A área estimada de cultivo para a safra 2022/2023 é de 831.786 hectares. A produtividade esperada é de 7.337 kg/ha.
A cultura está em fase de implantação. No entanto, o ritmo de semeadura foi mais lento, elevando–se apenas 2% no período, alcançando 66% da área projetada.
O desenvolvimento das lavouras permanece lento devido às baixas temperaturas registradas ainda no início de outubro. Já as localizadas em regiões mais frias apresentam plantas com entrenós mais curtos e folhas pequenas.
Após as chuvas, os produtores intensificaram os tratos culturais, como o controle de plantas invasoras e a adubação nitrogenada em cobertura.
Em termos fitossanitários, houve incidência variável de cigarrinhas e o surgimento de focos de pulgões, atacando a cultura.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, as chuvas registradas foram muito importantes para interromper o estresse observado em algumas lavouras, além de permitir a execução de práticas de manejo importantes, como a aplicação de fertilizantes nitrogenados e potássicos, bem como de herbicidas para o controle de plantas daninhas. Em Manoel Viana, a cultura apresenta ótimo desenvolvimento, com potencial produtivo semelhante ao estimado no início do plantio. Em São Borja, algumas lavouras implantadas no sistema sulco-camalhão receberam irrigação no início do período devido à insuficiência de chuvas durante o mês de setembro.
Na de Caxias do Sul, a operação de semeadura avançou de forma acelerada na Serra e nos Campos de Cima da Serra, pois é realizada preferencialmente durante o mês de outubro. As lavouras apresentam bom estabelecimento inicial, mesmo que o desenvolvimento seja considerado lento. Houve capturas de cigarrinhas em armadilhas de monitoramento, alertando os produtores para verificar a ocorrência em lavouras.
Na de Frederico Westphalen, na maior parte das lavouras, já foi realizada a primeira adubação nitrogenada em cobertura, entretanto o aproveitamento do nutriente foi considerado aquém do ideal pelas condições adversas do tempo. Dessa forma, a segunda adubação terá uma maior importância para minimizar o baixo desenvolvimento inicial da cultura. O frio diminuiu a incidência de cigarrinhas.
Na de Ijuí, houve aumento da incidência de pulgões, que migram das lavouras de trigo em final de ciclo, necessitando maior monitoramento e controle.
Na de Passo Fundo, 90% da área projetada foi plantada, apresentando 20% em fase de germinação e 70% em desenvolvimento vegetativo. O restante da área de cultivo já foi manejado, e o plantio será realizado nos próximos dias.
Na de Pelotas, os produtores seguem com a semeadura escalonada, que deve se estender até dezembro. Foram semeados 7% do projetado.
Na de Santa Maria, um pouco mais de 30% da área prevista foi plantada. As lavouras encontram–se em germinação e no início do desenvolvimento vegetativo.
Na de Santa Rosa, as lavouras apresentam estande dentro das recomendações técnicas e bom desenvolvimento inicial. Na Fronteira Noroeste, a semeadura ocorreu mais cedo, e as lavouras já estão em média com 80 cm de altura. Nas Missões, onde a semeadura foi mais tardia, o porte alcança 40 cm. As chuvas que ocorreram praticamente em intervalos semanais desde o final de agosto favorecerem o crescimento das plantas, com ótimo aproveitamento da adubação nitrogenada em cobertura. Em relação à sanidade das plantas, houve diminuição significativa na incidência das cigarrinhas, resultante do controle com inseticidas e da redução das temperaturas. No entanto, o uso intensivo de inseticidas causou a morte de predadores naturais de outras pragas, como pulgões e lagarta do cartucho, exigindo constante monitoramento.
Na de Soledade, na maior parte das lavouras, foram realizados os tratos culturais de controle de plantas invasoras e a aplicação de adubos nitrogenados em cobertura. As chuvas de até 30 mm favoreceram a incorporação do nitrogênio aos solos e aumentaram a absorção do nutriente. Entretanto, para uma pequena parte das lavouras, cultivada sem os cuidados com a conservação dos solos, esse volume de chuvas provocou perdas do adubo principalmente pelo escorrimento e erosão.
Comercialização (saca de 60 quilos)
Segundo o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar no Estado, o valor médio decresceu -0,38%, passando de R$ 84,02 para R$ 83,70. O produto disponível em Cruz Alta permaneceu em R$ 90,00.
Fonte: Informativo Conjuntural n° 1732 – Emater/RS