Por T&F Agroeconômica, comentários referentes a 24/04.
FECHAMENTOS DO DIA 24/04

O contrato de soja para maio, referência para a safra brasileira, fechou em alta de 1,23%, ou $ 12,75 cents/bushel a $ 1053,00. A cotação de julho, fechou em alta de 1,12% ou $ 11,75 cents/bushel a $ 1062,00. O contrato de farelo de soja para maio fechou em baixa de -0,72% ou $ -2,1 ton curta a $ 288,7 e o contrato de óleo de soja para maio fechou em alta de 3,63 % ou $ 1,74/libra-peso a $ 49,65.

ANÁLISE DA ALTA

A soja negociada em Chicago fechou em alta nesta quinta-feira. As cotações do grão foram sustentadas pela forte alta do óleo de soja. O subproduto subiu 3,63% nesta quinta. Há rumores de que a Agência de Proteção Ambiental dos EUA publicará novos mandatos de corte no final deste mês, permitindo maior uso de biodiesel no corte obrigatório de combustíveis fósseis, conforme sugerido há algumas semanas por representantes da indústria petrolífera e empresas produtoras de biodiesel, que propuseram passar dos atuais 3,35 bilhões de galões para uma faixa entre 4,75 bilhões e 5,5 bilhões de galões nos próximos dois a três anos.

Em um evento privado, um executivo de uma das principais empresas que investem no chamado combustível de aviação sustentável (SAF), onde o biodiesel de soja é um dos agrocombustíveis utilizados afirmou “Haverá um forte impulso para crescer ano após ano. Atualmente, esperamos um crescimento de aproximadamente 100 vezes nos próximos dez anos”, disse Mihir Dange, da XCF Global.

O Nikkei noticiou nesta quinta que o Japão está considerando um aumento nas compras de soja dos EUA como parte de suas negociações tarifárias. O Japão já é o quarto maior mercado para a soja americana e é considerado um mercado confiável de longo prazo para uso em alimentos e rações.

NOTÍCIAS IMPORTANTES
ACORDO-CHINA-EUA CADA VEZ MAIS DIFÍCIL (baixista)

Em mais uma sessão volátil, a soja é negociada com leves altas e baixas no pregão diário de Chicago, onde as esperanças de um acordo rápido entre Estados Unidos e China para desarmar a segunda guerra comercial promovida pela Casa Branca estão se esvaindo. Isso ocorre após especulações sobre uma redução de tarifas de 145% para 50/60%. A China exigiu a eliminação completa dessas tarifas, ao mesmo tempo em que negou que autoridades chinesas estejam participando de negociações com o governo Trump.

O LADO CHINÊS (baixista)

“O aumento unilateral de tarifas foi iniciado pelos Estados Unidos e, se os Estados Unidos realmente querem resolver o problema, devem ouvir as vozes racionais da comunidade internacional, cancelar completamente todas as medidas tarifárias unilaterais contra a China e encontrar uma maneira de resolver as diferenças por meio de um diálogo igualitário”, disse hoje o porta-voz do Ministério do Comércio da China, He Yadong.

O LADO AMERICANO (baixista para CBOT, altista para o Brasil)

Em outra nota, e para adicionar mais confusão a um presente já confuso, após uma apresentação no Instituto de Finanças Internacionais, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse à imprensa que um acordo comercial com a China “pode levar de dois a três anos”. É improvável que isso tranquilize os produtores americanos em meio ao plantio de soja, especialmente dada a experiência da guerra comercial anterior, que durou de 2018 a 2020 e privou os EUA de uma parcela significativa das compras chinesas, que agora estão amplamente concentradas no Brasil.

PRESSÃO DA INDÚSTRIA AMERICANA (altista)

A urgência em chegar a um acordo parece estar do lado americano. Entre as especulações ouvidas nos corredores, surge uma forte reivindicação de indústrias de tecnologia agora impedidas de comprar terras raras da China, depois que o país optou por interromper as vendas de materiais estratégicos para os Estados Unidos. Aparentemente, as reservas acumuladas estão sendo esgotadas, e a reposição não está vindo, nem da China nem da Ucrânia, um país com o qual Trump ainda não assinou o tão badalado acordo de minerais. As pressões nas portas do Salão Oval estão crescendo.

EUA-EXPORTAÇÕES FRACAS (baixista)

O relatório semanal de exportação do USDA, abrangendo o período de 11 a 17 de abril, não foi encorajador para o mercado dos EUA hoje. A agência reportou vendas de soja para a safra 2024/2025 em 277 mil toneladas, abaixo das 554,8 mil toneladas do relatório anterior e próximo da previsão mínima dos traders, que tinham uma faixa de viabilidade entre 200 mil e 600 mil toneladas. “As vendas líquidas caíram 50% em relação à semana anterior e 25% em relação à média das quatro semanas anteriores”, afirmou o USDA, que destacou o México como principal comprador, com 87,8 mil toneladas, e não informou as transações com a China.

SECA DIMINUI NOS EUA (baixista)

Após a atualização semanal do mapa de monitoramento de seca dos EUA, que mostrou um declínio de 13,22% para 11% nas condições de seca moderada no Centro-Oeste, o USDA ajustou hoje a área de soja com condições de seca de 23% para 21%, quase no mesmo nível de 20% em vigor há um ano.

ÓLEO DE SOJA E REAL SUSTENTAM A SOJA (altista)

Além do aumento atual nos preços do óleo de soja, os preços da soja nos EUA são sustentados pela valorização do real em relação ao dólar, que já ultrapassou 2% nesta semana, enfraquecendo os incentivos de vendas dos produtores brasileiros à medida que a colheita se aproxima do fim.

Fonte: T&F Agroeconômica



 

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