O manejo e controle de doenças é essencial para reduzir perdas quantitativas e qualitativas na cultura da soja, contribuindo para a manutenção do potencial produtivo da lavoura. Atualmente, existem aproximadamente 40 doenças causadas por fungos, bactérias e vírus, identificadas no Brasil que acometem a cultura da soja (Grigolli & Grigolli, 2018).

Dentre essas doenças, há o predomínio de doenças fungicas, separadas normalmente em dois grandes grupos, as doenças causadas por fungos biotróficos e as doenças causadas por fungos necrotróficos. Os fungos necrotróficos são considerados parasitas facultativos por apresentam uma fase parasitária sobre a planta hospedeira e outro sobre resíduos culturas (Forcelini, 2010).

Os fungos necrotróficos sobrevivem em sementes e restos culturais, logo, a própria lavoura pode ser fonte de inóculo. Cercospora sojina (mancha olho-de-rã), Cercospora kikuchii (cercosporiose), Septoria glycines (mancha-parda), Colletotrichum truncatum (antracnose), Corynespora cassiicola (mancha-alvo), Sclerotinia sclerotiorum (mofo-branco) e Phomopsis sojae (queima da haste e da vagem) são exemplos de doenças causadas por fungos necrotrófico (Forcelini, 2010).



Embora os fungicidas sejam frequentemente empregados como uma das principais estratégias de manejo de doenças em soja, somente o emprego deles pode não ser suficiente pra um controle satisfatório de algumas doenças. Embora sobrevivam em resíduos culturas, a rotação de cultura e boa cobertura do solo com palhada residual constituem importantes ferramentas de manejo de fungos necrotróficos.

Além da diversificação de culturas e quebra do ciclo de alguns patógenos, a rotação de culturas permite o cultivo de espécies que proporcionem a boa cobertura do solo. A palhada residual serve como uma barreira física, reduzindo o impacto da gota da chuva e consequentemente a dispersão de patógenos do solo, que desencadeiam a infecção na planta, iniciada normalmente no terço inferior (baixeiro).

Figura 1. Efeito da gota da chuva sobre a dispersão de patógenos em soja.

Fonte: Manual de Fitopatologia (ESALQ)

Ainda que não exerça efeito direto sobre o controle de doenças em soja, visto que os respingos de solo, causados pela gota da chuva são um dos principais veículos da dispersão de patógenos, a boa cobertura do solo contribui para a redução da proliferação de doenças em soja, especialmente nos estádios iniciais do desenvolvimento da cultura. Contudo, a estratégias não substitui o emprego de fungicidas, devendo esses serem utilizados quando necessário, atuando sempre que possível de forma preventiva a ocorrência das doenças.


Veja mais: Principais doenças da soja e perdas potenciais


 

Confira abaixo as dicas do Professor e Pesquisador Marcelo Madalosso.


Inscreva-se agora no canal do Madalosso clicando aqui!



Referências:

FORCELINI, C. A. DOENÇAS EM SOJA: ENTENDENDO AS DIFERENÇAS ENTRE BIOTRÓFICOS E NECROTRÓFICOS. Revista Plantio Direto, N. 7, 2010. Disponível em: < https://www.plantiodireto.com.br/storage/files/120/3.pdf >, acesso em: 18/01/2023.

GRIGOLLI, J. F. J.; GRIGOLLI, M. M. K. MANEJO DE DOENÇAS NA CULTURA DA SOJA. Fundação MS, Tecnologia e Produção: Soja 2017/2018, 2018. Disponível em: < https://www.fundacaoms.org.br/wp-content/uploads/2021/02/httpswww.fundacaoms.org_.brpublicacoestecnologia-e-producao-safratecnologia-producao-soja-2017-2018.pdf >, acesso em: 18/01/2023.

Acompanhe nosso site, siga nossas mídias sociais (SiteFacebookInstagramLinkedinCanal no YouTube)

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.