Brasil: A grande pergunta é: Por que os preços do milho estão caindo? Tem chance de voltar a subir?
Na opinião dos analistas da consultoria os preços do milho estão caindo por duas razões:
- a) Os compradores (sempre) estão abastecidos por pelo menos um mês (alguns até dois);
- b) Daqui a dois meses começa a colheita da Safrinha, que parece promissora.
Com isto, podem se manter fora de mercado, que é a atitude mais comum de quem não quer fazer pressão de compras, esvaziando os preços. Desta forma, forçam os preços para baixo e conseguem fazer as (poucas) compras que lhes faltam até alcançar o início da safrinha, quando os preços estarão entre 2-5 reais/saca menores do que os preços atuais.
O único fator que poderia virar este jogo para cima seria a entrada forte da exportação, diante da falta das ofertas da Ucrânia, quarto maior exportador mundial, mas, que está em guerra e com os portos atacados. Os preços internacionais estão andando de lado, no alto, mas o dólar no Brasil está caindo (estava a R$ 5,10 no início da guerra, hoje fechou a R$ 4,66, queda de 8,63%). Isto não ajuda a demanda de exportação, neste momento. É, porém, uma possibilidade.
MILHO ARGENTINO: Preços recuaram para R$ 97,84/saca nos portos
Com a queda das cotações das cotações em Chicago (-2,07%), houve nova queda nos prêmios (-2 cents/bushel). Com isto, os preços do milho argentino recuaram na sexta feira (04.04), para R$ 97,84/saca nos portos brasileiros contra R$ 101,50/saca, do dia anterior. Para safra nova, abril o preço recuou US$ 7/t para US$ 299, que corresponderia a aproximadamente US$ 350 CIF portos brasileiros do Sul; a cotação de Maio também recuou US$ 7/t para US$ 299/t; Junho recuou US$ 3/t para US$ 297 e Julho recuou US$ 5/t para US$ 297/t.
Já os embarques Panamax foram cotados a R$ 314 para abril, recuaram US$ 4/t para maio para US$ 314; para junho recuaram US$ 7/t para US$ 303 e julho recuou US$ 3/t para US$ 299/t.
MILHO PARAGUAIO: Preços recuaram cerca de US$ 8/tonelada para o Brasil
MERCADO DOMÉSTICO: Com 99% do milho de 2021 já comercializado, restam cerca de 30 mil toneladas não vendidas a dois meses do início da safra de milho de 2022. O avanço sobre o acumulado anterior é de 2 pontos percentuais (pp) acima de 97% ao final de fevereiro. Com preços recordes em março, chegaram a US$ 290 para o agricultor e, apesar de terem caído US$ 30 por tonelada na última semana, não deve sobrar 1% para vender da safra de 2021.
SAFRINHA 22: As vendas da safrinha 2022 é o que importa a partir de agora. As vendas aumentaram 2 p.p. em março, acumulando 20%. Com tanto milho plantado em 2022, área recorde, é necessário vender antecipadamente sim ou sim.
Fonte: T&F Agroeconômica