Por T&F Agroeconômica, comentários referentes à 28/07/2025
FECHAMENTOS DO DIA 28/07

O contrato de soja para agosto, referência para a safra brasileira, fechou em baixa de 1,00%, ou $ -10,00 cents/bushel, a $ 988,75. A cotação de setembro fechou em baixa de 0,95% ou $ -9,50 cents/bushel, a $ 992,50. O contrato de farelo de soja para agosto fechou em baixa de 1,08% ou $ -2,90/ton curta, a $ 264,90, e o contrato de óleo de soja para agosto fechou em alta de 0,11% ou $ 0,06/libra-peso, a $ 56,55.

ANÁLISE DA BAIXA

A soja negociada em Chicago fechou em baixa nesta segunda-feira. As cotações da oleaginosa seguem pressionadas pelo bom andamento da safra americana e pela baixa demanda do grão americano. Os recentes acordos comerciais não se mostraram muito vantajosos para os produtores americanos, que não estão vendo a sua soja ser negociada antes da nova safra ser colhida. Os embarques permanecem lentos e a China ausente. Neste sentido, além do Brasil apresentar um grande fluxo da soja em direção os portos chineses, a Argentina reduziu os seus impostos para exportação, o que deve reanimar os produtores do país para negociar mais soja e farelo.

NOTÍCIAS IMPORTANTES
EUA-OFERTA ABUNDANTE E POUCA DEMANDA (baixista)

Nos Estados Unidos, a safra avança em condições climáticas favoráveis e, embora tenha sido registrada uma ligeira queda na qualidade da safra, o mercado continua projetando uma produção abundante de soja. No entanto, o desinteresse da China pela soja americana e a ausência de compras significativas levantam dúvidas sobre a janela de exportação norte-americana. Essa combinação de boa oferta e fraca demanda externa mantém a pressão sobre os preços em Chicago, apesar da recente volatilidade do dólar.

BRASIL-BOA DEMANDA IMPULSIONA OS PREÇOS (altista)

Em contraste, o Brasil vive uma situação completamente diferente. Os preços domésticos atingiram níveis recordes na semana passada, especialmente em regiões-chave como Mato Grosso, impulsionados pela forte demanda de exportação, liderada pela China, e por prêmios acima da média histórica. Soma-se a isso o câmbio favorável e a alta da taxa Selic no Brasil, o que encarece a armazenagem e favorece as vendas disponíveis.

ARGENTINA BAIXA AS RETENCIONES (baixista para CBOT)

Após as quedas da semana anterior, que ultrapassaram 2%, a soja está em queda novamente no pregão diário de Chicago. Parte da razão para isso é o corte nas tarifas de exportação do complexo soja argentino – de 33% para 26% para a soja e de 31% para 24,5% para farelo e óleo – anunciado pelo governo no sábado. Isso se deve ao fato de que a competitividade das exportações argentinas está melhorando, em detrimento das dos Estados Unidos, em meio a uma batalha tarifária e enquanto a China continua não manifestando formalmente interesse no grão da nova safra americana.

CHINA DIVERSIFICANDO FORNECEDORES (baixista para CBOT)

Isso é agravado pelo fato de que as vendas brasileiras permanecem fluidas e que a China continua buscando reduzir sua dependência de produtos agrícolas americanos, por exemplo, concordando com algumas compras muito específicas de farelo de soja argentino, por enquanto, mais como um gesto político de abertura a novos fornecedores do que como um passo preliminar para grandes compras.

EUA-SAFRAS ABUNDANTES (baixista)

Em relação ao clima e às safras, as previsões indicam boas chuvas para o final deste mês, enquanto a previsão estendida de 6 a 10 dias prevê chuvas normais a ligeiramente acima da média, com temperaturas abaixo do normal para a época do ano no cinturão da soja/milho. Em suma, essas são condições bastante favoráveis para o desenvolvimento de grãos.

ACORDO EUA/UE “GRANDE IMPACTO NA AGRICULTURA (altista)

Enquanto isso, o mercado aguarda mais detalhes sobre as implicações agrícolas do acordo anunciado ontem por Trump com a União Europeia. Com base nesse acordo, os produtos do bloco — incluindo automóveis — enfrentarão tarifas recíprocas de 15% na entrada nos Estados Unidos, menos do que os 30% que Trump havia ameaçado, mas mais do que os 10% esperados em Bruxelas. Segundo Trump, os países europeus concordarão em aplicar tarifas zero às importações dos EUA. “Será excelente para automóveis e terá um grande impacto na agricultura”, acrescentou. Em 2024, a UE será o quarto maior destino dos produtos agrícolas dos EUA, atrás de Canadá, México e China.

ACORDO EUA/CHINA-EXTENSÃO POR MAIS 90 DIAS (altista)

O mesmo se aplica à possibilidade real de os Estados Unidos e a China concordarem — autoridades de ambos os países estão reunidas em Estocolmo — em estender a trégua tarifária, que expira em 12 de agosto, por mais 90 dias. Isso significaria que tarifas recíprocas de 30% sobre produtos chineses importados pelos EUA e de 10% sobre produtos americanos adquiridos pela China permaneceriam em vigor.

EUA-ESTÁGIO DAS LAVOURAS DE SOJA

O USDA informou no final da tarde dessa segunda-feira que o plantio da soja está encerrado e 100% emergido para a temporada 25/26. As plantas em floração representam 76% da área semeada, ante 62% da semana passada, 75% do ano anterior e 76% da média histórica. As plantas criando vagem está em 41%, ante 26% da semana passada, 42% do ano passado e 42% da média histórica.

EUA-CONDIÇÕES DAS LAVOURAS DE SOJA

O USDA informou uma melhora na qualidade das lavouras americanas. 70% das lavouras de soja estão em condições boas/excelentes condições, ante 68% da semana passada e 67% do ano anterior. 24% em condições regulares, ante 25% da semana anterior e 25% do ano passado. 6% classificados como pobres/muito pobres, ante 7% da semana passada e 8% do ano anterior.

Fonte: T&F Agroeconômica



 

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