Os agricultores brasileiros voltaram a negociar cerca mais de 1,0 milhão de toneladas nesta quinta-feira, entre as duas safras, 2020 e 2021, a preços que continuam a seguir a escalada diária, que acompanha a alta do dólar e a demanda da China.
Esta alta da demanda foi novamente registrada pela pesquisa Cepea, que apontou nova elevação de 0,87%% nos preços médios dos portos do Sul do país, para R$ 92,37/saca, contra R$ 91,57/saca do dia anterior, mas maior ainda no mercado interno, pelo terceiro dia consecutivo, de 1,02%, contra 1,57% do dia anterior, para R$ 86,30/saca, contra R$ 85,43 do dia útil anterior.
No mercado físico a soja gaúcha deverá quebrar mais de 25%
No Rio Grande do Sul os preços tiveram nova alta de um real/saca para R$ 94,20 no porto. No interior o preço continuou a R$ 91,00 em Cruz Alta e R$ 91,00 em Passo Fundo e Ijuí. Os preços pagos aos agricultores ficaram ao redor de R$ 81,50,00 nas Missões, R$ 84,00 no norte do estado e R$ 83,00 na região central. Para 2021 há ofertas a R$ 94,40 no porto. Monitor de safra, da Uniagro, que tem mais de 243 ramificações no estado, está indicando uma quebra de safra média no RS de mais de 25%, com estimativas atuais de produção abaixo dos 15 MT.
No Paraná algumas indicações de agricultores indecisos, sobre se vendem ou não, diante da escalada de altas da soja dos últimos dias. Por isso os preços ficaram inalterados ao redor de R$ 85,00 no balcão, R$ 88,00 no disponível na região dos Campos Gerais, R$ 89,00 soja futura para abril e R$ 90,00 para final de maio. No porto o preço ficou em R$ 93,00 para março, R$ 94,00 para abril.
Na Bahia após dias de vendas produtores aumentam pedidas para R$ 85,00 nos vencimentos de maio 2020 e 2021, fato que segurou um pouco o volume negociado. Mas os compradores ainda ofereciam R$ 81,00 spot, R$ 83,00 maio de 2020 e R$ 83,00 maio de 2021.
Boas margens de esmagamento na China e boas margens de originação do Brasil levaram à venda de mais 6 cargos As boas margens de esmagamento na China e boas margens de originação no Brasil, com a 12a desvalorização seguida do Real provocaram a venda de mais 6 cargos, ou 360.000 toneladas de soja brasileira para a China, nesta quinta-feira. Somadas às 600 mil do dia anterior e mais 1,0 MT do início da semana, são mais 2,06 milhões de toneladas negociadas apenas em março de soja brasileira para a China.
Na Argentina os agricultores terão o quarto dia de greve em protesto contra o aumento do imposto de exportação de soja anunciado nesta semana pelo Governo, subindo de 30% para 33%.
Mesmo assim, os prêmios FOB nos portos brasileira estiveram entre 3 e 4 cents mais fracos. No mercado de Paper em Paranaguá foi negociado mais um navio para Maio de 2020 a + 38K. Os prêmios CIF da soja brasileira no porto chinês de Dallian recuaram 1 cent para Maio e permaneceram inalterados para as demais posições.
SUBPRODUTOS – Mercado internacional
No porto chinês de Dallian o preço da soja grão avançou para US$ 533,40/t, contra US$ 527,12/t do dia anterior; o preço do farelo recuou para US$ 390,39/t, contra US$ 394,26/t
do dia anterior e o preço do óleo, também recuou para US$ 761,47/t, contra US$ 762,81/t
do dia anterior.
Em Rotterdam, o principal porto não-China de demanda de soja e subprodutos, o preço do primeiro mês cotado da soja-grão recuou para US$ 376,40/t contra US$ 377,80/t do dia anterior; o pellets de soja permaneceu inalterado em US$ 392,0, afloat. Os preços dos óleos vegetais, para o primeiro mês cotado, foram: o óleo de canola recuou para US$ 880,38/t, contra US$ 886,90/t do dia anterior; o óleo de linhaça avançou para US$ 895,00 contra US$ 890,00 do dia anterior; o de soja, avançou para US$ 796,27/t, contra US$ 784,52/t do dia anterior; o óleo de girassol, para dezembro subiu para US$ 740,00 contra US$ 720,0 do dia anterior e o óleo de palma avançou para US$ 672,50/t contra US$ 667,50/t do dia anterior.
Fonte: T&F Agroeconômica