As chuvas ocorridas entre 24 e 30/01 permitiram a retomada da semeadura, especialmente em sucessão às lavouras de fumo ou em plantio escalonado, prática tradicional mais ao Sul do Estado. A reposição parcial de umidade nos solos, beneficiou igualmente as lavouras em estágios de desenvolvimento vegetativo, florescimento e enchimento de grãos, que totalizam 37% da área cultivada. Os cultivos em maturação alcançam 21% e apresentam estimativa de redução na produtividade inicial. A colheita evoluiu para 42% das lavouras, consolidando perdas ocasionadas pela estiagem ao longo do ciclo do cereal.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, a cultura foi mais afetada pela estiagem na Fronteira Oeste. As lavouras em fase de desenvolvimento vegetativo sofreram tanto pela falta de chuvas, quanto pela impossibilidade de realização das práticas de manejo, como controle de ervas daninhas e aplicação da adubação nitrogenada em cobertura.

Em Santana do Livramento, a perda estimada das lavouras em fase reprodutiva alcançou 40%. Em Rosário do Sul, onde predominam lavouras de sequeiro com baixo nível tecnológico, a redução é estimada em 70%. Em São Borja, Manoel Viana e São Gabriel, a colheita está próxima do final e apenas lavouras irrigadas apresentam produtividades satisfatórias.

Na Campanha, a redução nas temperaturas máximas e mínimas e a ocorrência de chuvas em maior volume, proporcionaram melhoria na coloração das plantas e condições adequadas para aplicação de herbicidas e fertilizantes nitrogenados. Em Hulha Negra, ocorreu a emergência de plantas com intervalo de aproximadamente um mês após o plantio em meados de dezembro, quando as condições de umidade no solo não eram suficientes para a germinação uniforme de todas as sementes.

Em Aceguá, a semeadura escalonada foi retomada, com estabelecimento rápido e uniforme das plântulas devido ao bom teor de umidade no solo. Na região observou-se que lavouras com subsolagem ou com plantio direto com boa palhada, apresentaram maior resistência ao estresse em comparação a lavouras implantadas no sistema convencional ou no plantio direto, realizado em áreas com problemas de pisoteio e pouca cobertura vegetal.

Na regional de Pelotas, a ocorrência de chuvas entre 23 e 29/01, em volumes variáveis, permitiu a retomada da semeadura e beneficiou as lavouras em floração e enchimento de grãos, que representam 50% da área com o cereal. Contudo, permanece a redução a produtividade em função da alta demanda por água e a insuficiência no suprimento. Cerca de 6% estão maduros e 5% foram colhidos. No aspecto fitossanitário, mesmo com prejuízos decorrentes da estiagem, as lavouras apresentam adequado estande de plantas, sem a presença significativa de plantas invasoras, pragas e doenças.

Na de Porto Alegre, a recorrência de chuvas desde meados de janeiro, permitiu a manutenção de umidade nos solos e a conclusão do plantio do milho pós-fumo. Entretanto,
permanece a expectativa de redução na produtividade em 15%, devido à estiagem e heterogeneidade pluviométrica. Foram observados problemas na germinação, no desenvolvimento e na polinização nas lavouras semeadas no início do período recomendado
e que foram colhidas. As áreas sem irrigação apresentam perdas que variam de 30% a 100%.

No Centro-Sul, há uma tendência de aumento de solicitações de cobertura de Proagro. Na de Santa Maria, a estiagem já provocou perda superior a 50% na produtividade média. Em relação aos estádios produtivos, 18% das áreas estão em desenvolvimento vegetativo, 20% em floração, 30% em enchimento de grãos, 18% maduros e 14% colhidos. No aspecto fitossanitário, houve ocorrência da cigarrinha Dalbulus maidis, exigindo monitoramento para eventual controle.

Na de Soledade, a semeadura foi retomada após as chuvas, em sucessão a tabaco, feijão e milho silagem no Vale do Rio Pardo. A estimativa de redução de produtividade é de 40% na safra, condicionada pela estiagem. Os danos mais severos ocorreram em lavouras implantadas no cedo no Alto da Serra do Botucaraí e Centro-Serra, com redução acima de 65% na produtividade.

Na de Santa Rosa, foi finalizada a colheita do milho safra, que representa 85% da área semeada com o cereal. O restante da área, cultivada em safrinha, 7% estão em desenvolvimento vegetativo e 8% em semeadura e emergência. A produtividade média é atualmente estimada em 4.560 quilos por hectare, reflexo da estiagem que se configurou desde novembro, quase metade do previsto na expectativa inicial. Produtores que possuem
silos de armazenagem em suas propriedades, estão disponibilizando para venda ao preço cerca de 10% superior à cotação regional, para retirada no local de armazenamento.

Mesmo diante do preço que é considerado alto, há elevada demanda. Na área administrativa de Ijuí, prosseguiu a colheita, alcançando 70% das lavouras. O rendimento médio obtido é 5.100 quilos por hectare. As perdas de produtividade são distintas, com lavouras de sequeiro abaixo de três mil quilos e irrigadas com pequena redução do potencial produtivo, mas ainda atingindo produtividade superior a 13.200 quilos por hectare. O cereal colhido apresenta-se mais seco que em anos anteriores, com umidade dos grãos recebidos em unidades de armazenamento até abaixo de 13%. Os grãos apresentam tamanho menor, enrugamento da casca, mas sem avarias de insetos ou presença de fungos.

Na de Passo Fundo, a cultura está 50% em fase de enchimento de grãos, 35% em maturação e 15% das áreas estão colhidas. As perdas de produtividade são significativas, superando 60% da expectativa inicial.

Na de Erechim, 10% da cultura está em floração, 30% em enchimento de grãos e 60% foi colhida ou utilizada alternativamente para silagem, fornecimento de forragem para animais ou gradeado para posterior ressemeadura. Na de Frederico Westphalen, a perda devido à estiagem é irreversível. A colheita foi realizada em 75% da área destinada ao cereal. A produtividade estimada é de 2.700 quilos por hectare, redução significativa. O cenário é desfavorável, tanto pela redução da rentabilidade em lavouras, quanto na cadeia produtiva animal, que tem o milho como um dos principais componentes alimentares.

Na de Caxias do Sul, embora com o retorno das chuvas a partir de meados de janeiro, as perdas na cultura estão consolidadas e muitos produtores optaram por fazer silagem em áreas que foram semeadas com objetivo de colher grão. As primeiras áreas colhidas apresentam rendimentos que variam de 20 a 80 sacos por hectare, abaixo do esperado no momento da semeadura.

Comercialização (saca de 60 quilos)

Segundo o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Rio Grande do Sul, o preço médio da saca de milho passou de R$ 95,40 para R$ 95,71, variação positiva de +0,32%.



Fonte: Emater/RS

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