O mercado brasileiro de trigo acompanha o avanço da colheita no Paraná. No Rio Grande do Sul, a ceifa ainda não foi iniciada. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Jonathan Pinheiro, as condições das lavouras vêm piorando gradualmente ao longo das semanas no PR, e relatos de danos já foram indicados em outros estados. No Rio Grande do Sul, as condições ainda não trazem maiores preocupações, novas geadas podem trazer  perdas.

“A comercialização segue em ritmo lento, com o mercado atento à volatilidade cambial no Brasil e Argentina, devido à necessidade de compras externas que o Brasil apresenta e ao impacto que isso gera nas paridades de importações aos compradores nacionais. A tendência de curto prazo para o Brasil é de queda das cotações, tendo em vista o iminente ingresso da nova safra no país. Entretanto, a desvalorização acentuada do real e aquisição mais cara no mercado internacional abrem espaços para recuperações, mesmo diante de um crescimento da oferta interna”, analisou.

Paraná

O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, informou, em seu relatório semanal, que a colheita do trigo no Paraná atinge 12% da área, estimada em 1,025 milhão de hectares, contra 1,102 milhão de hectares em 2018. As lavouras estão em boas condições (51%), condições médias (38%) e ruins (11%), divididas entre as fases de desenvolvimento vegetativo (14%), floração (14%), frutificação (20%) e maturação (52%).

Em Campo Mourão, no noroeste do Paraná, a colheita de trigo atinge 7% da área, estimada em 14,7 mil hectares. Segundo o engenheiro agrônomo da Coamo, Lucas Gouvea, a região não recebe chuvas relevantes há mais de 20 dias. “Pequenos volumes foram registrados apenas no último final de semana”, observou.

Outro fator climático que deve comprometer as lavouras são as geadas que foram registradas em julho. Conforme o engenheiro agrônomo, o fenômeno afetou cerca de 40% da área de Campo Mourão. Sendo assim, aproximadamente 6 mil hectares podem ter perda de 65% na média de produtividade. Ainda sem levar em conta este quadro, o rendimento médio em Campo Mourão é estimado em 2,35 toneladas por hectare, bem abaixo das 3 toneladas por hectare estimadas inicialmente.

As lavouras estão divididas entre as fases de pré-colheita (13%), maturação (40%) e frutificação (40%). Os trabalhos devem ser finalizados em meados de novembro.

Rio Grande do Sul

Segundo boletim semanal da Emater/RS, de modo geral, as lavouras de trigo do Rio Grande do Sul apresentam bom desenvolvimento. As lavouras se dividem entre as fases de desenvolvimento vegetativo (59%), floração (32%) e enchimento de grãos (9%). Nesta safra, a área estimada pela Emater/RS-Ascar para o cultivo do trigo é de 739,4 mil hectares. A área de cultivo de trigo no Rio Grande do Sul corresponde a 37% da área brasileira de plantio com o grão.

Fonte: Agência SAFRAS


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