Por T&F Agroeconômica, comentários referentes à 15/07/2025
FECHAMENTOS DO DIA 15/07
O contrato de soja para agosto, referência para a safra brasileira, fechou em baixa de -0,60%, ou $ -6,00 cents/bushel a $ 995,00. A cotação de setembro fechou em baixa de -0,60% ou $ -6,00 cents/bushel a $ 987,25. O contrato de farelo de soja para agosto fechou em baixa de -0,90% ou $ -2,40/ton curta a $ 265,3 e o contrato de óleo de soja para agosto fechou em alta de 0,72% ou $ 0,39/libra-peso a $ 54,56.
ANÁLISE DA BAIXA
A soja negociada em Chicago fechou em baixa nesta terça-feira. As cotações da oleaginosa foram pressionadas pela melhora na classificação da safra americana. A melhora de 4 p.p. foi acima do esperado pelo mercado, o que aponta para uma produção robusta nos EUA. A Associação Nacional de Processadores de Oleaginosas (NOPA) relatou uma moagem de soja em junho totalizando 5,05 milhões de toneladas, um aumento de 5,8% em relação ao ano anterior e a maior moagem de junho já registrada.
Os estoques são os menores em cinco meses, mostrando a boa demanda. Segundo a Reuters, a moagem não foi maior, visto a dificuldade que escoamento do farelo, isso fica mais claro quando vemos o movimento de alta nas cotações do óleo e de baixa para o farelo.
NOTÍCIAS IMPORTANTES
MAIOR ÍNDICE DE INFLAÇÃO NOS EUA PRESSIONOU A SOJA (baixista)
No dia em que a inflação de junho nos Estados Unidos foi registrada em 0,3%, a maior alta desde janeiro, após a alta de 0,1% em maio, que elevou o índice anual para 2,7%, ante 2,4% no mês anterior, a soja encerrou a sessão de Chicago com cotações mais baixas. Isso ocorreu apesar do suporte dado pelos preços do óleo (a posição de agosto subiu US$ 8,60 e fechou em US$ 1.202,82 por tonelada) e em linha com a nova queda do farelo (o contrato de agosto caiu US$ 2,65 e fechou o dia em US$ 292,44).
EUA-BOOM DE ENERGIA (altista)
A “desvalorização” do petróleo se deve ao crescimento esperado da demanda do setor de biocombustíveis. Esse boom da “energia agrícola” coloca o biodiesel em uma boa posição, em meio ao crescimento da capacidade de moagem de soja nos Estados Unidos. O impulso é proporcionado pelo aumento da participação desse combustível nos mandatos de corte, conforme estabelecido no mês passado pela Agência de Proteção Ambiental (EPA) — dos atuais 3,35 bilhões de galões para 2025 para 5,61 bilhões de galões para 2026 e 5,86 bilhões de galões para 2027 —; pela extensão dos créditos 45Z para combustíveis de baixo carbono até 2029; e, agora, pela intenção de vários estados de promover créditos fiscais para combustível de aviação sustentável.
O CONTRAPONTO DO FARELO (baixista)
Como já observamos em ocasiões anteriores, o outro lado dessa crise do óleo é o farelo, que continua apresentando preços deprimidos devido ao aumento da oferta resultante do aumento da moagem doméstica.
EUA-ESMAGAMENTO RECORDE EM JUNHO (altista)
Em linha com o exposto, em seu relatório mensal de hoje, a Associação Nacional de Processadores de Oleaginosas dos Estados Unidos (NOPA) relatou um esmagamento de soja em junho de 5,05 milhões de toneladas, um volume recorde para o sexto mês do ano, superando os 5,04 milhões de toneladas estimados pelos produtores privados, em média. O volume ficou abaixo dos 5,25 milhões de toneladas registrados em maio, mas acima dos 4,78 milhões de toneladas registrados no mesmo mês do ano passado.
O setor reportou estoques de óleo de soja em 30 de junho em 619.607 toneladas, o menor nível em cinco meses, abaixo das 623.236 toneladas estimadas pelos traders, das 622.782 toneladas no final de maio e das 735.727 toneladas em estoque um ano antes. “As recentes expansões das plantas de processamento e a abertura de novas plantas, em meio à crescente demanda por óleo de soja, elevaram a capacidade de moagem a níveis recordes. No entanto, essa capacidade foi subutilizada em alguns momentos neste verão, já que o excesso de farelo de soja impediu as fábricas de operar em plena capacidade, de acordo com analistas”, informou a Reuters hoje.
Fonte: T&F Agroeconômica