A área plantada com arroz no Rio Grande do Sul deve ser de 5% a 10% menor na próxima safra. Segundo o presidente da Federação das Associações dos Produtores de Arroz do Rio Grande do Sul (Federaroz), Alexandre Velho, a rentabilidade da cultura é “baixíssima”. Para ele, a indefinição do governo federal em relação à renegociação das dívidas é um empecilho aos produtores. Representantes do setor produtivo do arroz devem se reunir com a ministra da agricultura, Tereza Cristina, na quinta-feira à tarde, durante a 42a Expointer, realizada em Esteio (RS).
O dirigente falou à Agência SAFRAS após evento de lançamento da 30a Abertura da Colheita de Arroz do Rio Grande do Sul, que também contou com a presença do governador do RS, Eduardo Leite, do secretário estadual da agricultura, Covatti Filho, do presidente do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Guinter Frantz, e de outras lideranças. Apesar do lançamento, o foco esteve voltado à discussão em torno do pedido, por parte dos produtores gaúchos, de redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para o arroz. A medida favoreceria a venda do cereal gaúcho a outros estados brasileiros. Essa diminuição é rejeitada pela indústria.
Para o governador gaúcho, a questão depende em grande parte da aprovação da reforma da previdência no congresso nacional, da reforma em nível estadual e municipal e da confirmação das privatizações de empresas subordinadas ao executivo estadual – aposta do governo gaúcho para equilibrar as contas públicas. Questionado sobre medidas que pudessem agradar a indústria numa eventual redução do ICMS, como a correção de possíveis distorções na taxa de Cooperação e Defesa da Orizicultura (CDO), Covatti Filho argumentou que as propostas a favor e contra o corte do imposto estão sendo avaliadas pela secretaria da Fazenda.
“A secretaria da agricultura não teve tempo de estudar as propostas devido ao envolvimento na organização da Expointer. Uma reunião entre técnicos das duas secretarias deve acontecer na semana que vem”, Covatti disse, ainda, que os nomes para as direções Administrativa e Técnica do Irga, aguardados há meses, podem ser anunciados “nos próximos dias”.
O presidente da Federarroz, Alexandre Velho, espera “que o governo tenha sensibilidade com o produtor”, que vê parte do mercado ao qual poderia atender sendo suprida por países do Mercosul. “A maioria das empresas não quer buscar o produto de fora. O nosso tem a segurança”, ressaltou.
Oferta e Demanda
Com a alta do dólar, levando em conta a instabilidade política, há dificuldade na aquisição de insumos para a safra que se inicia. A valorização da moeda norte-americana, por outro lado, favorece a exportação do cereal. Velho acredita que o Brasil deva importar de 900 mil a 1 milhão de toneladas de arroz na temporada, entre 1o de março de 2018 e 28 de fevereiro de 2019, ao contrário das 1,3 milhão de toneladas esperadas. As exportações devem superar as 1 milhão de toneladas projetadas pela Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) no começo do ano, ficando entre 1,3 e 1,4 milhão de toneladas, “e podendo chegar a 1.5 milhão”, projetou.
Fonte: Agência SAFRAS




