Prêmios em cena: A forte demanda chinesa pela soja brasileira, após a suspensão da importação de produtos agrícolas norte-americanos pela China, segue impulsionando as cotações da oleaginosa em Mato Grosso. No que diz respeito aos indicadores que compõem o preço da soja, o prêmio (contrato corrente) vem apresentando uma alta considerável.
Assim, na última sexta-feira (23/08), o prêmio corrente no porto de Santos fechou cotado a US$ 1,53/bushel, alta de 13,33% ante a sexta-feira da semana anterior e de 47,71% se comparado com o início do mês, sendo estes patamares normalmente observados na entressafra.
Enquanto o cenário atual continuar, e as incertezas internacionais perdurarem, a tendência é que os olhos dos players sigam voltados para a soja brasileira. De modo geral, a bonificação portuária, aliada ao aumento da taxa de câmbio, segue impulsionando e sustentando as negociações no mercado interno.
Confira os principais destaques do boletim:
• O preço da soja disponível em MT fechou a última semana cotado numa média de R$ 70,47/sc, avanço de 2,24%. A demanda chinesa pelo grão brasileiro dá suporte às negociações.
• O contrato corrente na bolsa CME-Group registrou uma queda semanal de 1,48%, cotado a US$ 8,54/bushel. O governo chinês anunciou novas tarifas, o que preocupou os players do mercado.
• O dólar continua em patamares elevados e, na última semana, fechou com uma média semanal de R$ 4,07/US$, elevação de 1,66%. O mercado segue reagindo à tensão política entre os EUA e a China.
• A diferença de Base MT – CME apresentou alta de 19,04% e média de R$ -6,08/sc, reflexo da alta nas cotações no estado.
RITMO LENTO: De acordo com os últimos dados divulgados no boletim semanal de acompanhamento de safra do USDA, o desenvolvimento das lavouras norte-americanas está atrasado. Apenas 94,00% das lavouras estão em estádio de florescimento ante 100,00% do ano passado.
As lavouras já desenvolvidas, ou seja, as que já formaram vagem, somam 79,00% do total semeado, número bem inferior aos 94,00% da última safra. Esse retardo é decorrente, principalmente, de uma semeadura conturbada da oleaginosa em condições desfavoráveis, ocasionadas por uma alta quantidade de água no solo na época de semeadura.
Para tornar o cenário nos EUA ainda mais delicado, o clima está seco, o que desfavorece o desenvolvimento das lavouras, sendo a fase de enchimento de grãos um período crítico. Esse fato pode incorrer em perda de produtividade, o que se consolidar, refletirá no mercado mundial, podendo abrir espaço à demanda pela soja brasileira.
Fonte: IMEA