A área cultivada de soja no Estado é de 6.513.891 hectares. A produtividade está estimada em 2.175 kg/ha, representando um decréscimo de 30,52% na estimativa inicial.
A colheita teve prosseguimento e alcançou 4% da área cultivada. No entanto, a maior parte da cultura encontra-se em enchimento de grãos – 52% – e em maturação – 30%. As lavouras colhidas ainda apresentam resultados entre 300 e 3.000 kg/ha, mantendo a grande amplitude da safra.
No período entre 13 e 19/03, novamente houve insuficiência de chuvas na maior parte do Estado, o que, nesta reta final de produção, pode comprometer o enchimento de grãos e consequentemente a produtividade. No aspecto visual, houve um rápido aumento na coloração amarelada das lavouras, indicando os estágios finais de ciclo. Entretanto, a maturação das lavouras apresenta-se de maneira desuniforme, sendo observadas, em uma mesma planta, vagens secas, prestes a abrir e a perder os grãos por debulha natural, bem como vagens completamente verdes com grãos ainda em pleno crescimento. Em parte das lavouras em maturação é observada a retenção foliar, com elevado número de folhas secas aderidas a planta, dando aspecto de maturação forçada devido à baixa umidade nos solos.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, a produtividade estimada é de 1.663 kg/ha, sendo 34,68% inferior à projetada inicialmente. Na Fronteira Oeste, em São Borja, foram poucas as localidades onde ocorrerram chuvas frequentes desde a implantação da cultura. Nesses locais, as lavouras estão com desenvolvimento próximo à normalidade, e a expectativa é de uma produtividade satisfatória. Já em outras localidades, onde o volume precipitado foi muito abaixo do normal, há estimativa de perdas acima de 80% e perda total em parte das lavouras, onde não será efetuada a colheita.
Na de Caxias do Sul, a produtividade estimada é de 3.399 kg/ha, ou seja, uma redução de 3,85% na projetada inicialmente. O tempo seco, na última semana, poderá provocar prejuízos nas lavouras mais tardias, principalmente a redução de massa nos grãos, já que a deficiência hídrica ocorre no período de enchimento de grãos.
Na de Frederico Westphalen, a produtividade estimada é de 2.429 kg/ha, significando redução de 30,02% na estimativa inicial. A colheita alcançou 3% da área cultivada e está em atraso em relação a anos anteriores, principalmente pelo retardamento no plantio em decorrência da restrição hídrica. Os primeiros resultados comprovam a redução na produtividade e apontam problemas na qualidade, pois há grãos verdes e impurezas. Cerca de 25% das lavouras estão em maturação bastante desuniforme e com elevada infestação de ervas daninhas pelo insuficiente controle em função da estiagem.
Na de Ijuí, a estimativa de produtividade é de 2.324 kg/ha, representando perdas de 34,42% na projetada. No período, os produtores prosseguiram o manejo químico por meio do uso de produtos recomendados para uniformizar a maturação. Nas lavouras colhidas – 4% –, os grãos apresentam tamanho menor, tonalidade esverdeada e baixa densidade. Essa situação reflete em baixa massa por volume colhido, reduzindo ainda mais a produtividade. As lavouras colhidas, em Jóia e em Salto do Jacuí, apresentam produtividade inferior a 600 kg/ha, a menor da região até o momento.
Na de Passo Fundo, a produtividade está estimada em 2.836 kg/ha, sendo 21,11% menor do que a projetada. A colheita alcançou 5% da área cultivada. As lavouras em maturação representam 45% e em enchimento de grãos, 50%.
Na de Pelotas, a produtividade estimada é de 2.128 kg/ha, significando 19,18% de redução da estimativa inicial. A colheita foi realizada em 2% da área de cultivo, mas, em Morro Redondo e em Pinheiro Machado, já atinge 10%. O período foi de intenso calor, o que causou sintomas de estresse em plantas, principalmente nas cultivadas em regiões onde não choveu, praticamente paralisando o enchimento dos grãos. Essa fase já atinge 70% das lavouras da região.
Na de Porto Alegre, a produtividade atual é de 2.946 kg/ha, o que representa um acréscimo de 2,79% na projeção inicial. Estão na fase de enchimento de grãos 75% da área, e 5% já foram colhidas. As altas temperaturas registradas no período preocuparam os produtores, pois o calor atípico pode antecipar a floração das cultivares tardias, enquanto as plantas ainda apresentam porte mais baixo. Essas temperaturas também podem afetar a retenção de vagens e o enchimento de grãos.
Na de Santa Maria, a produtividade atualmente está estimada em 1.906 kg/ha, constituindo uma redução de 36,64% da projetada. A colheita teve início tímido somando 2% de área colhida. Em Tupanciretã, município com a maior área de soja na região – 149.100 hectares –, a perspectiva de redução na produtividade é de 50%, ou seja, uma produção de apenas 1.620 kg/ha.
Na de Santa Rosa, a produtividade está estimada em 1.525 kg/ha, representando redução de 52% da projetada. A colheita alcançou 4% da área, 27% das lavouras estão em maturação e 55% em enchimento de grãos. A produtividade obtida, até o momento, continua entre 300 e 1.200 kg/ha. Ainda é grande a demanda por cobertura dos prejuízos, e a expectativa é de que, em praticamente a totalidade das operações de crédito com opção de Proagro realizadas na região, sejam solicitados cobertura do seguro.
No período, a ocorrência de chuvas, mesmo pontuais, e a diminuição das temperaturas estabilizaram a tendência de aumento nas perdas. A elevação de umidade no ambiente, em localidades onde ocorreram as chuvas, reduziu os problemas causados por tripes e ácaros e aumentou a ocorrência de manchas foliares – grupo de doenças de final de ciclo. Visando ao controle da proliferação e à diminuição dos prejuízos, os produtores realizaram a aplicação de fungicidas nas lavouras que ainda apresentam um bom potencial produtivo.
Na de Soledade, a produtividade estimada é de 2.175 kg/ha, consistindo em redução de 30,53% em relação à avaliação inicial. Em grande parte das lavouras, há linhas de semeadura perceptíveis, sem o dossel totalmente fechado, embora as plantas estejam em plena fase reprodutiva. Isso indica um desenvolvimento de plantas abaixo do normal e baixa possibilidade de recuperação dadas as fases adiantadas no ciclo, o que deverá refletir numa redução significativa de produtividade.
Estima-se que metade da área cultivada está iniciando a maturação fisiológica, e outra metade definindo a formação de vagens e grãos. Ambas necessitam de teores adequados de umidade nos solos para que o peso de grãos seja estabelecido. Continuam os tratamentos fitossanitários com foco no controle de tripes, ácaros e percevejos. Doenças como oídio e ferrugem também são controladas, tendo em vista o clima ameno que favoreceu a sua incidência.
Comercialização (saca de 60 quilos)
Segundo o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Estado, a cotação média da soja na semana foi de R$ 159,19/sc., representando uma redução de -1,22% em relação à cotação da semana anterior de R$ 161,15.
Fonte: Informativo Conjuntural n° 1755- Emater/RS