O mês de outubro marca o início da implantação da soja, principal lavoura extensiva no Estado do RS. A Emater/RS-Ascar realizou a coleta e levantamento de dados para a projeção da Safra 2023/2024 em 441 municípios que cultivam essa leguminosa, representando amostragem de 99,8%. Desse total, estima-se que a área a ser cultivada está em 6.745.112 hectares, o que indica aumento de 1,30% em comparação à safra anterior. A produtividade está estimada em 3.327 kg/ha.
Observa-se uma tendência ascendente, nos últimos 10 anos, tanto em relação à área cultivada quanto à produção. Em 2014, cultivou-se 4.990.042 hectares, ou seja, ao longo desse período, houve aumento de 35% de área. Já a projeção de produção passou para 22.442.526 toneladas, o que representa um crescimento de 72% em relação a 2014, quando a produção foi de 13.041.720 toneladas. O cultivo de soja é muito relevante para a economia estadual. Apenas essa leguminosa deve gerar na Safra 2023/2024 pelo menos 50 bilhões de reais na comercialização da produção, refletindo resultados em todas as regiões e em quase a totalidade dos municípios gaúchos.
Entretanto, em decorrência da extensão das lavouras, que chegam a quase 25% da área territorial do Estado, a exploração desse cultivo merece atenção e cuidados para a conservação dos meios de produção e das tecnologias de manejo. Desse modo, é primordial a conservação dos solos e da água onde a cultura está estabelecida. Boas práticas, como o plantio direto, as estruturas de contenção e a adequada produção de palhada de cobertura, melhoram a infiltração de água, garantem menor escorrimento abrupto de água e erosão bem como mantêm a umidade disponível por mais tempo, em um eventual período sem chuvas, garantindo melhores rendimentos.
Outro fator significativo é abrandar os efeitos desfavoráveis do uso de produtos químicos no controle de ervas, de doenças e de pragas, pois, devido à grande extensão de lavouras, essas substancias podem se tornar um problema para além das zonas de cultivo. É importante o manejo de inimigos naturais, o monitoramento criterioso do nível de dano gerado por infestações antes de realizar o seu combate. E, quando este se fizer necessário, ressalta-se que é preferível aplicar produtos biológicos ou de menor toxidez, além de se respeitar tecnicamente o cenário da aplicação dos produtos químicos, as regulagens, o uso de EPI e os cuidados com a saúde dos aplicadores e da população circunvizinha, observando-se as condições ambientais, especialmente o vento, para minimizar a deriva dessas substâncias.
Por fim, para garantir os resultados econômicos – importantes para a manutenção dos agricultores – e sociais, sempre em favor da maior inocuidade possível ao ambiente e à população, recomenda-se buscar a orientação técnica de um profissional das Ciências Agrárias. Por sua vez, a Emater/RS-Ascar coloca à disposição sua equipe, distribuída nos 497 municípios do Estado, para orientações e assistência técnica como produto final da extensão pública e gratuita a todos produtores e à cadeia produtiva gaúcha.
Fonte: Informativo Conjuntural n° 1784 – Emater/RS