Além das plantas daninhas que matocompetem com a soja, por água, radiação solar e nutrientes do solo, uma série de pragas e doenças podem incidir sobre a cultura causando significativa perda de produtividade, ou até mesmo depreciando os grãos ou sementes produzidas.
Ainda que medidas de manejo e controle alternativas sejam adotadas, tais como a rotação de culturas, o uso de cultivares resistentes e/ou tolerantes a doenças, assim como o manejo integrado de pragas, quando atingidos os níveis de ação ou até mesmo de forma preventiva se tratando de determinadas doenças fungicas, o controle químico com o emprego de defensivos agrícolas é necessário para evitar maiores perdas tanto de ordem quantitativa quanto qualitativa da produção.
Embora haja certa discussão em torno da possibilidade de associação e/ou mistura de defensivos na calda de pulverização, em 11 de outubro de 2018, foi publicada pelo MAPA a Instrução Normativa n. 40, fruto do Acordo de Cooperação Técnica firmado entre a Secretaria de Defesa Agropecuária – SDA/MAPA; e o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia – CONFEA. Em seus seis artigos, a IN 40 voltou a possibilitar as misturas de agrotóxicos no campo (Barroso & Murata, 2021).
Na prática, as misturas de defensivos agrícolas na calda de pulverização possibilitam maior operacionalidade e praticidade no processo de aplicação de defensivos, contudo, é preciso conhecer algumas características dos produtos, a fim de evitar problemas durante a aplicação dos defensivos ou até mesmo a perda de eficiência de alguns produtos.
A incompatibilidade química e física dos defensivos na calda de pulverização é um dos principais fatores limitantes da boa aplicação de defensivos. Características como pH da calda, assim como dureza da água podem interferir na eficiência de aplicação. Além disso, é comum observar interação entre produtos e/ou formulações, resultando principalmente em incompatibilidade física, refletindo em decantação de produtos no tanque de pulverização, entupimentos de filtros e pontas de pulverização, entre outros.
Figura 1. Incompatibilidade física da mistura de herbicidas e adubo foliares e o efeito de entupimento de filtros de pontas de pulverização.

Visando auxiliar técnicos e produtores em melhorar a eficiência de aplicação de defensivos, existem algumas tabelas que apresentam a compatibilidade e incompatibilidade físico-químicas de misturas em tanque da agroquímicos e fertilizantes foliares para as principais culturas agrícolas. Embora possa ser considerada uma ferramenta simples, pode trazer expressivas contribuições na melhoria da aplicação de defensivos.

As tabelas estão disponíveis para download clicando aqui. É gratuito, sendo necessário apenas preencher os campos solicitados com seus dados pessoais.
Veja mais: Tecnologia de aplicação de inseticidas – preparando a calda
Referências:
BARROSO, A. A. M.; MURATA, A. T. MATOLOGIA: ESTUDO SOBRE PLANTAS DANINHAS. Jaboticabal, 2021.
PORTAL DBO. TABELAS DE COMPATIBILIDADES E INCOMPATIBILIDADES FÍSICO-QUÍMICAS DE MISTURAS EM TANQUE DE AGROQUÍMICOS E FERTILIZANTES FOLIARES. Disponível em: < https://www.portaldbo.com.br/tabela-de-compatibilidade/ >, acesso em: 28/10/2021.