chuva inferiores a 120 mm, possibilitaram o avanço da semeadura e desenvolvimento inicial dos cultivos de primeira safra, embora ainda haja escassez hídrica em alguns pontos destas áreas.

Na maior parte da Região Centro-Oeste, as chuvas mais regulares contribuíram para a elevação dos índices de umidade no solo, principalmente em áreas do sul do Mato Grosso, norte de Goiás e oeste do Mato Grosso do Sul. Em algumas localidades da região, os volumes superaram 150 mm, favorecendo o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra. Em grande parte da Região Sudeste foram observados acumulados de chuva acima de 120 mm, o que manteve a umidade no solo elevada.

No geral, as condições foram favoráveis para a semeadura e o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra. O norte de Minas Gerais e Espírito Santo segue em recuperação dos níveis de água no solo. Na Região Sul, os volumes de chuva foram menores em relação ao mês passado, com valores entre 120 mm e 200 mm, à exceção do oeste de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, além do sudoeste do Paraná, onde os volumes ficaram acima de 200 mm. Em geral, os níveis de água no solo permaneceram elevados em boa parte da região, e as condições meteorológicas foram
favoráveis para a semeadura e desenvolvimento dos cultivos de primeira safra.

Em dezembro, as temperaturas, em grande parte do país, ficaram acima da média, com temperaturas médias superiores a 24 °C. Na Região Sul, nordeste de São Paulo e sul de Minas Gerais, as temperaturas médias permaneceram entre 20 °C e 26 °C. Já em áreas do Centro e Norte do país, os valores foram superiores a 28 °C. Além disso, durante os dias 14 e 18 deste mês ocorreu um episódio de onda de calor que atingiu praticamente todo o Centro-Sul do Brasil. Neste contexto, as temperaturas máximas ultrapassaram 40 °C, especialmente em áreas do Piauí, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Bahia.

1.2. CONDIÇÕES OCEÂNICAS RECENTES E TENDÊNCIA

Na figura abaixo é mostrada a anomalia de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) entre os dias 16 e 31 de dezembro de 2023. Na parte Central do Pacífico Equatorial, houve predomínio de anomalias superiores a +1 °C, com valores de +2 °C a +3 °C, entre 120°W e 90°W, indicando a persistência de aquecimento das águas na região. Considerando a região do Niño 3.4 (área entre 170°W e 120°W), a tendência de aumento de anomalias média positivas de TSM tem persistido, principalmente a partir da segunda quinzena de dezembro, com valores próximos e acima de +1,5 °C, chegando a valores de +1,7 °C nos últimos dias deste mês, indicando a continuidade do fenômeno El Niño de intensidade forte.

A análise do modelo de previsão do El Niño – Oscilação Sul (ENOS), realizada pelo Instituto Internacional de Pesquisa em Clima (IRI) aponta, com probabilidade acima de 90%, que as condições de El Niño, fase quente, manterão até o final do verão de 2023/24. Quanto à intensidade do fenômeno, a maioria dos modelos climáticos indica que entre janeiro e fevereiro de 2024, o El Niño poderá atingir a sua maior intensidade, caracterizada por anomalias de TSM em torno de +2 °C, com possibilidade de enfraquecimento em meados do outono de 2024.

PROGNÓSTICO CLIMÁTICO PARA O BRASIL – PERÍODO JANEIRO, FEVEREIRO E MARÇO DE 2024

As previsões climáticas para os próximos três meses, segundo o modelo do Inmet, são mostradas na figura abaixo. O modelo indica chuvas abaixo da média na Região Norte e Sul, enquanto na parte Central há previsão de chuvas acima da média. Em geral, essa condição favorecerá uma maior disponibilidade hídrica nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste, há uma tendência de recuperação da umidade do solo no sul das Regiões Norte e Nordeste. Já na Região Sul, mesmo com a previsão de chuvas mais irregulares, os níveis de água no solo deverão permanecer elevados nos próximos meses.

Analisando separadamente cada região do país, tem-se que, para a Região Norte, a previsão é de chuvas predominantemente abaixo da climatologia do trimestre. Em áreas do Acre, Roraima, Tocantins, Amapá, bem como no sul e noroeste do Pará, os volumes de chuva podem ser próximos ou acima da média histórica, o que contribuirá para a elevação do armazenamento de água no solo.

Na Região Nordeste, que inclui áreas do Matopiba e Sealba, há previsão de chuvas acima da média. Tal cenário pode contribuir para a elevação da umidade do solo, que estavam em níveis críticos nos últimos meses. Nas partes central e norte, são previstas chuvas próximas ou abaixo da média.

Entretanto em algumas áreas os níveis de água no solo ainda continuarão baixos. Nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste, o modelo do Inmet indica chuvas dentro ou acima da média devido à formação do canal de umidade advindo da região Amazônica, que irá favorecer a regularidade das chuvas, consequentemente, a recuperação dos níveis de água no solo nos próximos meses. No oeste de Mato Grosso e sul do Mato Grosso do Sul, as chuvas podem ficar abaixo da média, mantendo os níveis de água no solo mais baixos.

Na Região Sul, são previstas chuvas abaixo da média no sul do Paraná, oeste de Santa Catarina e centro-oeste do Rio Grande do Sul, enquanto o restante da região as chuvas podem permanecer próximas ou ligeiramente acima da média. Esta irregularidade espacial das chuvas é uma consequência do enfraquecimento gradual do fenômeno El Niño, porém isso não deverá afetar os níveis de água no solo nos próximos meses.

Em relação à temperatura média do ar, o modelo continua indicando que, durante todo o trimestre, as temperaturas permanecerão acima da média climatológica em praticamente todo o país, especialmente em áreas do Centro e Norte do Brasil, com valores médios ultrapassando 25 °C. Destaque para as Regiões Norte e Nordeste, onde as temperaturas poderão ultrapassar 28 °C.

Já em áreas da Região Sul e áreas serranas da Região Sudeste, as temperaturas podem ser mais amenas, com valores menores que 22 °C devido ao aumento da nebulosidade e dias chuvosos.

Mais detalhes sobre prognóstico e monitoramento climático podem ser vistos na opção CLIMA do menu principal do site do Inmet (https://portal.inmet.gov.br)

Confira o boletim completo, clicando aqui.

Fonte: Conab



DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.