Em vídeo divulgado no canal no Youtube pelo pesquisador Marcelo Gripa Madalosso é abordado sobre uma situação que vem ocorrendo em quase todo estado do Rio Grande do Sul, algumas zonas do Paraná, do Paraguai e parte do Cerrado, que é o estresse hídrico na cultura da soja e a situação de aplicação nessas condições.
Irregularidade das chuvas x produtividade da soja
Conforme destacado pelo pesquisador, em uma situação como essa, deve-se avaliar ponto a ponto, em virtude da irregularidade das chuvas em cada região. No caso de estresse hídrico muito severo, a planta de soja tem o objetivo de perder uma quantidade mínima possível de água e para isso ela fecha os seus estômatos e vai depositando uma camada de cera na cutícula, aumentando também a deposição de pelos nessas folhas com o objetivo de impedir a evaporação e saída de água.
Por outro lado, se uma gota de pulverização entrar em contato com essa planta, será praticamente impossível de penetrar em uma condição como essa, e o mesmo vale para as plantas daninhas.
Além disso, conforme destacado, em uma situação de seca e estresse hídrico severo, existem trabalhos que demonstram que em torno de 60 a 70% do produto que foi aplicado não chega até a planta em condições como essa. Além disso, caso as gotas cheguem até o alvo, dificilmente ela será absorvida em situações de estresse.
Dessa forma, o pesquisador cita que se deve avaliar a questão do estresse, se existe baixeiro ou não, pensando-se em inóculo, e em havendo necessidade de se fazerem aplicações pode-se utilizar ainda as seguintes estratégias:
- Fazer aplicações noturnas, onde as condições são um pouco mais favoráveis;
- Aumentar a vazão da água, para que se tenha mais água na gota e no ambiente, além de reduzir o risco de fitotoxidade e extinção da gota;
- Utilizar produtos que reduzem o estresse oxidativo como Mancozebe, extratos de algas e aminoácidos;
O pesquisador aconselha também que o produtor que tenha que aplicar não espere depois da chuva para realizar essa prática de manejo, deixando escapar o período em que a entrelinha ainda não fechou e ainda há presença de patógenos, pois após o fechamento da entrelinha e com o patógeno no ambiente, torna-se muito mais difícil de realizar o controle, porém, para cada caso existe uma recomendação e deve-se analisar cada um separadamente.
Confira o vídeo abaixo.