Uma das mais preocupantes e devastadores doenças que acometem a soja é a ferrugem-asiática, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi. Além de possuir elevada capacidade em reduzir a produtividade da soja, a ferrugem-asiática da soja se destaca por poder acometer a cultura em qualquer estádio do seu desenvolvimento, desde que, haja condições adequadas ao desenvolvimento da doença.

Os esporos do fungo são facilmente dispersos, contribuindo significativamente para a evolução dos casos da doença. Entretanto, cabe destacar que para que ocorra o desenvolvimento da doença, é necessária a disponibilidade de água livre na superfície da folha. Segundo Henning et al. (2014), é preciso no mínimo seis horas de molhamento foliar para que ocorra o processo de infecção pelo fungo.

Atualmente, 169 casos de ocorrência da doença foram registrados no Brasil pelo Consórcio Antiferrugem, a maioria concentrada no Estado do Paraná, impulsionados principalmente pelos casos iniciais oriundos Paraguay, e pelas condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento da doença.

Figura 1 Distribuição dos casos de ocorrência da ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi) no Brasil. Atualização 07/02/2023.

Fonte: Consórcio Antiferrugem (2023)

Dos casos de ocorrência da doença na cultura da soja, 59 estão concentrados no Paraná, 34 em Goiás, 25 no Mato Grosso do Sul, 16 em São Paulo e 13 no Mato Grosso, sendo essa a expressiva maioria dos casos no território brasileiro.



Figura 2. Distribuição dos casos de ferrugem-asiática da soja por UF.

Adaptado: Consórcio Antiferrugem (2023)

No Rio Grande do Sul, o caso mais recente de ocorrência da doença em soja foi relatado dia 27/01, no município de Forquetinha, em soja no estádio de desenvolvimento R1 (atualmente são três casos relatados de ocorrência da ferrugem em soja no Estado). Ainda que poucos casos da doença tenham sido observador no RS até o presente momento, sob e melhoria das condições climáticas, especialmente o aumento das precipitações pluviométricas, deve-se intensificar o manejo da ferrugem-asiática para evitar perdas produtivas.

De maneira geral, o Comitê de Ação a resistência a Fungicidas (FRAC-BR) recomentada que todo o programa de controle de ferrugem-asiática da soja deva ser iniciado de forma preventiva a ocorrência da doença. Confira abaixo o desempenho dos produtos para controle da ferrugem-asiática, ao longo das safras (elaborado a partir dos resultados da Rede de Ensaios Cooperativos – Consórcio Antiferrugem).

Figura 3. Porcentagem de controle da ferrugem-asiática com fungicidas tebuconazol (TBZ), ciproconazol (CPZ), tetraconazol (TTZ), protioconazol (PTZ), azoxistrobina (AZ), picoxistrobina (PCZ) e metominostrobina (MTM) nos experimentos (n) cooperativos nas safras: 2003/2004 (n=11), 2004/2005 (n=20), 2005/2006 (n=15), 2006/2007 (n=10), 2007/2008 (n=7), 2008/2009 (n=23), 2009/2010 (n=15), 2010/2011 (n=11), 2011/2012 (n=11), 2013/2014 (n=16), 2014/2015 (n=21), 2015/2016 (n=23), 2016/2017 (n=32), 2017/2018 (n=26), 2018/2019 (n=25), 2019/2020 (n=14) e 2020/2021 (n=19) em diferentes regiões produtoras de soja no Brasil.

Fonte: Embrapa

Referências:

CONSÓRCIO ANTIFERRUGEM. MAPA DA DISPERSÃO. Consórcio Antiferrugem: Parceria público-privada no combate à ferrugem asiática da soja, 2023. Disponível em: < http://www.consorcioantiferrugem.net/#/main >, acesso em: 07/02/2023.

EMBRAPA. FERRUGEM-ASIÁTICA DA SOJA. Embrapa. Disponível em: < https://www.embrapa.br/soja/ferrugem >, acesso em: 07/02/2023.

FRAC-BR. NOVAS RECOMENDAÇÕES PARA O MANEJO DA FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA. Comitê de Ação a Resistência a Fungicidas, 2023. Disponível em: < https://www.frac-br.org/soja >, acesso em: 07/02/2023.

HENNING, A. A. et al. MANUAL DE IDENTIFICAÇÃO DE DOENÇAS DE SOJA. Embrapa, Documentos, n. 256, 2014. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/105942/1/Doc256-OL.pdf >, acesso em: 07/02/2023.

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