As espécies Borreria spinosa e Borreria verticillata, popularmente conhecidas como  vassourinha-de-botão fazem parte do grupo das principais e mais complexas plantas daninhas do sistema de produção de grãos. A maior dificuldade no manejo da vassourinha-de-botão está na dessecação em pré-semeadura da soja, após o período de seca na entressafra, quando as plantas se encontram com menor área foliar e estresse hídrico (Ikeda et al., 2025).

Embora não haja até então herbicidas com registro para o controle de Borreria spinosa em soja, para a espécie Borreria verticillata há herbicidas registrados para o manejo da cultura, possibilitando o controle químico dessa espécie. De acordo com Ikeda et al. (2025), para a dessecação em pré-semeadura da cultura da soja, há o tiafenacil, o saflufenacil e a mistura comercial de diquat + flumioxazin. No entanto, é importante ressaltar que nesses casos, recomenda-se aplicar no estádio de 2 a 4 folhas para os dois primeiros produtos e 2 a 6 folhas para o último.

Tabela 1. Herbicidas registrados para controle de Borreria verticillata (Brasil, 2024).
Fonte: Ikeda et al. (2025)

Vale destacar que a espécie Borreria verticillata é considerada tolerante ao herbicida 2,4-D, e portanto, esse deve ser evitado para o manejo dessa planta daninha. Além disso, o herbicida glufosinato de amônio, embora muitas vezes seja recomendado para o controle de Borreria verticillata na dessecação em pré-semeadura da soja, não possui registro para controle da espécie nessa situação.

Visando o manejo de populações infestantes contemplando a vassourinha-de-botão, Ikeda et al. (2025) destacam que herbicidas residuais (pré-emergentes), podem ser associados a herbicidas utilizados na dessecação pré-semeadura da soja, aumentando o espectro de ação e elevando a residualidade no controle dessas plantas daninhas, possibilitando um melhor estabelecimento inicial da lavoura. Estudos comprovam que a associação entre herbicidas como pyroxasulfone + flumioxazin e herbicidas com flumioxazin flumioxazin, flumioxazin + S-metolachlor, apresentam controle excelente de Borreria spinosa em solo argiloso (tabela 2).

Tabela 2. Porcentagem de controle e número de plantas vaso-1 de vassourinha-de-botão (Borreria spinosa) aos 7, 14, 21, 28, 35 e 42 dias após a aplicação (DAA) de tratamentos herbicidas aplicados em pré-emergência. Sinop, MT, 2024.
Fonte: Ikeda et al. (2025)
Figura 1. Controle de vassourinha-de-botão (Borreria spinosa) em pré-emergência com a aplicação de atrazine (2.500 g ha-1) (A), flumioxazin (75 g ha-1) (B), flumioxazin + S-metolachlor [63+1.260 g ha-1] (C), pyroxasulfone + flumioxazin [120+80 g ha-1] (D), S-metolachlor (1.680 g ha-1) (E) e terbutilazina (1.500 g ha-1) (F) aos 21 dias após a aplicação. Sinop, MT, 2024.
Fonte: Ikeda et al. (2025)

Na pós-emergência da vassourinha-de-botão, ainda não existem herbicidas registrados para o controle de Borreria verticillata e Borreria spinosa na cultura da soja, no entanto, há estudos que indicam a possibilidade de se controlar Borreria verticillata em pós-emergência com 960 g ha-1 de glyphosate em plantas emergidas há menos de 60 dias em soja RR (Ikeda et al., 2025). Vale lembrar que plantas de Borreria verticillata são consideradas tolerantes ao herbicida 2,4-D, e portanto, essa opção de manejo deve ser evitada.

Como estratégia de manejo, é possível associar herbicidas pré e pós-emergentes visando aumentar o espectro de ação e a performance no controle da vassourinha-de-botão. Conforme destacado por  Ikeda et al. (2025), a associação de pendimethalin em pré-emergência com bentazon (960 g ha-1), bentazon + imazamox [600 + 28 g ha-1] ou fomesafen em pós-emergência (250 g ha-1) proporciona controle entre 83 e 94% de Borreria spinosa, resultando em maior controle do que as aplicações apenas em pré ou pós-emergência. As autoras ainda enfatizam que o herbicida pendimethalin não apresenta registrado para a cultura da soja, contudo, é uma opção com registro para manejar lavouras de feijão e arroz.

Em suma, o manejo da vassourinha-de-botão requer medidas integradas e estratégias que preconizem o controle nos estádios iniciais do desenvolvimento da planta daninha, sendo essencial, utilizar herbicidas pré-emergentes, associados ou não a pós-emergentes, para reduzir os fluxos de emergência da vassourinha-de-botão e aumentar a performance no controle dessa planta daninha.

Confira o documento completo desenvolvido por Ikeda e colaboradoras (2025) clicando aqui!



Referências:

IKEDA, F. S. et al. MANEJO DE VARROURINHA-DE-BOTÃO (Borreria spinosa) NA SUCESSÃO SOJA-MILHO. Embrapa Agrossilvipastoril, Documentos, n. 11, 2025. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/doc/1174732/1/2025-cpamt-doc-11-fsi-manejo-vassourinha-de-botao-sucessao-soja-milho.pdf >, acesso em: 28/10/2025.

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