É fato conhecido que a deficiência de um nutriente pode levar a limitação da produtividade de uma cultura por mais que os demais nutrientes apresentem elevados níveis, fato denominado lei de Liebig ou “Lei do mínimo”.

Veja também: Lei de Liebig (ou Lei do mínimo) e a produtividade das lavouras. 

Além disso, solos com pH inadequado tendem a diminuir a disponibilidade de nutrientes para as plantas. A maior faixa de disponibilidade de nutrientes do solo para as plantas encontra-se entre pH 6 e 7 (figura 1).

Figura 1. pH x Disponibilidade de nutrientes no solo.

Adaptado: CASARIN (2016).

Mas como saber se há algum nutrientes com teores abaixo do recomendado? Como saber qual o pH do meu solo?

Essas perguntas podem ser facilmente respondidas por meio da análise do solo.

A análise do solo consiste na coleta de solo em diferentes pontos da lavoura a fim de analisar a fertilidade e pH do solo. Pode-se dividir a área para a realização da análise em talhões ou glebas (figura 2). Em casos mais específicos, como na utilização da agricultura de precisão, a área é dividida em “grids amostrais”. Os grids representam subdivisões da área, sendo mais precisos para efeito de correção do solo, ou seja, a área é dividida em “pedaços” de acordo com o interesse e necessidade do produtor (figura 3).

Figura 2. Divisão da área de produção em glebas.

Fonte: ESALQ.

Figura 3. Representação gráfica de grids de 1 hectare para uma área de 83,04 hectares, gerando 84 grids (exemplo).

Fonte: Precisão AP.

Segundo ARRUDA; MOREIRA; PEREIRA (2014) a gleba para coleta da amostra não deve ser superior a 10 hectares, deve-se buscar áreas mais homogêneas possíveis para a coleta das subamostras. Recomenda-se que para a coleta das subamostras na gleba, se realize um caminhamento em zig-zag na área, as subamostras devem ser homogeneizadas em um balde ou similar para compor a amostra de solo.

Figura 4. Exemplo de caminhamento a ser realizado para a coleta de amostras.

Fonte: SOLUM LABORATÓRIO.

O ideal é coletar aproximadamente umas 20 subamostras para homogeneização, contudo esse número pode variar de acordo com o tamanho da área, sendo em média coletadas 15 subamostras (SBCS, 2004). Várias ferramentas podem ser utilizadas pra coleta das amostras, tais com distintos tipos de trado e pás (figura 5).

Figura 5. Ferramentas que podem ser utilizadas para coleta da amostra de solo.

Fonte: SOLUM LABORATÓRIO.

A profundidade da coleta pode variar de acordo com a região e finalidade, para os Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina por exemplo, recomenda-se a coleta na camada de 0-10cm para produção de grãos sob sistema de plantio direto (figura 6).



Figura 6. Sugestão de amostradores e profundidades da camada de solo para a amostragem em diferentes grupos de culturas e sistemas de cultivo(1).

Fonte: SBCS (2004).

Mas quando realizar a análise de solo?

Em vídeo, o Gerente de Pesquisa CCGL Geomar Corassa aborda a importância da análise de solo e o momento ideal para sua realização. Segundo Geomar, o período de fim dos cultivos de verão, se aproximando dos cultivos de inverno e/ou vazio outonal é um “momento muito oportuno para a coleta de amostras para a análise de solo”, o que vem de encontro a afirmação de ARRUDA; MOREIRA; PEREIRA (2014) que em propriedades que fazem mais de uma safra por ano o ideal é a realização da análise de solo anualmente.

Geomar ainda destaca que boas condições de umidade do solo possibilitam a entrada de máquinas na lavoura caso necessário. Além disso, Geomar traz a importância da análise de solo como agente promotor de economia de fertilizantes e insumos e otimização do uso dos nutrientes no solo.

Confira o vídeo abaixo com as Dicas do Geomar Corassa.


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Referências:

ARRUDA, M. R; MOREIRA, A; PEREIRA, J. C. R. AMOSTRAGEM E CUIDADOS NA COLETA DE SOLO PARA FINS DE FERTILIDADE. Embrapa, Documento, n. 115, 2014.

CASARIN, V. DINÂMICA DE NUTRIENTES NO SISTEMA SOLO-PLANTA VISANDO BPUFs. IPNI – Brasil, Paragominas, PA, Ago. 2016.

ESALQ. 4 PASSOS PARA COLETA DE SOLO PARA AVALIAÇÃO DA FERTILIDADE. Disponível em: <http://esalqlab.com.br/wp-content/uploads/PO-Solo-v1.pdf>, acesso em: 29/05/2020.

PRECISÃO AP. AGRICULTURA DE PRECISÃO. Disponível em: <http://precisaoap.com.br/?menu=empresa&sub=ap>, acesso em: 29/05/2020.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIÊNCIA DO SOLO. COMISSÃO DE QUÍMICA E FERTILIDADE DO SOLO. MANUAL DE ADUBAÇÃO E CALAGEM PARA OS ESTADOS DO RIO GRANDE DO SUL E SANTA CATARINA. Sociedade Brasileira de Ciência do Solo. Comissão de Química e Fertilidade do Solo. Ed. 10, 2004.

SOLUM LABORATÓRIO. MANUAL PRÁTICO PARA AUXILIAR NA COLETA DE AMOSTRAS DE SOLO, FOLHA, NEMATÓIDE E SEMENTES. Disponível em: < https://www.solumlab.com.br/manual-pratico-de-coleta/>, acesso em: 29/05/2020.

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Sobre o autor: Maurício Siqueira dos Santos, Engenheiro Agrônomo formado pela UFSM. Atualmente Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola da UFSM e Integrante da Equipe Mais Soja.

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