A falta de precipitações no Estado dificulta o avanço dos plantios e afeta o desenvolvimento de alguns cultivos já implantados.

Na regional da Emater/RS-Ascar de Erechim, o plantio não avançou no período. As lavouras implantadas nas encostas do rio Uruguai depois do dia 10/08, e que se encontram mais adiantadas e em início de pendoamento, as perdas já ultrapassam 30%. Alguns produtores começam a destiná-las para alimentação animal. Nas com propósito para silagem, há também perdas significativas de massa verde e qualidade dos grãos.

Na de Frederico Westphalen, a falta de chuvas desde setembro até agora atrasou o desenvolvimento da cultura; além disso, dificultou os tratos culturais, como a aplicação de fertilizantes nitrogenados e o manejo de plantas invasoras. Em alguns casos, observa-se o ataque de lagartas, percevejos e até mesmo tripes. A situação da cultura se agravou muito devido ao estresse hídrico causado pelas baixas precipitações desde a implantação da cultura e deverá afetar significadamente a produtividade das lavouras. Nas destinadas à silagem, o desenvolvimento e crescimento estão comprometido e as perdas já ultrapassam 47% da expectativa inicial de 33.562 quilos por hectare.

Na regional da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, lavouras estão no início do estádio reprodutivo – pendoamento, preocupando produtores e técnicos pela falta de chuva nesse período crítico. Em Manoel Viana, percebe-se que nas áreas de várzeas e nas de coxilhas com grande palhada, ainda há bom nível de umidade no solo. Nas áreas de coxilhas no sistema com preparo convencional, os níveis de umidade já estão abaixo do ideal. As áreas implantadas no final de outubro estão em fase de emergência, sendo que este processo está ocorrendo de maneira lenta e desuniforme devido às baixas temperaturas registradas no período. Na Campanha, os fortes ventos ao longo da semana, paralisaram as dessecações. Em Hulha Negra, produtores são orientados sobre estratégias para evitar problemas relacionados com a deriva, fundamentalmente com destaque para as condições ambientais ideais e nos ajustes na regulagem de pulverizadores.

Na de Soledade, grande parte das lavouras com plantio no cedo – meados de agosto e setembro – entraram na fase florescimento, estádio de maior exigência hídrica, coincidindo com o período de déficit. Começa-se a perceber lavouras com sintomas de estresse hídrico, sobretudo em áreas com solo pouco profundo e arenoso. Em geral, o déficit hídrico cumulativo desde outubro já evidencia perdas na cultura, porém ainda não significativas.

Na de Caxias do Sul, as plantas voltaram a mostrar fortes sintomas de deficiência hídrica. O tempo seco não permitie a adubação nitrogenada na melhor época. Nos Campos de Cima da Serra, muitas áreas foram atingidas por geadas nos dias 05 e 06/11, ocasionando queima das folhas, porém sem atingir o ponto de crescimento, o que permitirá às plantas ter condições de recuperação com pequenas perdas de potencial produtivo.



Na regional de Ijuí, o desenvolvimento está comprometido devido à baixa umidade no solo. As precipitações que ocorreram a duas semanas atrás proporcionaram melhora na turgidez das plantas, mas o crescimento continuou lento. Mas o volume de chuvas não foi suficiente para restaurar o pleno desenvolvimento da cultura. A partir da metade da semana as plantas já apresentavam sintomas de déficit hídrico nas horas mais quentes da tarde, com enrolamento de folhas. Em geral, as plantas apresentam redução de área foliar e de tamanho, comprometendo o potencial produtivo.

Na de Pelotas, segue o plantio com restrições, nas localidades que apresentam condições adequadas de umidade do solo ocorrem plantios, com boa germinação e emergência das plantas. A região já totaliza 28% da área de mais 50 mil hectares para grãos e 40% da área total de 16 mil hectares prevista para silagem.

Nas regionais Santa Maria e Passo Fundo a área plantada não avançou devido à pouca umidade dos solos e escassez de chuvas. Na de Santa Maria, permaneceu em aproximadamente 38% da área total prevista. Na de Passo Fundo, 92% da intenção de plantio.

Na regional da Emater/RS-Ascar de Porto Alegre, novembro é um dos meses preferenciais para o plantio de acordo com o zoneamento agroclimático. Até o momento, já foi plantado 54% do previsto de milho grão e 58% do destinado à silagem. Os cultivos estão predominamente em desenvolvimento vegetativo, mas já inicia o florescimento. O estado fitossanitário não apresenta ataque de pragas e doenças.

Na de Santa Rosa, cada vez mais são perceptíveis os prejuízos que a estiagem está causando na cultura do milho; plantas apresentam folhas enroladas, com pontas secas, além do porte baixo e emissão antecipada do pendão, com consequências na produção de espigas pequenas e baixo volume de massa verde. Em variedades convencionais, há infestação de lagarta do cartucho, com grande dificuldade de realizar as operações de pulverização devido à baixa umidade do ar e do solo. É estimada uma redução de 54% na expectativa inicial da produtividade, ficando na média em 3.717 quilos por hectare. Quanto às lavouras para silagem que foram semeadas em setembro, as plantas apresentam desenvolvimento baixo, provocando redução estimada de 65% na produtividade prevista de 35 toneladas por hectare.

Na de Lajeado, 66% da área tanto de milho grão como de silagem já estão implantadas. Há incerteza quanto ao restante das áreas, tendo em vista o atual ambiente desfavorável e diante das condições meteorológicas indicando a entrada em um período mais quente do ano, já com déficit hídrico e previsão de poucas chuvas. Nesse cenário, agricultores poderão deixar de plantar algumas áreas. Em geral, as lavouras estão 93% em desenvolvimento vegetativo e 7% em florescimento. Estão prejudicados os tratos culturais, como a adubação em cobertura, que, com a baixa umidade do solo e poucas perspectivas de precipitação, os produtores atrasam-na, o que poderá implicar em redução do potencial produtivo das lavouras. Outra prática, é o monitoramento de pragas de parte aérea, com fins de identificar a necessidade de controle químico e/ou biológico.

Mercado (saca de 60 quilos)

O preço médio do milho conforme o levantamento semanal da Emater/RS-Ascar, chegou em R$ 78,57/sc., com aumento de 7,39% em relação ao da semana anterior.

Na região de Ijuí, a cotação varia de R$ 75,00 e R$ 79,00/sc. Na de Frederico Westphalen, entre R$ 78,00 e R$ 79,00; na regional Porto Alegre, a cotação é de R$ 71,00. Na regional da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, o preço é de R$ 79,00; Na de Bagé, R$ 75,00; na de Passo Fundo, R$ 78,00; Santa Rosa, R$ 77,30. Na regional de Pelotas tem variado entre R$ 60,00 e R$ 75,00. Na de Santa Maria, o preço médio é R$76,70; Erechim, R$ 75,00; Lajeado, R$ 85,00; e na de Soledade, R$ 78,70/sc.

Fonte: Emater/RS-Ascar

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