Por T&F Agroeconômica, comentários referentes à 28/04/2025
FECHAMENTOS DO DIA 28/04
O contrato de soja para maio, referência para a safra brasileira, fechou em alta de 0,21%, ou $ 2,25 cents/bushel a $ 1052,00. A cotação de julho, fechou em alta de 0,31 % ou $ 3,25 cents/bushel a $ 1062,50. O contrato de farelo de soja para maio fechou em baixa de -1,03 % ou $ -3,0 ton curta a $ 287,0 e o contrato de óleo de soja para maio fechou em alta de 1,28 % ou $ 0,63/libra-peso a $ 49,91.
ANÁLISE DO MIX
A soja negociada em Chicago fechou de forma mista nesta segunda-feira. As cotações oscilaram muito pouco neste começo de semana, com pequenos ganhos e perdas com dois movimentos de demanda conflitando. O suporte vem da demanda interna, onde o óleo de soja segue sendo o destaque. A expectativa do setor é que o governo aumente o volume de biodiesel usado no corte obrigatório do diesel. Já a pressão está na demanda externa. Nesta segunda-feira o governo chines reforçou que não há negociações entre os dois países em andamento.
Grãos americanos como soja, milho e sorgo “podem ser facilmente substituídos e os suprimentos no mercado internacional são suficientes”, disse Zhao Chenxin, vice-diretor da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma.
“Mesmo sem a compra de grãos para ração e oleaginosas dos EUA, não haverá muito impacto no fornecimento de grãos da China.” A expectativa é que os embarques do Brasil, Argentina e Uruguai podem chegar a 30 milhões de toneladas entre abril e junho, o que seria um recorde para o período, segundo a Bloomberg.
NOTÍCIAS IMPORTANTES
ALTA DO ÓLEO DE SOJA PUXA A DO GRÃO (altista)
Os preços da soja fecharam o pregão de Chicago com leves altos e baixos — alta para os dois primeiros e baixa para os demais — enquanto ainda não há um acordo real entre os Estados Unidos e a China para encontrar maneiras de superar a atual crise tarifária. Assim como na última quinta-feira, os preços da soja foram sustentados pelo óleo de soja, que fechou o dia com altas de US$ 13,89 e US$ 14,33 em relação aos contratos de maio e julho, que fecharam em US$ 1.100,31 e US$ 1.112,43 a tonelada.
Essa reação se deveu, em parte, às restrições impostas pela disputa comercial à entrada nos Estados Unidos de óleo de cozinha chinês usado, que compete diretamente com os subprodutos da soja na produção de biodiesel.
PEDIDOS DE MAIS BIODIESEL COMO MANDATÓRIO (altista)
Associação Americana de Soja (ASA) e a Aliança de Combustíveis Limpos da América pediram à Agência de Proteção Ambiental dos EUA que “aumente o volume de biodiesel usado no corte obrigatório para 5,25 bilhões de galões”, dos atuais 3,35 bilhões. Ambas as organizações sustentaram que a medida “impulsionará a energia limpa, protegerá empregos americanos e fortalecerá nossa economia. É hora de agir”. O mercado espera que a agência anuncie os novos mandatos de corte ainda esta semana.
DISSE/NÃO-DISSE DOS EUA (baixista)
Sobre o vaivém no relacionamento EUA-China, ontem no programa This Week da ABC News, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse que não sabia se o presidente Donald Trump havia falado com seu colega chinês, Xi Jinping e que não sabia se alguma negociação comercial estava ocorrendo. Isso ocorreu depois que Trump afirmou na semana passada que seu governo estava em negociações comerciais com a China, uma afirmação negada por Pequim. Vale lembrar que Bessent é o mesmo funcionário que na última terça-feira previu uma “desescalada” na disputa tarifária entre os EUA e a China “em um futuro próximo” e que disse à imprensa na quinta- feira que um acordo entre os dois países “pode levar de dois a três anos”.
CHINA VOLTA A DESMENTIR NEGOCIAÇÕES (baixista)
Por sua vez, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun, disse em sua coletiva de imprensa regular hoje: “Deixe-me deixar claro mais uma vez que a China e os EUA não estão envolvidos em nenhuma consulta ou negociação sobre tarifas.”
CHINA-EUA NÃO FAZEM FALTA (baixista)
E mais especificamente sobre as implicações desta nova crise tarifária no setor agrícola, Zhao Chenxin, vice-diretor da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China e considerado o principal planejador econômico do país, disse hoje em uma coletiva de imprensa que as importações de grãos como sorgo, milho e soja dos Estados Unidos em 2024 representaram “uma parte muito pequena do consumo total de grãos da China” e acrescentou que esses tipos de grãos “são altamente substituíveis”, com ampla oferta disponível no mercado internacional. Quanto às reservas nacionais de grãos da China, ele as considerou abundantes.
“Mesmo que a China suspendesse as compras de grãos para ração e sementes oleaginosas dos EUA, isso não teria um impacto significativo no fornecimento de grãos do país”, disse a autoridade.
EXPORTAÇÕES BAIXAS, MAS DENTRO DO ESPERADO (altista)
Em seu relatório semanal sobre inspeções de remessas nos EUA, para o período de 18 a 24 de abril, o USDA relatou hoje remessas de soja totalizando 439.341 toneladas, abaixo das 559.813 toneladas do relatório anterior, mas dentro da faixa estimada por produtores privados, que era de 300.000 a 700.000 toneladas.
EUA-SITUAÇÃO DO PLANTIO DE SOJA
O USDA informou no final da tarde dessa segunda-feira que o plantio da soja está em 18%, ante 8% da semana anterior, dos 17% do ano anterior e adiantada em relação aos 12% da média de cinco anos.
Fonte: T&F Agroeconômica