Por T&F Agroeconômica, comentários referentes à 07/07/2025
FECHAMENTOS DO DIA 07/07

Chicago: A cotação de setembro do milho em Chicago, referência para a nossa safrinha, fechou em baixa de -3,99% ou $ -16,75 cents/bushel a $ 403,50. A cotação para dezembro fechou em baixa de -3,72% ou $ -16,25 cents/bushel a $ 420,75.

ANÁLISE DA BAIXA

O milho negociado em Chicago fechou e baixa nesta segunda-feira. As cotações do cereal sofreram as maiores perdas no dia, com a cotação de setembro chegando a testar a linha de suporte dos US$ 4 bushel. O mercado reagiu negativamente ao discurso de Trump, que não trouxe anúncios concretos, e ao decreto que adiou para 1º de agosto o retorno das tarifas recíprocas. A ameaça de tarifas de 25% a partir dessa data para Japão e Coreia do Sul, grandes compradores do grão americano, agravou o cenário.

Apensar dos embarques para exportação do milho subirem 7,97% no comparativo semanal e o anúncio de uma venda extra para o México de 135 mil toneladas, o foco foi mantido nas tensões comerciais com os demais países.

B3-MERCADO FUTURO DE MILHO NO BRASIL
B3: Milho B3 fechou em baixa acompanhando Chicago, mercado físico está nas mínimas do ano

Os principais contratos de milho encerraram em baixa nesta segunda-feira. As cotações da B3 cederam em sintonia com a forte queda de Chicago. A melhora da paridade entre o real e o dólar evitou maiores perdas. O programa de exportação segue lento, segundo a Secex, o Brasil embarcou apenas 120.723 toneladas de milho nos primeiros dias do mês. A falta de grãos nos portos está atrasando o processo.

O mercado físico segue pressionado, segundo o Cepea “Levantamentos do Cepea mostram que os preços do milho operam, neste começo de julho, nos menores patamares deste ano na maior parte das regiões acompanhadas. Segundo o Centro de Pesquisas, a pressão vem sobretudo da maior oferta do cereal no spot nacional. Vendedores estão mais flexíveis nos valores de negociação. Ainda que o ritmo de colheita da segunda safra esteja abaixo do verificado em 2024, o Cepea já observa restrições na capacidade de armazenagem. A baixa paridade de exportação também reforça o movimento de queda nos preços. Do lado da demanda, pesquisadores explicam que muitos compradores adquirem apenas lotes pontuais para consumo imediato, apostando na continuidade dos recuos.”

OS FECHAMENTOS DO DIA 07/07

Diante deste quadro, as cotações futuras fecharam em baixa no dia: o vencimento de julho/25 foi de R$ 61,61, apresentando baixa de R$ -0,33 no dia e baixa de R$ -1,83 na semana; setembro/25 fechou a R$ 61,94, baixa de R$ -0,28 no dia e baixa de R$ -0,02 na semana; o vencimento novembro/25 fechou a R$ 66,22, baixa de R$ -0,30 no dia e baixa de R$ -0,03 na semana.

NOTÍCIAS IMPORTANTES
FORTE REALIZAÇÃO DE LUCROS (baixista)

Assim como a soja, o milho encerrou o dia em forte queda em Chicago, com os investidores realizando lucros devido à falta de novos acordos comerciais entre a Casa Branca e os países que buscam tratamento tarifário diferenciado antes que as tarifas recíprocas voltem a vigorar, algo que o governo Trump adiou de 9 de julho para 1º de agosto, de acordo com um decreto assinado por Trump.

MILHO FOI O MAIS AFETADO (baixista)

O revés para os traders causado pela falta de anúncios no discurso do presidente na quinta-feira atingiu particularmente o mercado de milho, que, dada a perspectiva de uma safra recorde de 2025/2026 nos Estados Unidos, precisará de toda a demanda possível. Para agravar a situação, a Casa Branca anunciou hoje que já enviou cartas aos governos do Japão e da Coreia do Sul informando que serão obrigados a impor tarifas recíprocas de 25% a partir de 1º de agosto. Ambos são grandes compradores de milho dos EUA. “Se, por qualquer motivo, eles decidirem aumentar suas tarifas, o valor que escolherem aumentá-las será adicionado aos 25% que cobraremos deles”, publicou Trump em sua conta no Truth Social, referindo-se à potencial retaliação desses países contra produtos americanos, à qual mais destinatários de cartas devem se juntar nas próximas horas/dias.

CHUVAS ABAIXO DA MÉDIA (altista)

Em termos de clima e safras, tanto para milho quanto para soja, embora boas chuvas sejam previstas para o Centro-Oeste esta semana, a previsão estendida de 6 a 14 dias agora indica a chance de chuvas normais a ligeiramente abaixo da média em áreas do cinturão da soja/milho.

EUA-EXPORTAÇÕES MAIORES (altista)

Em seu relatório semanal sobre inspeções de remessas nos EUA, o USDA relatou hoje embarques de milho totalizando 1.491.062 toneladas, acima das 1.380.943 toneladas do relatório anterior e dentro da faixa prevista por importadores do setor privado, que era de 1,10 a 1,62 milhão de toneladas.

EUA-VENDA ADICIONAL (altista)

Em seus relatórios diários, o USDA confirmou hoje uma nova venda de milho dos EUA para o México, totalizando 135.000 toneladas, sendo 29.000 toneladas para a safra 2024/2025 e o restante para a nova safra.

BRASIL-COLHEITA DA SAFRINHA GANHA IMPULSO (baixista)

No Brasil, a consultoria AgRural divulgou o avanço da colheita do milho safrinha na região Centro-Sul do país em 28% da área plantada, ante 18% na semana anterior e 63% no mesmo período de 2024. “Embora o progresso ainda esteja abaixo do esperado em todos os estados, a diminuição das chuvas observada na semana passada ajudou a colheita a ganhar um pouco mais de ritmo. No Mato Grosso, estado que lidera a colheita, noites frias e formação de orvalho limitaram o ritmo, mas as produtividades relatadas permaneceram excelentes. Nos demais estados, a alta umidade dos grãos fez com que as colheitadeiras avançassem em baixa velocidade. A boa notícia é que os produtores das áreas afetadas pelas geadas no Paraná e no Mato Grosso do Sul relatam que as perdas causadas pelo fenômeno foram menores do que as estimadas inicialmente”, destacou a AgRural.

EUA-ESTÁGIO DAS LAVOURAS DE MILHO

O USDA informou, no final da tarde dessa segunda-feira, o estágio fenológico das lavouras de milho nos Estados Unidos. As plantas desenvolvendo espigas estão em 18%, ante 8% da semana passada, 22% do ano anterior e acima dos 15% da média histórica. As espigas criando massa está em 3%, ante 3% do ano anterior e 2% da média histórica.

EUA-CONDIÇÕES DAS LAVOURAS DE MILHO

O USDA informou uma melhora qualidade das lavouras americanas. 74% das lavouras estão em condições boas/excelentes, ante 73% da semana anterior e 68% do ano passado. 21% em condições regulares, ante 22% da semana passada e 23% do ano anterior. 5% em pobres/muito pobres, ante 5% da semana anterior e 9% do ano passado.

Fonte: T&F Agroeconômica



 

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