Os prejuízos causados pelas doenças relacionadas ao “complexo de enfezamento” têm gerado grande preocupação para os produtores nas últimas safras, devido ao aumento da ocorrência de sintomas relacionados a essas enfermidades, que também têm sido observados por pesquisadores de diferentes instituições de pesquisa no país.

Os enfezamentos são causados por bactérias da classe Mollicutes. Dois sintomas de enfezamento são conhecidos em milho: enfezamento pálido e enfezamento vermelho, ocasionados pelo procarionte Spiroplasma kunkelii Whitcomb (Corn Stunt Spyroplasma) e pelo Fitoplasma (Maize bushy stunt phytoplasma), respectivamente. Ambos os patógenos são transmitidos pela cigarrinha do milho Dalbulus maidis (DeLong & Wolcott) (Homoptera: Cicadellidae).

Os sintomas do enfezamento pálido são estrias cloróticas delimitadas que se iniciam na base das folhas, plantas com altura reduzida, encurtamento de entrenós, brotos nas axilas foliares e cor avermelhada em folhas, podendo ocorrer enfraquecimento dos colmos e proliferação de espigas.

Os sintomas do enfezamento vermelho são amarelecimento e/ou avermelhamento das folhas, geralmente iniciando pelas bordas, perfilhamento e proliferação de espigas por planta.

A cigarrinha do milho é encontrada, geralmente, em toda a região neotropical onde esse cereal é cultivado desde o nível do mar até altitudes além de 3.000 metros. A cigarrinha adquire os patógenos causadores dessas doenças ao se alimentar em plantas de milho infectadas e, posteriormente, passa a transmiti-los para as plantas sadias.

Abaixo são relacionadas as práticas de manejo dos enfezamentos do milho que vêm sendo preconizadas pela pesquisa científica. Entretanto, nenhuma delas é suficiente de forma individual, devendo ser adotadas no contexto do Manejo Integrado de Pragas e Doenças:

  1.  Eliminar as plantas de milho voluntário (tiguera);
  2.  Não semear milho ao lado de lavouras adultas apresentando sintomas de enfezamento;
  3.  Respeitar o período de semeadura do milho indicado para cada região;
  4.  Utilizar cultivar com maior tolerância genética aos enfezamentos;
  5.  Utilizar sementes certificadas e tratadas;
  6.  Monitorar a presença da cigarrinha entre as fases VE-V8 e aplicar os métodos de controle recomendados, visando reduzir a dispersão das doenças;
  1.  Alternar os princípios ativos e modos de ação dos produtos utilizados no controle das plantas voluntárias e do inseto vetor, para evitar eventual resistência aos ativos utilizados;
  2.  Planejar e realizar a colheita e o transporte da produção de forma a evitar a perda de espigas e grãos, reduzindo assim a ocorrência do milho tiguera nas áreas cultivadas e nas suas proximidades;
  1.  Realizar a rotação de cultivos, evitando o plantio sucessivo de gramíneas na mesma área.

Cartilha Manejo da Cigarrinha e Enfezamentos na Cultura do Milho apresenta mais informações sobre a identificação dessas doenças nas lavouras e sobre o manejo mais adequado para se minimizar os impactos gerados pelos enfezamentos do milho.



Fonte: Embrapa

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