As cotações da soja em Chicago praticamente trabalharam estáveis nesta semana, na comparação com a semana anterior. O primeiro mês cotado fechou a quinta-feira (25) em US$ 8,82/bushel, contra US$ 8,81 uma semana antes.
Mesmo com a projeção de uma safra menor neste ano, os grandes estoques de soja nos EUA seguram possíveis altas em Chicago. Além disso, embora as negociações entre EUA e China tenham sido retomadas, não há evolução positiva no curto prazo. Enfim, as exportações de soja por parte dos EUA continuam fracas.
De fato, as vendas líquidas estadunidenses de soja, na semana encerrada em 11/07, ficaram em 127.900 toneladas, representando um recuo de 68% sobre a média das quatro semanas anteriores. Para o ano 2019/20 o volume ficou em 198.400 toneladas. A soma dos dois anos não chegou ao limite mínimo esperado pelo mercado.
Há rumores de possíveis compras de soja estadunidense por parte dos chineses, nas semanas vindouras, porém, nada ainda surgiu de concreto a respeito.
Nesste contexto, o clima nos EUA continua sendo o elemento central de atenção em Chicago e fator que pode alterar o atual quadro das cotações. Neste sentido, até o dia 21/07 cerca de 54% das lavouras estadunidenses apresentavam situação entre boas a excelentes, ficando dentro do esperado pelo mercado. Outros 34% estavam regulares e 12% em condições entre ruins a muito ruins.
Aqui no Brasil, os preços recuaram diante de um câmbio que se manteve ao redor de R$ 3,75 por dólar na média semanal. Ao mesmo tempo, os prêmios nos portos nacionais se mantiveram normais, entre US$ 0,74 e US$ 0,90/bushel.
Com isso, o balcão gaúcho recuou para R$ 68,88/saco na média da semana, enquanto os lotes ficaram entre R$ 74,00 e R$ 74,50/saco. Nas demais praças nacionais os lotes giraram entre R$ 73,00 e R$ 74,00/saco no Paraná; R$ 62,00 e R$ 68,00 no Mato Grosso; R$ 66,00 e R$ 68,50 no Mato Grosso do Sul; R$ 67,00 a R$ 69,00 em Goiás; R$ 77,50 a R$ 78,50 em Santa Catarina; R$ 67,50 em Pedro Afonso (TO) e R$ 69,50/saco em Uruçuí (PI).
As primeiras projeções privadas de safra de soja para 2019/20 no Brasil dão conta de um volume de 123,8 milhões de toneladas, contra 118,2 milhões neste último ano. O Mato Grosso poderá colher 33,1 milhões, contra 32,3 milhões de toneladas na última safra; o Paraná voltaria ao segundo lugar, com 19,6 milhões de toneladas, contra 16,5 milhões na frustrada safra deste ano; o Rio Grande do Sul ficaria com 19,4 milhões, com 20,4 milhões no corrente ano; e Goiás registraria 12,7 milhões de toneladas, contra 12,4 milhões atualmente. (cf. Safras & Mercado)
Em isto se confirmando, e considerando que a safra dos EUA seria de apenas 104 milhões de toneladas neste ano, o Brasil assumiria a liderança mundial na produção da oleaginosa. Este será o segundo ano na história nesta condição.
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Fonte: Informativo CEEMA UNJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum (1) e de Jaciele Moreira (2).
1 – Professor do DACEC/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.
2- Analista do Laboratório de Economia da UNIJUI, bacharel em economia pela UNIJUÍ, Tecnóloga em Processos Gerenciais – UNIJUÍ e aluna do MBA – Finanças e Mercados de Capitais – UNIJUÍ e ADM – Administração UNIJUÍ.