O presente trabalho objetivou caracterizar a diversidade de formigas patrulheiras em área de cultivo, borda e interior do Cerrado
Autores: Jéssica K. G. Cavalcante1; Talitha H. de Souza2; Marilza da S. Costa1; Ana V. P. Pereira1;Kedyma A. Leoni1; Uagner F. dos Santos1; Jefferson M. A. da Silva1; Mônica J. B. Pereira2

Introdução
Formigas do gênero Pseudomyrmex possuem a capacidade de adaptar-se à diferentes condições ecológicas, dado seu hábito arborícola e generalista quanto ao local de nidificação. As espécies comumente encontradas nidificando o solo, são consideradas patrulheiras solitárias. Perante esses fatos, o presente trabalho objetivou caracterizar a diversidade de formigas patrulheiras em área de cultivo, borda e interior do Cerrado.
Material e métodos
A pesquisa foi desenvolvida nos meses de novembro e dezembro de 2017, na Fazenda Aparecida da Serra, município de Tangará da Serra, Mato Grosso, Brasil. Para o estudo, estabeleceu-se quatro grids de 500 m de comprimento. Cada gridera composto por três transectos, sendo o primeiro instalado na borda do Cerrado, o segundo a 200 m para o interior da cultura e o terceiro a 300 m para o interior do Cerrado (Figura 1).
Figura 1: (A) Mapa ilustrativo dos quatro grids localizados na Matriz Agrícola adjacente ao Cerrado, localizado na Fazenda Ap. da Serra – MT. Fonte: Google Earth. (B) Representação do grid com os três transectos distribuído ao longo da área de matriz, borda e cerrado. Os pontos representam as armadilhas pitfall distribuídos em cada transecto.
Em cada transecto foram instaladas dez armadilhas do tipo pitfall, a 10 m de distância uma da outra. Para a análise dos dados, determinou-se o índice padrão de ocorrência, que considera as seguintes faixas de diversidade: <25% (aceitável), >25 <50% (acessória) e >50% (constante).
Figura 2: (1) Pitfall instalado na soja, (2) Pitfall instalado no Cerrado, (3) Material sendo triado e (4) Material alfinetado para identificação.
Resultados e discussão
Nos três ambientes (borda, cultura e Cerrado), constatou-se apenas uma espécie de formiga patrulheira, pertencente ao gênero Pseudomyrmex (Figura 3). A borda apresentou diversidade constante, ou seja, frequência de Pseudomyrmex acima de 50% nos dois meses e, o Cerrado apresentou diversidade acessória em novembro e constante em dezembro. Na área de soja, a diversidade foi considerada aceitável nos períodos de avaliação (Figura 4). A baixa constância de Pseudomyrmex no cultivo pode estar associada à oferta de poucos locais de nidificação ou ao manejo adotado na propriedade.
Figura 3: Ocorrência de Pseudomyrmex nos meses de novembro e dezembro (2017).
Figura 4: Índice de diversidade (%) de Pseudomyrmex nos meses de novembro e dezembro (2017).
Conclusão
Com isso, acredita-se que a área de borda e interior do Cerrado apresentaram maior diversidade de indivíduos por fornecerem recursos favoráveis a sua permanência.
Informações dos autores
1 Universidade do Estado de Mato Grosso-UNEMAT, Campus Tangará da Serra, Rodovia MT-358, Km 07, Caixa Postal 287, CEP: 78300-000.
2 Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ambiente e Sistemas de Produção Agrícola, Universidade do Estado de Mato Grosso-UNEMAT, Campus Tangará da Serra, Rodovia MT-358, Km 07, Caixa Postal 287, CEP: 78300-000
Disponível em: Anais do XXVII Congresso Brasileiro de Entomologia, 2018. Gramado, RS.