Por T&F Agroeconômica, comentários referentes à 03/11/2025
FECHAMENTOS DO DIA 03/11
O contrato de soja para novembro fechou em alta de 1,82% ou $ 20,00 cents/bushel, a $1119,75. A cotação de janeiro encerrou em alta de 1,68% ou $ 19,00 cents/bushel, a $1134,25. O contrato de farelo de soja para dezembro fechou em baixa de 0,25% ou $ -0,8/ton curta, a $ 320,8. O contrato de óleo de soja para dezembro fechou em alta de 2,38% ou $ 1,16/libra-peso, a $ 49,84.
ANÁLISE DA ALTA
A soja negociada em Chicago fechou em alta nesta segunda-feira. As cotações da oleaginosa voltaram a subir “à medida que a China continua a reservar cargas adicionais para entrega ainda este ano”, afirmou Ben Potter, analista americano. “A China não tem outra opção a não ser comprar grãos originários dos EUA”, observa o analista de mercado de grãos Bryce Knorr. “O Brasil não consegue produzir o suficiente para alimentar sozinho a maior nação do mundo, e a Argentina não pode suprir a demanda – sua indústria de processamento é uma fonte crucial de empregos e receita para o governo. E, como mostrou o acordo para encerrar a primeira guerra comercial, metas no papel são uma coisa. Comprar toda essa produção de fato é outra.” A preocupação de Knnor é válida e já ressaltamos este ponto.
Durante o final de semana Casa Branca confirmou que “a China comprará pelo menos 12 milhões de toneladas nos últimos dois meses de 2025 e, no mínimo, 25 milhões de toneladas anuais em 2026, 2027 e 2028”. No entanto esta demanda provavelmente terá que ser das estatais chinesas, que olhando para 2018-19, não cumpriram 100% do acordo
firmado a época. As empresas privadas estão voltando suas compras para o Brasil, com a queda dos prêmios locais.
“Compradores reservaram 10 carregamentos de soja brasileira para dezembro e outros 10 para o período de março a julho, com preços atualmente cotados abaixo dos oferecidos para carregamentos dos EUA, segundo três traders”, conforme divulgado pela Reuters. Temos 3 meses de emoções e frustrações até a colheita no Brasil.
NOTÍCIAS IMPORTANTES
MAIOR PREÇO EM 16 MESES (altista)
Após completar sua terceira semana consecutiva de ganhos na sexta-feira, a soja fechou com aumentos significativos em Chicago, atingindo seu maior preço em 16 meses. Isso ocorreu após a confirmação, no sábado, pela administração Trump, de sua versão dos termos do acordo com a China e em meio a rumores de novos embarques acordados entre compradores chineses e a China.
COMPRAS DA CHINA (altista)
O texto publicado no site oficial da Casa Branca detalha que a China comprará “pelo menos 12 milhões de toneladas de soja dos EUA durante os dois últimos meses de 2025 e também comprará pelo menos 25 milhões de toneladas de soja dos EUA em cada um dos anos de 2026, 2027 e 2028”. Isso se refere claramente a anos civis, portanto, caberá ao USDA avaliar como essas transações impactarão os ciclos de comercialização que, no caso da soja, vão de 1º de setembro a 31 de agosto.
RELATÓRIO MENSAL DO USDA SERÁ PUBLICADO EM 14 DE NOVEMBRO (altista)
A respeito disso, no final da semana passada, o USDA anunciou em sua sala de imprensa virtual que o relatório mensal de estimativas agrícolas de novembro será publicado na sexta-feira, 14 de novembro, apesar da paralisação do governo americano em curso. Amanhã, a paralisação igualará a mais longa da história, que foi de 35 dias e ocorreu entre 22 de dezembro de 2018 e 25 de janeiro de 2019, durante o primeiro mandato de Donald Trump. Será importante saber quais recursos os técnicos da agência terão para realizar as pesquisas necessárias para fornecer números confiáveis em meio ao congelamento de todos os dados oficiais.
CHINA AUMENTA COMPRA DE SOJA BRASILEIRA (altista para o Brasil, baixista para CBOT)
Em contraste com o sentimento positivo do mercado em relação à retomada do comércio de soja entre os Estados Unidos e a China, a Reuters informou hoje que os importadores chineses aumentaram suas compras de soja brasileira nos últimos dias, já que os preços do grão no Brasil caíram devido às expectativas de um acordo comercial entre EUA e China.
“Compradores reservaram 10 carregamentos de soja brasileira para dezembro e outros 10 para o período de março a julho, com preços atualmente cotados abaixo dos oferecidos para carregamentos dos EUA, segundo três traders”, afirmou a agência.
SOJA AMERICANA MAIS CARA (baixista para CBOT, altista para o Brasil)
Apesar do que se poderia esperar, essa situação, juntamente com o silêncio do governo chinês em relação a potenciais compras de soja, entre outros produtos agrícolas e o tratamento tarifário para essas mercadorias que entram na China, não dissuadiu os gestores de grandes Fundos de investimento de manterem suas posições de compra, que vêm sendo consolidadas desde a última semana do mês passado. Nem mesmo o fato de os grãos americanos terem se tornado significativamente mais caros nas últimas semanas, não apenas para potenciais compras chinesas, mas também para vendas a outros destinos, os fez reconsiderar suas ações.
EUA-EXPORTAÇÕES MENORES, MAS DENTRO DO ESPERADO (altista)
Em seu relatório semanal sobre inspeções de embarques nos EUA, referente ao período de 24 a 30 de outubro, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou embarques de soja no valor de 965.063 toneladas, uma queda em relação às 1.160.567 toneladas do relatório anterior, mas dentro da faixa de 800.000 a 1.400.000 toneladas projetada por analistas do setor privado. Como esperado, nenhum desses embarques teve como destino a China.
BRASIL-CONSULTORIA AFIRMA QUE PLANTIO ATINGIU 47% (BAIXISTA)
No Brasil, com dados coletados até quinta-feira, a consultoria AgRural informou que o plantio de soja para a safra 2025/2026 atingiu 47% da área planejada, em comparação com 36% na semana anterior e 54% no mesmo período de 2024.
CONAB-PLANTIO DE SOJA
O ritmo de plantio avançou de forma considerável em comparação com a semana anterior. Até 1 de novembro de 2025, 47,1% da área total havia sido semeada, ante 34,4% da semana anterior, 53,3% do ano passado, mas ainda atrasada em relação à média de 5 anos de 54,7%. Paraná semeou 71,0%, Mato Grosso 80,1%, Mato Grosso do Sul 73,0%, São Paulo 60,0%, Bahia 21,0%, Minas Gerais 17,5%, Tocantins 19,0%, Goiás 29,0%, Santa Catarina 12,0%, Rio Grande do Sul plantou 9,0%, Maranhão 2,0% e Piauí 2,0% da área pretendida.
Fonte: T&F Agroeconômica




