Por T&F Agroeconômica, comentários referentes à 31/10/2025
FECHAMENTOS DO DIA 31/10
O contrato de soja para novembro fechou em alta de 0,76% ou $ 8,50 cents/bushel, a $1099,75. A cotação de janeiro encerrou em alta de 0,70% ou $ 7,50 cents/bushel, a $1115,50. O contrato de farelo de soja para dezembro fechou em alta de 1,90% ou $ 6,0/ton curta, a $ 321,6. O contrato de óleo de soja para dezembro fechou em baixa de 1,95% ou $ -0,97/libra-peso, a $ 48,68.
ANÁLISE DA ALTA
A soja negociada em Chicago fechou o dia, a semana e o mês em alta. As cotações da oleaginosa atingiu o maior patamar desde julho de 2024 e maior alta mensal em quase 5 anos, segundo a Reuters. O mercado segue otimista com os pontos divulgados após a cúpula entre os Presidentes Xi Jinping e Donald Trump. Antes do acordo rumores que a COFCO, estatal chinesa, já havia comprado três navios de soja deram o tom da semana. Nesta sexta, mais quatro navios foram especulados. “Essa é uma boa notícia para os agricultores, supondo que o acordo seja mantido, e indica a intenção de ambas as partes de que o comércio agrícola volte ao normal”, de acordo com Even Pay, diretor da consultoria Trivium China, com sede em Pequim.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent afirmou que a China comprará 12 milhões de toneladas de soja norte-americana até janeiro e 25 milhões de toneladas por ano nos próximos três anos. Este volume fica abaixo da média dos últimos anos, mas os americanos estavam gradualmente perdendo espaço para a soja brasileira. “Em termos realistas, dentro de dois anos, estaríamos facilmente abaixo de 20 milhões de toneladas, se não entrando na faixa de 18 milhões de toneladas”, disse Rich Nelson, estrategista-chefe da Allendale. “Em comparação com a situação em que estaríamos, esse é um desdobramento positivo.”
Com isso soja em Chicago fechou o acumulado semanal com forte alta de 5,57%, ganhando $ 58,00 cents/bushel. O farelo de soja registrou uma alta expressiva de 9,35%, ou $ 27,5 por tonelada curta, enquanto o óleo de soja recuou -3,16%, equivalente a $ -1,59 por libra-peso. Para o acumulado mensal a soja em Chicago fechou o mês com uma alta de 9,78%, ganhando $ 98,00 cents/bushel. O farelo de soja subiu 17,7%, ou $ 48,3 por tonelada curta, mostrando forte valorização. Já o óleo de soja recuou -1,64%, equivalente a uma perda de $ -0,81 por libra-peso no período.
Análise semanal da tendência de preços
FATORES DE ALTA
a) CBOT-Repercussões positivas das notícias sobre o acordo EUA-China: Os preços da soja subiram novamente em Chicago, completando a terceira semana consecutiva de ganhos e atingindo o maior patamar em 15 meses. A realização de lucros observada durante a sessão noturna mostrou-se efêmera, dando lugar a novas compras por parte dos Fundos que, com base na movimentação dos preços, pareciam aceitar as implicações do acordo comercial entre os Estados Unidos e a China.
b) Por enquanto só rumores, mas que fizeram o mercado subir: De fato, em meio a rumores de interesse de compradores chineses em alguns carregamentos nos portos americanos, os dados divulgados ontem pelo Secretário do Tesouro, Scott Bessent, forneceram contexto para a tendência de alta nos preços da soja. As compras chinesas totalizariam 12 milhões de toneladas para o restante do ano — permanece incerto se esse valor se refere ao ano civil ou ao ano comercial — e 25 milhões de toneladas por ano nos próximos três anos. Espera-se que outros países asiáticos comprem mais 19 milhões de toneladas de soja, sobre as quais não foram fornecidos mais detalhes.
c) ASA considera os números “compromissos mínimos de compra”: “O anúncio é uma excelente notícia para a agricultura dos EUA e os produtores estão extremamente gratos ao presidente Trump por priorizar a soja nas negociações com a China”, disse Caleb Ragland, presidente da Associação Americana de Soja (ASA). A declaração divulgada pela ASA acrescentou que, embora os detalhes ainda estejam pendentes, considera os números fornecidos por Bessent como “compromissos mínimos de compra” a partir dos quais o crescimento é possível. “A ASA acolhe esses compromissos como mínimos e espera um crescimento contínuo nas compras de soja acima desses níveis. Historicamente, a China comprou entre 25 e 30 milhões de toneladas de soja dos EUA nos últimos anos e os compromissos de hoje estabelecem uma base sólida para o retorno a esses volumes tradicionais nos próximos anos de comercialização”, afirmou a organização.
d) Mercado está na expectativa dos fatos, mais que os boatos: Ao final da semana, o mercado acreditava que o acordo entre Trump e Xi Jinping seria suficiente para garantir um volume de vendas de soja dos EUA para a safra 2025/2026, mantendo os estoques finais sob controle. Isso está acontecendo mesmo antes da assinatura dos documentos pelas partes e da confirmação dos embarques, em um momento em que a paralisação do governo impede o acesso a dados oficiais sobre o assunto. Certamente haverá uma oportunidade na próxima semana para verificar se essa crença pode ser sustentada por fatos e não por palavras ou boatos.
e) EUA-Estoques finais podem ser menores e complicar vendas à China: Além dos eventos desta semana, vale ressaltar que os operadores continuam acreditando que a atual colheita de soja nos EUA, que está quase concluída, será menor do que as 117,05 milhões de toneladas projetadas pelo USDA em setembro. Esse fato, por si só, forçaria uma reavaliação da estimativa de estoques finais da agência, de 8,17 milhões de toneladas, um volume que já era inferior às 8,98 milhões de toneladas da safra anterior.
FATORES DE BAIXA
Neste momento de euforia, não há fatores de baixa relevantes que façam os preços caírem a curto prazo, tanto no mercado internacional (as cotações de Chicago já subiram 10% nos últimos 30 dias e continuando), quanto no mercado interno (que também estão retomando as altas devagar, mas firmemente). O que se poderia citar é a queda do dólar no Brasil, que impede altas maiores da soja de um lado, mas reduz o custo de produção, de outro, mantendo a lucratividade.
Fonte: T&F Agroeconômica




