A área projetada para a safra 2022/2023 é de 6.568.607 hectares. A produtividade estimada é de 3.131 kg/ha.
A ocorrência de chuvas esparsas e de volume variado determinou o curso da semeadura. Em locais onde as precipitações não foram capazes de repor o teor de umidade nos solos, a operação permaneceu suspensa. Já onde as chuvas foram satisfatórias, foi dado o prosseguimento. Estima-se que 81% dos cultivos previstos foram semeadas.
As lavouras ainda em fases inicias de desenvolvimento, após as precipitações, apresentaram melhora no estabelecimento, com emissão de novos trifólios, com folhas bem desenvolvidas e coloração verde mais intensa. Onde não ocorreram chuvas, ou o volume foi insuficiente, as plantas apresentaram sintomas de déficit hídrico, como murchamento de folhas. Nas condições atuais de exploração, com altas temperaturas e grande insolação, aumentam a evapotranspiração e a demanda por água. É necessária uma reposição, através de precipitações ou irrigações, numa periodicidade no mínimo semanal, para a correta evolução de ciclo da cultura e para a manutenção do seu potencial produtivo.
Em relação ao aspecto fitossanitário, onde houve a reposição de umidade, os produtores retomaram o controle de ervas daninhas e o monitoramento de pragas. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, com o retorno das precipitações ainda na semana anterior, a semeadura foi retomada. Ela alcançou 90% em Dom Pedrito e 75% em São Gabriel, municípios com as maiores áreas de cultivo na região. As boas condições nos solos, com umidade e temperaturas elevadas, propiciaram uma germinação e emergência uniformes.
Na de Caxias do Sul, as chuvas proporcionaram condições adequadas de umidade para dar continuidade à semeadura, que avançou à medida que foram colhidos os cereais de inverno, e deverá ser concluída até o dia 20/12. As lavouras apresentam bom estabelecimento inicial, com poucas falhas na germinação, e o desenvolvimento das plantas é adequado.
Na regional de Erechim, 80% da área prevista foi plantada. Há pequeno atraso na semeadura em função da colheita do trigo e da insuficiência de chuvas. A cultura está em fase vegetativa entre os estágios V2 e V4 (segunda e quarta folha trifoliolada).
Na de Frederico Westphalen, a cultura apresenta 85% implantados. A ocorrência de precipitações, mesmo em pequenos volumes, foi favorável à germinação e à emergência.
Na de Ijuí, a semeadura apresentou avanço lento, realizada nas localidades onde as precipitações foram superiores a 20 mm. As lavouras apresentaram sintomas da falta de umidade, com folhas murchas, coloração esbranquiçada, paralização do crescimento e da germinação, até o dia 30/11, quando ocorreram chuvas esparsas. Posteriormente, a situação começou a se reverter, e as plantas retomaram o desenvolvimento.
Na regional de Pelotas, a semeadura continuou de forma ágil, aproveitando a recorrência de chuvas ente 27/11 e 03/12, mesmo com grande variação de volume. A operação foi realizada em 84% da área de intenção de cultivo, e os municípios de Arroio do Padre, Tavares e Santa Vitória do Palmar já a finalizaram. As lavouras apresentam muito bom estande de plantas e desenvolvimento.
Na de Porto Alegre, o plantio avançou, alcançando de 70% a 90%, conforme a microrregião. A ocorrência de precipitações manteve um adequado teor de umidade nos solos, favorecendo o estabelecimento inicial das lavouras.
Na de Santa Maria, após as chuvas ocorridas entre os dias 03 e 04/12, os produtores retomaram a semeadura e se encaminham para a finalização. Em Cacequi e em Tupanciretã, foi necessário realizar o replante de algumas lavouras que não germinaram, ou que germinaram de forma muito irregular, em razão da baixa umidade dos solos.
Na de Santa Rosa, a semeadura avançou de forma moderada no período, passando de 70% para 76%, pois, em parte da região, o teor de umidade baixo não permitia a emergência das sementes. Em regiões de maior índice pluviométrico, houve semeadura, boa germinação e adequado estabelecimento inicial. Não foi necessário ressemeadura, e a expectativa de produtividade ainda se mantém. Com a previsão de poucas chuvas e de altas temperaturas para os próximos dias, há expectativa de que a semeadura seja suspensa e se estenda até a primeira quinzena do mês de janeiro.
Na regional de Soledade, estima-se uma área semeada de 85%. A semeadura prosseguiu, e muitos agricultores, sobretudo no Alto da Serra do Botucaraí e Centro Serra, realizaram a operação em solos secos, confiando nos prognósticos de ocorrência de chuvas – que se confirmaram –, com precipitações bem distribuídas e com volumes satisfatórios. As lavouras emergidas apresentam um bom estande de plantas.
Programa Monitora Ferrugem RS
No período de 07 a 13/11/22, o laudo apresenta os resultados do monitoramento de esporos da ferrugem asiática da soja, fungo Phakopsora pachyrhizi, em Unidades de Referência Técnica no estado do Rio Grande do Sul. Esta informação aliada a outras práticas de manejo da cultura da soja serve de subsídio para a tomada de decisão dos agricultores.
A ocorrência de esporos (mapa abaixo) de P. pachyrhizi foi relatada nos municípios das regiões Centro-Sul, Noroeste, Norte e Nordeste do Estado, menciona-se que até o momento não foram relatados casos de ferrugem em lavouras de soja no Rio Grande do Sul. A detecção de esporos é um indicativo da presença do patógeno no ambiente, e nestes locais recomenda-se aos técnicos e aos produtores observância das condições climáticas para o manejo da ferrugem.Comercialização (saca de 60 quilos)
Segundo o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Estado, o valor médio apresentou redução de -3,20%, passando de R$ 172,43 para R$ 166,92.
Fonte: Informativo Conjuntural n° 1740 – Emater/RS