A área estimada de cultivo para a safra 2022/2023 é de 831.786 hectares. A estimativa
inicial de produtividade era de 7.337 kg/ha.

Houve prosseguimento na colheita, alcançando 35% da área plantada. A estiagem provocou o estiolamento dos colmos das plantas, que não se mantêm em pé, aumentando o número de plantas acamadas e de difícil recolhimento na operação de corte. Essa situação está contribuindo para a antecipação da colheita, mesmo de grãos com umidade acima do ideal, entre 25% e 28%.

No período, foi realizada nova avaliação dos efeitos da estiagem em relação à produtividade em 463 municípios do Estado. A estimativa inicial de produtividade manteve-se na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul; na de Porto Alegre, a redução é próxima de 10%; nas regiões de Lajeado, Passo fundo e Soledade, são próximas a 20%; nas de Erechim, Ijuí, Pelotas e Santa Rosa, entre 35% e 40%; e nas de Bagé, Frederico Westphalen e Santa Maria, são pouco superiores a 50%.

Em termos fitossanitários, em lavouras recém-implantadas, prosseguiram o monitoramento e o controle de cigarrinhas.

Na região administrativa de Bagé, a colheita do milho avançou na Fronteira Oeste, atingindo 70% da área plantada em Maçambará. Mesmo com as plantas totalmente secas, os grãos ainda apresentam umidade elevada. Em Manoel Viana, os produtores estão apreensivos com o atraso do plantio das áreas de safrinha, pois poderão aumentar os riscos de perdas futuras decorrentes de baixas temperaturas, a partir do mês de maio. Em Quaraí, somente as primeiras lavouras implantadas entre agosto e setembro apresentaram alguma produção; as áreas estabelecidas posteriormente apresentam perdas irreversíveis. As lavouras ainda enfrentam problemas devido ao ataque de caturritas nas espigas em fase de maturação.

Na de Caxias do Sul, nas regiões dos Campos de Cima da Serra e das Hortências, onde é cultivado cerca de 65% do total da área da regional, as chuvas ocorrem de forma regular, e há poucos relatos de perdas de produtividade em razão da deficiência hídrica. Já em parte da Região da Serra, os danos em lavouras em fase de floração e de enchimento de grãos se agravaram em função da ausência de chuvas e das altas temperaturas no período.

Na de Ijuí, os produtores aproveitaram a manutenção do tempo seco para acelerarem a colheita da cultura e, assim, liberarem as áreas para outros cultivos. As perdas aumentam com a incidência de tombamento das plantas, antes da chegada das máquinas colhedoras. As lavouras de sequeiro em maturação apresentam reduzido número de grãos por espiga e grãos enrugados e chochos, dificultando a debulha e aumentando as perdas na colheita.

Na de Pelotas, com a ocorrência de chuvas em 22 e 28/01, foi retomado o plantio de milho de sequeiro nas regiões tradicionais, onde há predomínio da agricultura familiar. As perdas são irreversíveis, mesmo que as chuvas se regularizem. Na de Santa Maria, apenas 77% da área projetada foi implantada, e o período indicado no zoneamento encerrou-se em 31/01. As semeadas após essa data correm um risco maior de geada no final do ciclo e não estarão cobertas por seguro agrícola.

Na de Santa Rosa, houve novas semeaduras, e a área projetada deverá ser alcançada nos primeiros dias de fevereiro. A colheita das lavouras se intensificou e atingiu 80%, antecipada pela maturação forçada.

Na de Soledade, as lavouras implantadas no cedo (agosto e setembro) representam aproximadamente 50% da área cultivada na região, estão com produção definida e sendo colhidas, mas há redução de 25% a 30% na produtividade devido à estiagem. As melhores lavouras alcançaram produtividade de 9.600 kg/ha, enquanto outras apresentam perdas significativas; inúmeros agricultores estão solicitando a cobertura do Proagro. Já lavouras semeadas no período intermediário e tardio do zoneamento agrícola (pós-tabaco e pós feijão safra e milho safra silagem) estão em desenvolvimento vegetativo, com pequeno estresse hídrico, porém há potencial de recuperação, caso as chuvas se regularizem.

Comercialização (saca de 60 quilos)

Segundo o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no
Estado, o valor médio decresceu -2,34%, passando de R$ 86,36 para R$ 84,34. O produto
disponível em Cruz Alta em R$ 90,00.

Fonte: Informativo Conjuntural n° 1748 – Emater/RS



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