No período de 10 a 16/01, as condições do tempo foram adversas ao bom desempenho da cultura. Além das dificuldades referentes à disponibilidade de água para irrigação, as temperaturas superaram os 40°C nas principais regiões produtoras do Estado. O calor extremo durante a fase reprodutiva pode causar a esterilidade de espiguetas e a não formação do grão, comprometendo o potencial produtivo dos cultivares.
No Centro e Oeste do Rio Grande do Sul, agricultores moderaram o uso de água para irrigação das lavouras, pois em parte das barragens e cursos água não há reservas acumuladas ou vazões suficientes para estender a operação até o final do ciclo. O gasto hídrico é potencializado também pelos solos mais secos e pela elevada evaporação.
Rizicultores adotaram a estratégia de priorizar a irrigação em volume e frequência recomendados em glebas nas quais o arroz está em fase reprodutiva, irrigando parcial ou intermitentemente as demais em fase vegetativa. Em relação ao aspecto fitossanitário de lavouras em fase de emissão das panículas e de floração, foram realizadas pulverizações com fungicidas, tendo em vista a previsão meteorológica de sequência de dias com chuva ou nublados.
Nas cultivares com resistência às principais doenças, não foram realizadas pulverizações complementares a fim de reduzir os custos de produção
Na regional de Bagé, a alta demanda de água para a irrigação da cultura em Uruguaiana durante o período da estiagem, foi objeto de uma audiência pública para esclarecer a população que apenas 5% das lavouras do município encontram-se a montante (acima) do ponto de captação da concessionária que abastece a cidade, sendo por isso mínimos os riscos de desabastecimento urbano.
Na de Pelotas, rizicultores estão em alerta com a salinização da Lagoa dos Patos e de alguns afluentes utilizados para irrigar. A diminuição de nível de água na lagoa eleva o índice de sal da água, prejudicando a cultura.
Na de Santa Maria, 50% da cultura está em desenvolvimento vegetativo e 50% em floração e enchimento de grãos, fases críticas às altas temperaturas. Foram contabilizadas 950 propriedades onde há dificuldades em conduzir a irrigação de maneira adequada. Em São João do Polêsine, parte da produção dependente do Arroio Soturno foi abandonada, restando as áreas cultivadas do município abastecidas pelo rio Jacuí.
Na de Soledade, foram realizados tratos culturais, tais como adubação nitrogenada em cobertura e controle de plantas invasoras, cuja incidência é maior devido à não manutenção da inundação nas lavouras. Na regional administrativa da Emater/RS-Ascar de Santa Rosa, em parte das propriedades a água disponível dá suporte apenas a banhos semanais nos plantios de arroz, não sendo possível manter a lâmina de inundação recomendada.
Na de Porto Alegre, 90% da cultura encontra-se em fase de desenvolvimento vegetativo e 10% em florescimento. O desenvolvimento da cultura é satisfatório, embora o uso racionado de água, pois os níveis dos reservatórios estão aquém da capacidade de armazenagem, e as chuvas de 14 e 15/01 não foram suficientes para restabelecê-los.
Comercialização (saca de 50 quilos)
Conforme o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Rio Grande do Sul, o preço da saca de arroz reduziu 0,46% em relação ao da semana anterior,
passando de R$ 61,88 para R$ 61,60.
Fonte: Emater/RS